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terça-feira, 9 de setembro de 2025

Setembro Verde: Cepon é destaque em doação de córneas em Santa Catarina

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A doação de córneas no Setembro Verde é um tema que ganha força em Santa Catarina, especialmente pelo trabalho realizado pelo Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON). Entre janeiro e agosto de 2025, o Estado registrou 427 doações desse tecido ocular, sendo que 46 vieram do CEPON, unidade do Governo do Estado que se consolidou como referência na área, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

A decisão de doar só acontece com a autorização da família. Por isso, é essencial conversar sobre o assunto ainda em vida. Esse foi o caso de Paulo Diogo, irmão de Dirceu, paciente do CEPON. “Meu irmão já havia falecido quando a equipe perguntou sobre a doação. Disse sim, porque sei que ele também gostaria. Foi um momento doloroso, mas transformamos a dor em esperança ao doar as córneas e outros tecidos possíveis”, relatou Paulo.

Mesmo pacientes oncológicos podem ser doadores de córneas, com exceção de casos específicos como doenças onco-hematológicas. Segundo especialistas, 90% das córneas avaliadas estão aptas para transplante, e o tecido pode ser preservado por até 15 dias.

O diretor-geral do CEPON, Dr. Marcelo Zanchet, reforça que todo o processo é conduzido com ética e respeito: “Garantimos a dignidade do corpo do doador, sem alterações na aparência, permitindo uma despedida serena. A decisão de doar é um ato de amor que salva vidas”.

De acordo com a SC Transplantes, até agosto deste ano já foram realizados 581 transplantes de córneas e escleras em Santa Catarina, mas ainda existem 578 pessoas na fila de espera. Para muitas delas, a doação de córneas no Setembro Verde representa a única chance de voltar a enxergar.

Compromisso e resultados

Desde 2013, a Comissão Hospitalar de Transplantes do CEPON (CHT-CEPON) já contabilizou 1.031 doações, o que rendeu à instituição o título de maior doador de córneas do Estado em 2018. Cada doação pode beneficiar até duas pessoas, resultado da dedicação dos profissionais e da solidariedade das famílias. “Transformamos a dor da perda em esperança para quem aguarda na fila”, explica a coordenadora da Comissão, enfermeira Giovanna Trescher.

Santa Catarina é referência nacional em doação de órgãos e tecidos, com destaque para a taxa de doação (42,4 pmp). No entanto, a taxa de negativa familiar ainda é de 28,4%, o que reforça a importância de ampliar a conscientização.

Converse com a sua família e manifeste o desejo de doar. Esse gesto pode mudar destinos, devolver a visão e oferecer qualidade de vida a quem espera. Como lembra Paulo, “saber que meu irmão proporcionou uma nova vida a outra pessoa trouxe consolo e significado à nossa perda. É um legado de generosidade que continua a pulsar no mundo”.

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