O Brasil registrou uma diminuição na taxa de homicídios, um marco importante para a segurança pública do país. O Atlas da Violência 2025, divulgado pelo Ipea e FBSP, revela que, apesar dos alarmantes 45.747 homicídios em 2023, com uma média de 125 mortes diárias, houve uma leve redução em comparação com os 46.409 casos do ano anterior. Este estudo abrangente oferece uma análise detalhada da violência no Brasil, comparando dados desde 2013 e revelando uma queda de 20,3% no número de homicídios.
Os dados do Atlas da Violência, coletados de fontes oficiais como IBGE e os sistemas do Ministério da Saúde (SIM e Sinan), indicam uma tendência de queda nos homicídios no Brasil ao longo dos anos. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes atingiu o menor patamar em 2023, com 21,2, demonstrando um avanço significativo na segurança pública. Comparado a 2022, houve uma redução de 2,3% nessa taxa.
Essa diminuição pode ser atribuída a alguns fatores-chave. Primeiramente, o envelhecimento da população brasileira, como apontado pelo pesquisador Daniel Cerqueira, tem um impacto notável, já que a violência está mais associada a jovens. Além disso, uma “revolução invisível” nas políticas públicas de segurança, com a adoção de abordagens mais qualificadas e baseadas em inteligência, tem contribuído para a redução da criminalidade. Ou seja, a troca do policiamento ostensivo por uma estratégia de planejamento, dados e ciência. Por conseguinte, a qualificação do trabalho policial possibilita a identificação e prisão de criminosos.
Desafios na redução da violência no Brasil
Contudo, a análise por estados revela disparidades significativas. Em 2023, 20 estados apresentaram taxas de homicídio acima da média nacional, com destaque para Amapá, Bahia e Pernambuco. Por outro lado, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal registraram as menores taxas. No entanto, é crucial considerar os “homicídios ocultos”, casos de violência não identificados pelos sistemas oficiais, que podem alterar os indicadores estaduais. Por exemplo, São Paulo, ao incluir esses casos, deixaria de ser o estado menos violento do país.
Ainda, o Atlas da Violência aponta que 71,6% das mortes violentas no Brasil foram cometidas com armas de fogo, totalizando 32.749 homicídios. A fragilidade na fiscalização de armas é um fator preocupante, pois “quanto maior a circulação e a prevalência de armas de fogo, maior tende a ser a taxa de homicídios”.
Em suma, o Atlas da Violência 2025 apresenta um panorama complexo da violência no Brasil. Enquanto os dados indicam uma tendência de queda nos homicídios no Brasil, impulsionada por fatores demográficos e mudanças nas políticas de segurança, desafios persistem, como as disparidades regionais, os “homicídios ocultos” e a prevalência de armas de fogo. Para consolidar essa tendência positiva, é fundamental fortalecer as políticas de segurança pública, investir em inteligência policial e enfrentar as desigualdades sociais que contribuem para a violência.
