19.6 C
Timbó
quinta-feira, 8 de maio de 2025

Desafio: 40 anos da Ordenação de Mulheres na IECLB

Data:

Desafio: 40 anos da Ordenação de Mulheres na IECLB

As ministras Marion Freitag, Mirian Ratz (vice-pastora sinodal), Rosilene Schultz, Ana Isa dos Reis Costella, Márcia Helena Hülle, Paula Naegele e Camila Schütz do Sínodo Vale do Itajaí participam do 3º Encontro Nacional de Ministras da IECLB, em São Leopoldo
Foto: FOTOS/ARQUIVO PESSOAL
As ministras Marion Freitag, Mirian Ratz (vice-pastora sinodal), Rosilene Schultz, Ana Isa dos Reis Costella, Márcia Helena Hülle, Paula Naegele e Camila Schütz do Sínodo Vale do Itajaí participam do 3º Encontro Nacional de Ministras da IECLB, em São Leopoldo

“Ser mulher e atuar no Ministério com ordenação é um desafio, assim como o de mulheres que exercem sua profissão em outras frentes. Mas, também uma grande bênção, pois em nossas comunidades, no seu dia a dia, temos um bonito espaço de comunhão que acolhe pessoas nas mais diferentes situações e momentos. Em meio a uma sociedade automatizada, individualista, que estimula a concorrência, buscamos trabalhar de forma correta diante da fé e do amor que vem de Deus. Pregamos o Evangelho com responsabilidade e fazemos isso com grande amor e dedicação. A vida no pastorado é consolidada com muita dedicação e vocação. É uma semeadura constante, que ao tempo de Deus vai rendendo seus frutos. Somos muito gratas por isso!”. Com essas palavras as pastoras: Mirian Ratz que atua na Comunidade Luterana Trindade e Paula Naegele, que está à frente da Comunidade Luterana Cristo Bom Pastor, iniciam a entrevista à redação do JMV, sobre a data de 13 de novembro de 2022, oportunidade em que se completa 40 anos da Ordenação de Mulheres na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).

A pastora Mirian Ratz, que também é atual vice- -pastora Sinodal do Sínodo Vale do Itajaí, função para qual foi reeleita para o período 2023/2026, conta que “em 2022, a IECLB celebra 40 anos de ordenação de mulheres ao ministério. A data comemorativa remete à ordenação de Edna Moga Ramminger, em 13 de novembro de 1982. A data comemorativa, no entanto, não ignora a atuação de mulheres em nossas Comunidades Luteranas que exerceram com sabedoria os grandes desafios, como o exemplo das diaconisas, que atuavam especialmente em instituições, muito antes de 1982”.

A pastora destaca que “na programação proposta pelo Grupo de Trabalhos da Presidência da IECLB estão a missionária Ana Aline Centeno Medeiros, as pastoras Carmem Michel Siegle, Marli Lutz, Mirian Ratz, Scheila dos Santos Dreher e a catequista Monika Maier e foram oferecidos diversos momentos como lives, webinars, além da proposta de uma Celebração Nacional, para o mês de novembro e a realização do 3º Encontro Nacional de Ministras da IECLB, que aconteceu de 15 a 17 de novembro, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul”.


Timbó tem duas pastoras

Questionadas sobre quais as circunstâncias que levaram a IECLB a ordenar mulheres, as pastoras relatam que “a ordenação de mulheres ao ministério foi uma longa caminhada, construída por diálogos e também por desafios. De certa forma, a ordenação de mulheres para o exercício no ministério acompanhou o processo de inclusão das mulheres nos espaços da sociedade, de forma geral. Neste sentido, a IECLB reconhece dons e a capacidade de mulheres e homens no exercício do ministério. Buscando, ainda hoje, equidade e justiça para os espaços de atuação. Atualmente, o número de mulheres ordenadas na IECLB chega a 404. Os homens ainda são maioria: 808. No Vale do Itajaí temos 21 ministras e em Timbó, duas pastoras que somos nós”.

As pastoras descrevem o envolvimento da mulher no ministério. “Nosso papel dentro do ministério com ordenação na IECLB é de desempenhar papéis essenciais nas paróquias e comunidades: administrar os sacramentos, pregar o Evangelho, aconselhar, visitar, mas muito mais que isso. Estamos em várias frentes de trabalho dentro da IECLB em nível Nacional e Sinodal. O testemunho bíblico lembra a Igreja que acolhe e reconhece dons e habilidades, em todas as pessoas, homens e mulheres: “Assim sendo, não pode haver nem judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, porque todos vocês são um em Cristo Jesus” Gálatas 3.28”.

Paula Naegele
Mirian Ratz

“Inspiração e coragem”

Questionadas sobre como é a aceitação das comunidades onde as mulheres atuam como ministras, Mirian e Paula explicam que “atuar no ministério ordenado é algo que só acontece por vocação, amor e dedicação. Não é algo que seja possível aprender nos livros. Está relacionado com a forma e com o jeito de ser, de acolher as pessoas. Não há melhores ou piores, mas características distintas na atuação de homens e mulheres em vários segmentos da sociedade, também dentro das Igrejas e, consequentemente, do ministério ordenado. Minha grande inspiração também são outras mulheres que atuam com alegria e coragem em meio a tantos desafios. Poder ser acolhidas em Timbó, em nossas comunidade e sociedade com respeito e dignidade, faz-nos sentir gratidão e também um grande compromisso com aquilo que ser Pastora representa”.

Sobre os principais desafios identificados no ministério ordenado no tocante às mulheres ministras, as duas pastoras observam que “como ministras vivenciamos os desafios enfrentados pelas mulheres na sociedade, com suas lutas e conquistas, especialmente sobre o reconhecimento como liderança. A luta por equidade e superação da violência ainda estão muito presentes na vida das mulheres. No exercício do ministério ordenado e na atuação de mulheres na IECLB é desafiador o avanço do conservadorismo e do fundamentalismo, onde a liderança de mulheres é questionada. Ainda temos muitas comunidades que não consideram a possibilidade de ter uma mulher como líder na comunidade de fé. Ao mesmo tempo, a busca por espaços nos cargos de lideranças, seja na comunidade ou nas instâncias maiores, demonstra que as nossas comunidades tem sim encontrado boas oportunidades para superar os preconceitos e limitações e vivenciar, através da atuação de ministras, um novo jeito de lidar com o cuidado das pessoas. Em Timbó, por exemplo, outras ministras já atuaram nas nossas comunidades, mas fazem apenas 10 anos que a primeira ministra foi contratada para assumir integralmente uma comunidade”.

Para finalizar as duas pastoras deixam sua opinião, sobre ser mulheres no púlpito são mais propensas ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso, ou não. “A natureza ecumênica da IECLB se expressa pelo vínculo de fé com as igrejas no mundo que confessam Jesus Cristo como único Senhor e Salvador. O envolvimento e desenvolvimento do Ecumenismo é papel de toda pessoa cristã, e por isso motivamos sempre que é possível uma convivência fraterna entre filhos e filhas de Deus

Últimas Notícias

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

error: Conteúdo protegido de cópia.