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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Política de Prevenção e Cultura da paz

Data:

PREVENÇÃO
Política de Prevenção e Cultura da paz

Clarice Graupe Daronco [email protected]

Foto: FOTOS/DIVULGAÇÃO/ILUSTRATIVA

“Segurança Escolar: Política de Prevenção e Cultura da paz”. Este foi o tema do webinário apresentado na noite do dia 19 de abril. O evento contou com a participação do assessor Administrativo da Secretaria de Educação de Timbó, professor doutor Juliano Bona e foi mediado por Plauto mendes que é licenciado em Educação Física, Mestrado profissional (MBA) ESAB em Pedagogia e Psicopedagogia Empresarial, especialista em Gestão de Educação, ex-presidente da Undime SC e consultor da Undime de SC. O webinário foi transmitido ao vivo pelo YouTube da Amve.
Em entrevista, Mendes destaca que “infelizmente, os ataques em escolas são uma realidade em todo o mundo, incluindo o Brasil. Embora não haja um banco de dados nacional oficial sobre o assunto, alguns dados e estatísticas podem ser encontrados por meio de relatos da mídia e de organizações que monitoram a violência em escolas. De acordo com um levantamento feito pela organização não governamental (ONG) Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 30 casos de tiroteios em escolas no Brasil entre 2011 e 2019, resultando em 63 vítimas fatais e 120 feridos. Além disso, a ONG apontou que o número de ataques em escolas cresceu 58% entre 2017 e 2018”.

Diversos tipos
de violência

O profissional observa que “vale ressaltar que esses números podem estar subestimados, uma vez que nem todos os casos são reportados pela mídia ou registrados oficialmente pelas autoridades. Além disso, é importante lembrar que os ataques em escolas não se limitam a tiroteios e podem incluir outros tipos de violência, como agressões físicas e psicológicas, que também podem ter um impacto significativo na saúde mental e física dos estudantes. Em resumo, embora não haja um registro completo e oficial sobre o assunto, os dados disponíveis indicam que os ataques em escolas são uma preocupação crescente no Brasil e requerem medidas efetivas de prevenção e combate à violência nas escolas”.
Mendes informa que “desde abril de 1999, quando dois estudantes abriram fogo contra colegas na Columbine High School (no Colorado), em um episódio considerado o marco inicial de uma tendência de violência escolar no país (e no mundo), foram ao menos 377 ataques do tipo nos EUA, de acordo com um levantamento feito pelo jornal The Washington Post, que rastreia os casos na ausência de dados oficiais do assunto. Em nenhum ano, porém, houve mais ataques do que em 2022: foram 47 no total. E o pico anterior não estava distante: aconteceu em 2021, com 42 casos. Contraditoriamente, os ataques em escolas seguem em alta, apesar de um investimento contínuo bilionário das escolas, dos Estados e do governo federal para tentar contê-los”.


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Valores investidos

De acordo com o profissional “em 2021, as unidades educacionais americanas gastaram a cifra recorde de U$ 3,1 bilhões (cerca de R$ 15,6 bilhões) com sistemas e serviços de vigilância e proteção, segundo estimativas da consultoria de mercado tecnológico OMDIA. O valor representa um crescimento de 14% no total de gastos se comparado ao ano de 2017, o dado anterior disponível. No ano passado, o Congresso americano aprovou um pacote de US$ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão) para ajudar as instituições a se equiparem contra violência armada (rEF. CNN). Em Santa Catarina o valor estimado, não cotado o preço de instalação e reformas necessárias seria de R$ 6.098.168.160,00 para atender as 3.832 unidades de ensino (federal, privada, estadual e municipal)”.


O que fazer para reduzir
o número de casos?


