7.7 C
Timbó
quinta-feira, 31 de julho de 2025

Indaialense atravessa maior praia em extensão do mundo caminhando

Data:

Indaialense atravessa maior praia em extensão do mundo caminhando

Foto: Arquivo pessoal

Você sabia que a maior praia em extensão do mundo fica localizada no Rio Grande do Sul? Eleita pelo Guinness Book, com mais de 250 km, a Praia do Cassino inicia na cidade de Rio Grande e vai até o Chuí.

Mas já pensou em fazer essa travessia a pé? Pois é, essa foi a aventura da engenheira civil Julia Caroline Korc, de 30 anos, que colocou a mochila nas costas e conseguiu fazer este feito no fim do ano passado.

Julia é natural de Indaial e conta que foram nove dias ao total, sendo sete de caminhada e dois que permaneceu em algum local, como no Farol Albardão e num acampamento de pescadores. Por dia, eram percorridos cerca de 30 km.

E como surgiu a ideia de encarar esse roteiro? A engenheira relata que tudo começou vendo um amigo que fez o trajeto em 2021, de lembranças da sua mãe falando que era a maior praia do mundo, além da procura pessoal de fazer algo maior.

“Travessia de fato nunca havia feito, apenas viagens pegando carona e poucos trechos a pé. Depois que eu vi como era o percurso, mais solitário, gostei da ideia e comecei a me planejar durante um ano”.

Preparação e roteiro

Além de acompanhar seu amigo e pegar dicas, a indaialense recorreu ao YouTube e Wikiloc para ver relatos de outros viajantes. “Anotava pontos de água e possíveis locais de acampamento pensando na proteção contra o vento. Procurei uma janela de tempo firme para não ter imprevistos com chuva. Baixei alguns aplicativos para usar offline, listei como seria minha rotina para levar o necessário, como cloro orgânico para filtrar água, comida nutritiva e leve para cada dia, kit de primeiros socorros e bastante protetor solar”.

Quanto à montagem do roteiro, a engenheira afirma que o trajeto normal e mais conhecido é com início na cidade de Rio Grande e término no Chuí, porém ela decidiu fazer o contrário por dois motivos. “Uma por conta do vento, que estaria a meu favor, facilitando a caminhada. Outra que saberia que chegaria cansada e a Barra do Chuí estaria vazia por ser local de veraneio, impossibilitando acessos que precisaria ter quando chegasse como wi-fi, alimentos, banho e descanso”, completa.

Ela então optou por deixar seu carro em Rio Grande na casa de um amigo e ir até o Chuí de ônibus para iniciar o percurso. Julia ainda lembrou que quem quiser se aventurar é importante avisar à Defesa Civil compartilhando seus dados de viagem antes de iniciar.

Dificuldades

O sol do meio-dia e a falta de sombra foram uma das dificuldades enfrentadas por Julia durante a travessia, além da mochila pesada logo no começo do percurso. “Isso ia fazendo com que eu sentisse um pouco de dores, mas depois foi amenizando com o tempo, conforme ia me alimentando e diminuindo o peso. Também não tinha equipamentos tão bons assim (que fazem toda a diferença)”.

O que foi o caso da sua barraca, que logo no segundo dia acabou quebrando, devido ao vento.

Paixão por viagens e novas experiências

A vontade de viajar e conhecer novos lugares sempre esteve presente na vida de Julia, mas aos 20 anos ela descobriu o estilo wildside, que se baseia em viajar pegando carona, dormindo em barracas ou hostels e gastando pouco.

“ Meu primeiro mochilão de 2014, aos 21 anos, fiz pegando carona pela costa do Uruguai, e isso me cativou, mesmo com planejamento, você nunca sabe quem vai conhecer, onde vai dormir exatamente, o que vai viver. Às vezes sei que preciso chegar em uma determinada cidade, procurar um lugar para comer e para dormir, tenho minha barraca comigo, meu aplicativo de buscas, mas acontece de conhecer outros viajantes pelo caminho ou anfitriões e o rumo muda”, conta.

A engenheira falou que esse estilo deixa o viajante flexível às coisas que acontece no dia a dia, como participar da rotina das pessoas locais, por exemplo. “No Cassino tive o privilégio dessa vivência local, que ocorreu na Comunidade do Hermenegildo. No Farol do Albardão pude ter boas conversas com os oficiais e com os atletas de kitesurfing. Logo no final do percurso encontrei um acampamento de pescadores, onde tive a oportunidade de ficar um dia, aprendendo sobre pesca e redes”.

Próxima parada

Sobre qual será a próxima parada, Julia diz que a lista é enorme, mas pretende fazer outra travessia de longo trajeto, alguma no Brasil afiliada ao Caminho de Santiago de Compostella, como por exemplo a de Caravaggio no Rio Grande do Sul. Ainda, tem em vista fazer a maior do Oriente Médio, a Israel National Trail de 1.100km.

Outro roteiro é da Pacific Coast Trail, com duração média de cinco meses de caminhada, que vai do México ao Canadá pela costa oeste dos Estados Unidos.

“Mas essas maiores necessitam de bom preparo físico e patrocínio, que é o que estou buscando. O que, esse último, é mais raro acontecer com mulheres”, relata Julia.

 Para saber mais sobre a experiência de Julia na Praia do Cassino e outras de suas viagens, basta acessar seu perfil no Instagram @juliakorc.

Últimas Notícias

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

error: Conteúdo protegido de cópia.