Profissionais da UFSC analisam áreas de risco em Indaial
ESPERA: Após a enchente e os desmoronamentos, as mais de 50 famílias desalojadas estavam ansiosas …
Thomas Erbacher
CLARICE DARONCO/JMV
INDAIAL – Diversas eram as pessoas que, desde o mês de novembro de 2008, faziam parada obrigatória na porta da Secretaria de Planejamento do município, buscando uma única resposta: quando os geólogos vêm? A resposta deles chegou na tarde do dia 4 de fevereiro, quando um grupo de profissionais da Universidade Federal de Santa Catarina ? UFSC, veio ao município de Indaial para verificar as áreas de risco e avaliar os danos causados pela natureza nos meses de novembro e dezembro de 2008.
O grupo, formado por um geólogo (Edson Tmasolee), uma geógrafa (Fabíola da Silva) e um engenheiro sanitarista (Fabio Zavala Pauletto), iniciou os trabalhos de vistoria nas áreas atingidas na tarde de quarta-feira, e irão prosseguir durante a semana. O grupo de profissionais está sendo acompanhado pelo engenheiro civil da prefeitura, Antonio Gonçalves Dias, e pelo secretário de assuntos externos da Defesa Civil, Ivo Ockner.
Durante as vistorias a equipe analisa o solo, as rochas, o entorno do local atingido e a gravidade da área afetada. Após um estudo mais demorado a equipe poderá dizer se a área será liberada para o retorno das famílias ou não. Segundo o geólogo Edson Tomasolee algumas áreas poderão ser liberadas com restrições e monitoramento, em especial, nos dias de chuva. ?É preciso monitorar estás áreas que tiveram a ação mais forte da natureza para verificar o grau do desmoronamento?, explica. O professor lembra que esta liberação só poderá ser feita após um estudo aprofundado da área atingida.
O engenheiro civil da prefeitura, Antonio Gonçalves Dias, observa que no município oito casas tiveram perdas totais e que os solos das áreas atingidas precisam ser monitorados com cuidado. ?A nossa maior preocupação é com a vida das pessoas. Não podemos autorizar o retorno das famílias para as casas atingidas se as áreas, onde as casas estão alocadas e sua estrutura, não tiver segurança?, frisa Gonçalves.
Hoje a Defesa Civil contabiliza mais de 50 famílias fora de suas residências, sendo que a Assistência Social está cadastrando, nesta semana, mais 15 famílias que estavam morando com amigos ou parentes na espera de terem suas casas liberadas. As famílias serão cadastradas no Auxilio Reação que lhes dá o direito de receber o pagamento do aluguel no valor de um salário mínimo (R$ 465,00) pelo período de seis meses.
Os trabalhos de vistoria das áreas afetadas tiveram inicio no bairro do Sol, região atingida com diversos desmoronamentos e deslizamentos de terras. Muitas casas localizadas neste bairro estão abandonadas em razão da falta de segurança tanto estruturais como de solo. As famílias estão morando de aluguel e recebendo Auxílio Reação do governo do Estado para pagamento do mesmo.
Impasse na liberação de recursos
O presidente da Defesa Civil e diretor de Obras da Secretaria de Indaial, Sedenir Caetano (Bagaio), afirmou estar preocupado com a não definição sobre a forma da liberação dos recursos do Governo para a contratação de maquinários e reformas das entradas e vias atingidas pela enchente e desmoronamentos registrados nos meses de novembro e dezembro no município.
?O episódio causou diversos danos nas estradas e pontes da cidade e, em razão da não definição da forma de liberação dos recursos, as obras estão paradas. Hoje estão sendo contados mais de dois meses da data em que os recursos foram anunciados para serem utilizados pela Defesa Civil na recuperação das cidades atingidas?, observa Bagaio. Ele frisa que a cotação de empresas e preços para a realização dos trabalhos já foi feita, mas que precisa ser definido quem irá pagar e de que forma.
O presidente da Defesa Civil destaca que a ponte do Encano Central precisa ser reformada o mais breve possível, como a popular ponte do ?Lorenz?, que teve problemas sérios na sua cabeceira. A mata e a encosta do rio foram levadas embora pela correnteza das águas. ?A ponte não teve danos em sua estrutura, mas as suas duas cabeceiras estão completamente arrasadas?, comenta Bagaio, ao mostrar os estragos. ?As áreas mais atingidas do município foram: Palotina, Encano do Norte, Encano Central, Estradas das Areias (região alta) e do Sol. Nos outros bairros têm problemas também, sendo que em menos gravidade?, frisa o presidente da Defesa Civil.