A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou uma operação de grande escala para combater os crimes de agiotagem e extorsão, práticas que geram sérios prejuízos sociais e econômicos. A ação foi realizada nos municípios de Blumenau, Gaspar, Indaial e também em Uberlândia (MG), com o objetivo de desarticular uma rede de cobranças ilegais marcadas por ameaças, coação e violência física (DIC, 2024).
De acordo com o Departamento de Investigações Criminais (DIC), as investigações revelaram uma estrutura criminosa que operava sob o comando de um indivíduo conhecido como “Cuiabá”. Ele era contratado por empresários, um advogado e outros particulares para realizar cobranças extrajudiciais de forma violenta e intimidatória.
As apurações indicam que “Cuiabá” utilizava violência psicológica e pressionava familiares das vítimas para forçar o pagamento das dívidas. Em um dos casos, um advogado teria contratado o cobrador para atuar em uma dívida já reconhecida judicialmente, evidenciando a intenção de manter um esquema contínuo de cobrança ilegal e intimidação.
Um policial militar também é investigado por vazamento de informações sigilosas sobre as vítimas, favorecendo diretamente a atuação do grupo. Outro investigado, um empresário do setor de estofaria, é suspeito de oferecer empréstimos com juros abusivos e de contratar “Cuiabá” para executar a cobrança de forma violenta.
Com base nas provas coletadas, a Justiça decretou a prisão preventiva de “Cuiabá” e autorizou mandados de busca e apreensão nos endereços dos envolvidos. O policial militar foi afastado das funções como medida cautelar.
Durante a operação, foram apreendidos:
- Quase R$ 4 milhões em cheques;
- Cerca de R$ 90 mil em dinheiro vivo;
- Notas promissórias e documentos relacionados à agiotagem;
- Uma arma de fogo e munições;
- Símbolos falsos da Justiça Federal.
“Cuiabá” foi preso em flagrante por porte de munições de uso restrito e uso indevido de símbolo oficial da Justiça Federal.
O Inquérito Policial apura os crimes de extorsão, corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional e agiotagem. A Polícia Civil segue com as investigações para identificar outros integrantes da rede criminosa e responsabilizar todos os envolvidos.