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sexta-feira, 23 de maio de 2025

Uma história de vida e de empresa

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Uma história de vida e de empresa

Clarice Graupe Daronco

Foto: Metisa

Neste ano de 2022 a empresa Metisa completou 80 anos e no dia 15 de agosto, os profissionais da empresa prestaram uma significativa homenagem ao diretor presidente, o engenheiro Edvaldo Angelo que completou 50 anos de empresa. Na oportunidade, Angelo, recebeu várias homenagens e reconhecimento pela liderança, força e dedicação com seus funcionários, familiares e da cidade de Timbó.

A redação do JMV entrevistou o diretor presidente da Metisa, e ressalta que é de conhecimento de todos que o engenheiro Edvaldo Angelo é um inovador nato. Logo que começou a trabalhar na Metisa, em 1972, na área de Produção, revolucionou os procedimentos, deixando para trás a experimentação e adotando os projetos técnicos para elaboração e fabricação das peças. Nas conversas com funcionários da empresa todos são unânimes em relembrar de uma frase muito importante que o engenheiro sempre dizia: “não pense na peça, pense na máquina. Não pense só na máquina, pense na fazenda. E não pense só na fazenda, pense no operador”. Angelo, logo após entrar na empresa se tornou diretor e, em 1989, assumiu a presidência da empresa criada por Richard Paul Júnior, em 1942. À solidez da companhia somou o foco em inovação e hoje, aos 80 anos, a Metisa é uma das mais bem conceituadas empresas catarinenses e que atua em mais de 50 países com desenvoltura, qualidade e credibilidade.

JMV – O senhor completa 50 anos de Metisa. Como é estar meio século dentro de uma mesma empresa, acompanhar o crescimento e desenvolvimento da mesma?

Edvaldo Angelo – Não existe uma forma para este caminho. A vida vai acontecendo e ajustando para cada momento. Existem muitas correções de rota que exige aceitação em mudar e seguir em frente. Entendo que a formação de engenharia, ajudou muito porque nossa fábrica atua em setores definidos que nos exigiu evolução tecnológica para nossos processos de fabricação, redução constante de custos, sempre buscando a competitividade. Às vezes penso que até tínhamos visão de onde o Brasil estava crescendo. Se estávamos indo bem, estávamos no caminho certo. Formamos uma equipe de profissionais que conheciam profundamente o lado prático da empresa.

JMV – Como era o trabalho na época que começou junto a Metisa?

Edvaldo Angelo – Muito manual e extremamente agressivo ao corpo humano. Mas eram assim as fábricas em geral. Algumas coisas me chocaram quando vim para a Metisa. A exposição ao calor, refeições no meio da fábrica junto às máquinas e produtos, além da jornada de 12 horas de trabalho. Fizemos muitas alterações sem grandes custos. Limpeza na fábrica, pintura das paredes, ajustes nas máquinas, local para refeição, equipamento para afastar operário do calor, criaram impacto muito positivo. Senti que ganhei respeito como profissional. Um segundo ponto forte, foram os desenhos dos produtos, cálculos mais ajustados para os custos dos processos de fabricação e cronogramas de entregas dos produtos aos clientes. Esta foi uma etapa importante, porque diminuímos as perdas, aumentou a confiabilidade dos clientes na qualidade e prazos de entrega. As coisas aconteceram como degraus de uma escada, passo a passo.


JMV – Qual foi o seu primeiro emprego com Carteira assinada. Esteve trabalhando em outra empresa antes?

Edvaldo Angelo – Meu primeiro emprego foi na Metisa, em 15 de agosto de 1972, minha carteira está assinada pelo senhor Henri Paul. Tive contatos com outras empresas antes da Metisa, mas apenas como estágio de engenharia.


JMV- Como o senhor avalia o seu primeiro emprego, na época que começou, com o primeiro emprego que é ofertado atualmente nas empresas?

Edvaldo Angelo – Aquele período, a oferta de engenheiros mecânicos era muito aquém da procura. A contratação era mais direcionada as entrevistas. Atualmente as contratações visualizam buscar o conhecimento do engenheiro e principalmente a proatividade, mesmo com muitas ofertas de profissionais, até mesmo porque a engenharia atual direcionou seus currículos para áreas especializadas. A visão do engenheiro hoje é mais específica.


JMV – Fale sobre o momento de sua vida: 50 anos de Metisa. O significado, o fato de ainda seguir trabalhando e os desafios tanto como empregado e como empregador.

Edvaldo Angelo – Como desafio, não poderia ter empresa melhor que a Metisa para trabalhar. Nossa empresa por si só, estimula constantemente em evoluir. O profissional comodista dificilmente consegue sobreviver na Metisa. Os negócios que estamos envolvidos abrem espaço para profissionais que se comprometem com os resultados. Essa é a razão para a qual gostamos que os profissionais criem raízes na companhia. Se de um lado é estimulante, de outro lado a pessoa que se acomoda fica sem espaço. O trabalho em equipe sempre foi primordial. Os resultados advêm desse procedimento.

Como dirigente, o maior desafio é prever o que está acontecendo e o que vai acontecer na área de atuação dos negócios. A atualização tecnológica é fundamental para assegurar o futuro da empresa. Estimular os profissionais a pensar e agir na mesma linha.


JMV – Descreva a emoção do evento surpresa pelos seus 50 anos de Metisa:

Edvaldo Angelo – Foi assustador porque não estava atento a data. A minha família se envolveu o que intensificou as emoções. As profissionais que lideraram esse momento, buscaram a história e me fizeram reviver a cada momento. Em princípio foi assustador, mas fui absorvendo aos poucos. Ocorre que minha trajetória profissional correu em paralelo com a minha trajetória familiar. A Zula estava lá em cada momento. E nesse particular é que posso afirmar que tenho uma grande mulher.

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