Com esses dados Mendes questiona: “o que explica então que, com um aumento nas medidas de segurança, não se veja uma redução no número de casos de massacres escolares? Uma pesquisa publicada em 2019 na revista científica Journal of Adolescent Health, que revisou 179 episódios de tiroteios em escolas americanas entre 1999 e 2018, concluiu que manter guardas armados na escola não reduziu o número de vítimas em massacres. Os ataques em escolas são eventos trágicos, que têm causado grande preocupação e discussão na sociedade. Esses ataques podem ter diferentes motivações, como bullying, problemas mentais, ideologias extremistas, entre outros fatores. O fato é que tais eventos têm um impacto significativo não somente no ambiente escolar, mas também na comunidade como um todo”.
O profissional explica que “uma das principais discussões que surgem com relação aos ataques em escolas é a questão da segurança. Muitos argumentam que é necessário investir em medidas de segurança mais rigorosas, como a instalação de detectores de metal, câmeras de segurança e o aumento da presença policial nas escolas. No entanto, outros argumentam que medidas desse tipo podem gerar um ambiente de medo e insegurança, além de não serem suficientes para prevenir os ataques. Outro ponto importante é a questão da saúde mental dos jovens. Muitos dos autores de ataques em escolas apresentam problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e transtornos de personalidade”.
Nesse sentido, observa Mendes “é fundamental que as escolas e a sociedade em geral estejam atentas à saúde mental dos jovens, oferecendo suporte e tratamento adequados para aqueles que precisam. Além disso, é importante abordar a questão do bullying, que muitas vezes é um fator que contribui para a ocorrência de ataques em escolas. O bullying pode ter um impacto significativo na autoestima e na saúde mental dos jovens, podendo levar a comportamentos violentos em alguns casos. Por isso, é fundamental que as escolas adotem políticas e programas eficazes para prevenir e combater o bullying. Por fim, é importante lembrar que a prevenção de ataques em escolas é um esforço conjunto, que envolve a sociedade como um todo. É necessário que as escolas, as famílias, as autoridades e a comunidade trabalhem em conjunto para identificar possíveis sinais de alerta e tomar medidas preventivas. Além disso, é fundamental que haja um diálogo aberto e honesto sobre o tema, para que possamos encontrar soluções eficazes e garantir um ambiente escolar seguro e saudável para todos os jovens”.
O profissional orienta ainda que “a participação da família na vida do estudante é fundamental para o seu desenvolvimento e bem-estar, e também pode ser uma importante medida de prevenção aos ataques em escolas. A família é a primeira referência para a criança e o adolescente, e tem um papel crucial na formação de valores, na promoção da saúde mental e no estabelecimento de uma relação de confiança e diálogo com os filhos. Quando a família se envolve ativamente na vida escolar do estudante, ele se sente mais apoiado e motivado a se envolver nas atividades escolares, reduzindo assim as chances de envolvimento em comportamentos violentos”.
Conforme Mendes “essa participação pode ser feita de diversas formas, como acompanhando o desempenho escolar, participando de reuniões e atividades escolares, estabelecendo diálogos constantes com o estudante sobre suas experiências e desafios na escola, entre outras ações. Além disso, é importante que a família esteja atenta a possíveis sinais de alerta de problemas de saúde mental, como mudanças de comportamento, isolamento, agressividade ou depressão, e procure ajuda especializada quando necessário”.
Ao se envolver na vida escolar do estudante, frisa o profissional “a família também pode contribuir para a promoção de um ambiente escolar mais saudável e seguro. Isso pode ser feito por meio do apoio a campanhas de prevenção ao bullying e à violência, da participação em grupos de pais e responsáveis que discutem questões relacionadas à segurança e ao bem-estar dos estudantes, e do diálogo com as autoridades escolares sobre possíveis medidas de prevenção e combate à violência. Em síntese, a participação da família na vida escolar do estudante é fundamental não apenas para o seu desenvolvimento pessoal, mas também para a prevenção de comportamentos violentos e a promoção de um ambiente escolar mais saudável e seguro para todos”.

O que os municípios  
estão fazendo?


*Análise de Risco e Diagnóstico de Segurança e Planos de Contingência de Segurança para direcionar em metodologia de prevenção e de resposta realizada em conjunto com os órgãos de segurança pública;

*Mapear as particularidades de cada um dos centros de educação em que se pretende melhorar um sistema de segurança, incluindo os valores e rotinas da organização, procurando identificar todas as ameaças possíveis.

Mendes observa que “os riscos são diferentes para cada tipo de instituição de ensino. A abordagem em uma universidade é bastante diferente do que em uma escola infantil ou ainda os problemas de segurança de uma escola pública na periferia diferem bastante de uma escola particular em um bairro nobre. O enfoque será bastante diferente em cada uma das situações, mas para isso é fundamental levantar o máximo de informações possíveis”.
Basicamente as seguintes variáveis devem ser levantadas para uma melhor apuração dos problemas de segurança a serem abordados:

Ambiente Interno: Cultura e filosofia da escola, histórico de problemas, tipo de instituição (pública ou privada), idade e perfil dos alunos, horário de funcionamento, movimentação de numerário.

Ambiente externo: Localização da escola, criminalidade na região, vias de acesso, rotas de fuga.

Estrutura física: Portas, muros/cercas, prédios, iluminação, escadas, janelas e grades, número de entradas, acesso de veículos e etc.

Estrutura de Segurança Eletrônica: Câmeras, alarmes, sistema de controle de acesso, sistema de gravação de imagens, botão de pânico e sensores de presença.

Normas e procedimentos: Quais são as regras formais e informais existentes, se existem ou não procedimentos de segurança formalizados.

Recursos Humanos de Segurança: Entender a quantidade, qualificação e escalas de trabalho dos profissionais responsáveis pela segurança.


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