“O amor é um jogo emocionante, que pode nos trazer muitas alegrias, mas depende das ferramentas utilizadas. Não há como escapar do passado, visto que ele sempre carrega seu peso em uma relação que pretende durar. Interpretações emotivas, em um relacionamento, podem abrir caminho para ações que nem sequer imaginamos. Da ordem pessoal surge o belo e a solidez no amor”. As palavras são do escritor timboense Wilmar Scoz, na abertura de seu livro As Pernas da Mentira, publicado pela Editora Artêra.
Em entrevista à redação do Jornal do Médio Vale (JMV), o autor revela: “Em As Pernas da Mentira, somos conduzidos por uma trama de mistérios e emoções intensas, ambientada na charmosa cidade de Petrópolis. Tewal e sua esposa, Jaquel, vivem um casamento aparentemente sólido, até que uma viagem a Chicago marca o início de uma sequência de eventos inesperados. Um pedido misterioso de uma fã abala a vida de Tewal, levando-o a fazer escolhas que jamais imaginou. A morte repentina de Dálcio, pai de Tewal, envolve o casal em suspeitas, e uma série de fatos perturbadores começa a cercá-los. Depois, uma menina — ao reconhecer a voz de um criminoso que matou seu avô — desencadeia uma investigação cheia de reviravoltas, em que segredos vêm à tona e o amor é colocado à prova. Com uma narrativa envolvente e personagens marcantes, As Pernas da Mentira é um romance de suspense que explora as profundezas das relações humanas e os desafios do perdão e da escuta no amor”.
Segundo Scoz, “a ideia central veio por inspiração. Depois, recorri à imaginação. Escolhi a cidade de Petrópolis por ser atrativa e adequada aos personagens principais. Nela encontrei o cenário que precisava. O título As Pernas da Mentira tem força e instiga a curiosidade. Porém, não explico seu significado — deixo ao leitor o prazer de se envolver com a história e usar sua imaginação”.
O escritor explica que “a criação de Tewal e Jaquel é uma mistura de ficção com características de pessoas reais, observadas no cotidiano dos relacionamentos amorosos.
Já a menina surgiu da criatividade. Ela percebe o que os adultos ignoram. No caso do relacionamento de Tewal com seu pai, Dálcio, isso o afeta a ponto de tomar decisões imprudentes e adotar comportamentos incertos. O perdão é sempre o mais complexo e difícil. Ele está diretamente ligado à escuta. Na verdade, são parceiras fundamentais para um amor autêntico. O equilíbrio entre tensão e emoção exige bastante ponderação e certa dose de sensibilidade. É preciso compreender o lado humano — algo que me atrai. Não há crítica social no livro. Apenas situações comuns que levam o leitor a refletir sobre certos temas. Meu objetivo é o entretenimento; conduzir o leitor ao mundo da imaginação e da reflexão sobre o que lhe é íntimo: amor, paixão…”
Scoz comenta que o processo de escrita levou entre seis e sete meses, conciliando com suas atividades profissionais. “Não segui um planejamento prévio. Fui acumulando ideias na mente e desenvolvendo a narrativa conforme a necessidade. Houve muitos obstáculos a cada novo passo. É preciso pensar bastante e recorrer à ajuda da imaginação. Sendo um livro de suspense, confesso que algumas cenas chegaram a empacar. Não acredito que tenha sofrido influência de outros autores, pois já escrevia antes mesmo de cursar faculdade.”
Para o autor, “a criatividade não depende de horários, mas da disposição. Às vezes, mesmo sem inspiração, é preciso esforço. Caso contrário, nada se produz. Não permito que outros autores me influenciem. Arrisco criar meu próprio estilo. Não gosto de imitar. Cada leitor reage de forma diferente — e isso é o que importa. O essencial é provocar alguma reação. Pelos retornos que tive, alguns se identificaram com personagens ou com situações vividas por eles.”
Scoz antecipa que já tem outro trabalho quase finalizado. “Vou continuar no suspense com romance — é a minha essência. Para quem deseja escrever, deixo um alerta: não se iluda. O caminho é muito difícil e cheio de promessas vazias. Esforço, sorte e capacidade são os fatores que trazem resultados. Quanto ao sucesso… aí, depende”.