CATÓLICOS
Rio Rosina celebra centenário
Clarice Graupe Daronco [email protected]
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“A festa do centenário de Rio Rosina, na serra de Rio dos Cedros, estava marcada para os dias 7, 8 e 9 de outubro. Coincidia o evento com a data litúrgica comemorativa da padroeira, Nossa Senhora do Rosário. No entanto, as previsões de fortes chuvas e enchentes preanunciadas para esses mesmos dias, levaram os organizadores a adiarem a festa”. As informações são do profissional responsável pela comunicação da Diocese de Blumenau, padre Raul Kestring.
Conforme o padre “remarcada, agora, para os dias 4 e 5 de novembro, o centenário estará em evidência, notadamente por toda a nossa região do Médio Vale. Aguarda-se em breve a publicação do programa detalhado dos festejos”.
Kestring relata que “o centenário recorda e homenageia os primeiros habitantes do lugar, o que justamente nos remonta aos povos originários. Até nos faz bem recordar as tribos Kaigang e Xokleng que tinham territórios de caça desde o Rio Grande do Sul até Curitiba e Guarapuava. Eram povos de cultura nômade e grande consideração pela natureza, fruto talvez da sua religiosidade divinizadora do sol, da lua, do vento, das árvores, da água. Assim, habitaram nossa terra por cerca de vinte mil anos, segundo os historiadores, e deixaram tudo intacto até a chegada dos imigrantes europeus. Como esquecer esse espírito de respeito e preservação num tempo em que lamentamos o aquecimento global, a devastação das árvores, a diminuição qualitativa e quantitativa das águas? Não tão longe de nós, subsistem descendentes dessa ancestral cultura”.
Segundo o profissional “não há dúvidas de que, comemorando um centenário, celebramos especialmente nossos antepassados, de cultura cristã, europeia, representada pelos italianos, alemães, poloneses por aqui assentados. Traziam eles a índole beneditina que formou a cultura ocidental. Exaltavam o trabalho e a fé em seu lema: ora et labora (reza e trabalha). Nossos nonos buscavam seu sustento e coragem para suas lutas exatamente no trabalho e na fé. Formaram vilas, cidades, indústrias, escolas, hospitais, igrejas, organizações sociais”.
Kestring observa que “a centenária Rio Rosina, no município de Rio dos Cedros, foi um desses povoados formados predominantemente pelos imigrantes italianos. A abundância de água e terras férteis atraiu esses pioneiros para essa região. Recordam os mais idosos da comunidade que, por volta do ano de 1930, mais de 40 famílias moravam nessa vila serrana de Rio dos Cedros, naqueles tempos ainda pertencentes a Blumenau.
Desse bonito recanto riocedrense, o lugar mais vistoso, sobre a colina, reservou-se para a imponente Capela Nossa Senhora do Rosário. Já a primeira capela de que se tem notícia, ali construída no ano de 1927, era dedicada à mesma santa”.
O padre ressalta ainda que “não pensemos, porém, que o árduo trabalho e a perseverante oração daquelas famílias tenham construído somente os primeiros cem anos de desenvolvimento, cultura e felicidade daqueles riocedrenses. Essas duas asas, pode-se dizer, nas suas novas modalidades que vão surgindo, poderão fazer mais um século e mais outros de gloriosa história para essa gente. Do alto da colina a Mãe do Rosário acompanha e abençoa diariamente seus devotos e filhos em suas lutas e conquistas”.