Pandemia e suas implicações na cultura
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Clarice Graupe Daronco
Grupo Folclórico Blauer Berg
A pandemia do novo Coronavírus virou o mundo de cabeça para baixo. Desde março, rotinas foram transformadas, preocupações surgiram e a vida de quase toda a população mudou. A capacidade de adaptação e de lidar com o medo foi uma delas, especialmente para os grupos que atuam junto a Fundação de Cultura e Turismo de Timbó.
Em entrevista a professora Andreia Mendes explica que o ano de 2020 iniciou de maneira acelerada para o grupo Andreia Mendes, que já tinha em suas agendas a participação em diversos eventos nacionais e internacionais. “O primeiro seria a participação do grupo Júnior na competição de dança do programa Domingão do Faustão em março! Um dia antes da nossa galerinha embarcar para participar do quadro a direção do programa ligou através de vídeo para Andreia para falar da situação da Covid-19 e explicar que o quadro seria transferido. Depois disso foram adiados o Festival de Dança de Joinville, Festival Internacional de Hip Hop, Festival de Dança de Timbó, também o campeonato Mundial que o grupo estaria mais uma vez representando o Brasil nos Estados Unidos, como também transferida a minha participação na viagem ao Quênia para divulgar e dar aulas de dança na África através do prêmio de multiplicadora de talentos que ela havia recebido!”
Enfim, destaca Andreia, muitos sonhos adiados, mas mesmo com o Studio fechado por dois meses, o grupo se manteve ativo, com aulas on-line e posteriormente com o retorno das aulas gradativamente, seguindo todos os protocolos do Ministério da Saúde e da Vigilância Epidemiológica de Timbó. “O grupo durante esses meses fez uso para seus treinamentos de espaços abertos, como o Complexo Esportivo para treinamentos físicos, e para motivar nossas crianças fizemos algum vídeo aulas onde os bailarinos se arrumavam como se estivessem indo se apresentar, mas desta vez sem plateia”.
Segundo a professora “não ficamos parados, estamos em constante treinamento, pois para 2021 esperamos que nossas vidas voltem ao normal, que voltemos aos nossos teatros, com plateia, e que os aplausos retornem, queremos transmitir nossa arte da maneira que ela deve ser transmitida, com amor e segurança, sabemos que o ano muda mas que as coisas talvez não mudem, mas estamos preparados para enfrentar o que tiver que ser, e que seja o melhor”.
Grupo Folclórico Blauer Berg
Em entrevista o presidente do Grupo Folclórico Blauer Berg, Max Paulo Augusto Graf, conta que o Grupo iniciou o ano de 2020 com muitos planos, dentre eles apresentações em municípios vizinhos e alguns até fora do estado, levando o nome de Timbó e sua cultura para várias regiões do país. “Em todo início de ano ocorre o treinamento para os coordenadores das nossas categorias e neste ano não foi diferente. Na categoria Infanto/juvenil, tivemos três representantes (Sandro S. Dalmonico, Sonia M. M. Dalmonico e Gilmara K. Graf) participando do curso em Gramado, no Rio Grande do Sul, com duração de uma semana, na Casa da Juventude, com professor vindo da Alemanha, buscando novas danças para repassar às nossas crianças e adolescentes. E na categoria Adulto tivemos dois integrantes (Tainara da Silva e Thiago Fagundes) participando do Tanz+Kurz que é promovido pela AFG de Blumenau, com o mesmo período de duração”.
O presidente conta ainda que no mês de fevereiro, antes mesmo de iniciarem os ensaios a categoria Adulto realizou uma apresentação em frente ao Museu do Imigrante e no mês de março todas as categorias começaram os seus ensaios, porém conseguiram apenas se reunir três vezes, devido ao decreto com medidas de proteção contra a Covid-19. “Infelizmente não conseguimos realizar mais nenhuma das apresentações que já tínhamos agendado, contudo os coordenadores das categorias Adulto: Alexandre Oss-Emer, Mirela Moser Oss-Emer e Stéfani Dalmonico; e Infanto/juvenil: Sandro S. Dalmonico, Sonia M. M. Dalmonico, Gilmara K. Graf e Luciana Speckort, estão trabalhando e se adaptando à nova realidade, de repassar as danças para os integrantes do grupo, por via de material online (vídeos, áudios e lives), há uma certa dificuldade em repassar as coreografias, devido à dança alemã ter contato direto entre casais”.
