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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Prefeitura de Rodeio entregará denúncia contra a ex-administração

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Prefeitura de Rodeio entregará denúncia contra a ex-administração
Carros estavam enterrados em área de preservação e já foram encaminhados ao aterro sanitário …

CLARICE GRAUPE DARONCO/JMV

Foto: jmv/tv

CLARICE GRAUPE DARONCO/JMV
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RODEIO – O município de Rodeio, no Vale do Itajaí, foi notícia à nível nacional nesta semana, depois de terem sido encontrados enterrados no pátio do Parque de Eventos da Vila Italiana, dois veículos públicos. Os veículos, uma Parati e uma Ambulância, foram encontrados, no dias 14 de maio, pelos funcionários da Prefeitura de Rodeio. Segundo informações do prefeito, Paulo Roberto Weiss, em entrevista ao JMV TV, feita pelo repórter Salmos de Souza, a localização dos carros foi descoberta após uma sindicância, aberta pela Administração, quando assumiram em janeiro deste ano, onde foram interrogados cerca de 15 funcionários públicos.
Ele conta que, no início da sua gestão, foi solicitado que fosse efetuado um levantamento dos veículos e do patrimônio público da Prefeitura, mas um dos carros não foi encontrado, apenas o documento dele.  O prefeito observa que na documentação do veículo havia algumas pendências de multas e o último licenciamento foi feito no ano 2000. A partir desta informação foi aberta a sindicância para tentar encontrar a Parati.
A suspeita é que a Ambulância encontrada junto com a Parati pertença ao Estado, foi confirmada na quarta-feira, quando a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Saúde do Estado confirmou que a Ipanema pertence ao governo. O carro foi comprado em 1994 e, em seguida, entregue ao município por um termo de cessão, válido até hoje. O documento cede o bem à Prefeitura, que deve conservá-lo e, quando não o quiser mais, precisa devolver.
Outra situação relatada pelo prefeito refere-se ao possível crime ambiental, que está sendo investigada, pois o buraco na Vila Italiana fica próximo a um riacho. Na quarta-feira, dia 15 de maio, a Polícia Militar Ambiental de Blumenau esteve na área onde estavam enterrados os dois veículos públicos, e foi recomendado pelas autoridades ambientais que as sucatas, depositadas a menos de 14 metros de um ribeirão, fossem encaminhadas ao aterro sanitário e, após inquérito, a Polícia Ambiental encaminhará denúncia ao Ministério Público (MP).
O assessor jurídico da prefeitura de Rodeio, Denilson Lanna, informou que até a próxima semana, será aberto inquérito administrativo e penal contra a Administração anterior, responsável por enterrar os carros e a denúncia será encaminhada ao Ministério Público (MP). “Agora, a pasta vai aguardar a devolução da sucata para dar baixa”, observou ele.
Lanna afirmou ainda, que o relatório final da sindicância aberta para apurar o caso, foi entregue ontem ao prefeito. Em seguida, o documento também será encaminhado ao MP, ao Tribunal de Contas e à Polícia Ambiental. A suspeita é de que os veículos tenham sido enterrados em 2006.  O assessor jurídico conta que cerca de 15 servidores foram ouvidos no processo ao explicar que desde janeiro, a secretária de Administração e Finanças, Rose Carla Mengarda, faz um levantamento das pendências do município junto a órgãos públicos. Ela constatou, no Departamento de Trânsito e Transporte de Indaial, que havia um veículo com o licenciamento atrasado, mas o automóvel nunca tinha sido visto. O último licenciamento do carro foi feito no ano 2000 e a dívida era de, aproximadamente, R$ 700,00.

O que diz a
ex-administração
Em entrevista, o ex-prefeito de Rodeio, Carlos Alberto Pegoretti, disse que os veículos já estavam no pátio do parque de eventos como sucata antes mesmo da gestão dele, que foi de 2005/2012. Segundo Pegoretti, a Prefeitura não podia leiloá-los como sucata porque um dos veículos, a Parati, era alienada ao banco que estava falido e o outro, a Ipanema, era usado pelo município como Ambulância, mas pertencia ao Estado. De acordo com ele, o Estado foi notificado em relação ao veículo, mas ninguém veio recolhê-lo no município. O ex-prefeito explicou ainda, que os carros eram da década de 80 e estavam, inclusive, sem motor. “Como havia uma onda de dengue na cidade, achou-se melhor enterrá-los para que não se transformassem em criadouro de mosquitos”, afirmou ele.
Já o ex-vice-prefeito e diretor de Obras na gestão de 2005/2012, Genor Girardi, disse que ficou sabendo, cerca de 20 dias depois que os carros tinham sido enterrados. Girardi comenta que na época existia um começo de epidemia de dengue no município e os agentes de Saúde começaram a dizer que os carros, que eram sucatas, poderiam ser depósitos do mosquito. “Quando o secretário de Finanças quis fazer um leilão, foi verificado que não dava para fazer nada com os veículos, já que um era alienado a um banco e o outro pertencia ao Estado. Um assessor disse, então, que para resolver o problema o melhor seria enterrá-los”, conta o ex-vice-prefeito ao alegar que os carros estavam no pátio há mais de 15 anos, que havia apenas sucata e que a Prefeitura recebia muita reclamação sobre eles estarem lá.
 

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