Graf destaca que “gostaríamos de agradecer aos pais dos integrantes da categoria Infanto/juvenil pois sempre estão nos apoiando e incentivando os seus filhos a gravarem os vídeos, que são solicitados pela coordenação, da mesma forma aos integrantes da categoria Adulto, que prontamente sempre estão à disposição do grupo”.
Questionado sobre o que esperam para 2021, o presidente adianta que: “Gostaríamos que 2021 fosse totalmente ao inverso de 2020, mas é claro com relação a esta pandemia, pois estamos todos, crianças e adultos, com muita saudade dos nossos ensaios, apresentações e com a troca de conhecimento que existe em cada uma das apresentações”.
Os Cinquentões
Assim, como foi difícil para o Grupo de Dança Andreia Mendes e para o Grupo Folclórico Blauer Berg também foi difícil para o Grupo “Os Cinquentões”. De acordo com os integrantes, o ano foi complicado, sendo que o Grupo tinha muitos eventos marcados no início do ano, mas infelizmente com a pandemia tudo foi cancelado. O Grupo teve que mudar e fazer atividades online como lives do Grupo, pois não quiseram parar o trabalho para manter a tradição. “Foi algo inusitado não poder estar junto ao público, ficamos muito sentidos sim em não poder fazer apresentações ao vivo”, destacam ao adiantar que para 2021 esperam poder voltar com todo o empenho, alegria e animação em resgatar e manter a tradição de tocar o bandoneon.
Grupo Os Cinquentões
Orquestra de Câmara
“Um ano completamente atípico e de muito aprendizado”. Com essa frase o maestro da Orquestra de Câmara Municipal de Timbó (OCMT), Paulo Lira fala sobre o ano para a Orquestra. “A OCMT tinha já agendado para 2020 uma série de atividades e uma agenda que comtemplava várias apresentações em Timbó e região. Porém com a pandemia tudo teve que ser readequado, porém nossas atividades e estudos não pararam em momento nenhum”.
Lira observa que para os músicos foram oferecidas aulas virtuais e quando possível presenciais com todos os cuidados necessários na FCT. Ensaios também foram realizados de forma online e presenciais com pequenos grupos em amplo espaço visando a proteção de todos os músicos. “Mesmo com todos esses percalços nossa orquestra produziu várias gravações de seus músicos, três lives, sendo a última a Noite dos Candelabros na data de 27 de setembro com patrocínio do Hospital de Olhos Freitag que acreditou no poder da arte como forma de produção cultural para todos que de outra forma não poderiam prestigiar a Orquestra de forma presencial devido ao isolamento”.
O maestro observa ainda que algo muito positivo foi a divulgação de Timbó através da OCMT por todo o país e exterior pelas lives. “Atingimos um número de visualizações que não seria possível em uma apresentação presencial. Recebemos diversas mensagens de pessoas de todos os cantos nos agradecendo e reconhecendo o talento dos nossos valorosos músicos”.
Lira adianta que tem agendado a participação de um pequeno grupo da OCMT no Culto de Natal, na data de 19 de dezembro na Comunidade Luterana da Trindade em Timbó.
O maestro afirma ainda que: “a diretoria através de seu presidente Alexandre Rocha Freitag não mediu esforços para oferecer aos músicos e alunos da OCMT um ano de muito estudo e preparo técnico e artístico e tentou levar nosso trabalho para a casa de todos os moradores de Timbó e região através de nossas transmissões. Para 2021 já está prevista uma série de atividades como master Classe, aulas, e muitas apresentações, diante é claro de um quadro de melhora da pandemia e da vacinação em nosso estado”.
