A capoeira é mais do que um esporte: é dança, música, cultura e, sobretudo, inclusão social. Cada ginga, cada toque de berimbau e cada roda formada revelam a força de uma tradição que une gerações e transforma vidas. Foi com esse espírito que Timbó recebeu, nos dias 26, 27 e 28 de setembro, o Batizado e Troca de Cordas da Escola Abadá-Capoeira, um encontro marcado por emoção, conquistas e celebração coletiva.
O evento ganhou vida no Centro Integrado de Cultura (CIC), reunindo dezenas de capoeiristas, familiares e autoridades. Embora o ponto alto tenha sido a cerimônia do sábado à noite, as atividades começaram já na sexta-feira e se estenderam até o domingo, com oficinas e rodas de integração.
Durante os três dias, a Mestranda Juma, do Rio de Janeiro, compartilhou seu conhecimento em cursos que abordaram técnica, jongo, maculelê, musicalidade e fundamentos da arte. A diversidade da programação envolveu tanto os iniciantes quanto os mais experientes, fortalecendo a comunidade capoeirista local.
O momento mais emocionante ocorreu no dia 27, quando aproximadamente 100 crianças do projeto “Capoeira e Família” receberam novas graduações. Cada corda conquistada simbolizou não apenas avanço na prática, mas também a perseverança, o esforço e a disciplina desenvolvidos nos treinos. O público presente celebrou com aplausos, reconhecendo a importância de cada vitória individual e coletiva.
À frente do projeto, o Instrutor Serrote e sua esposa Amora lideram com dedicação, oferecendo aulas gratuitas a mais de 100 crianças e adolescentes em escolas e comunidades da cidade, com apoio da Fundação Municipal de Esporte (FME) e da Prefeitura. Mais do que ensinar golpes e movimentos, eles cultivam valores como respeito, responsabilidade, musicalidade e trabalho em equipe.
Reconhecida em mais de 70 países e em todos os estados brasileiros, a Abadá-Capoeira é hoje a maior difusora da língua portuguesa no mundo e a única escola de capoeira reconhecida pelo MEC. Em Timbó, esse legado pulsa forte: cada roda, cada canto e cada batizado reafirmam que a capoeira é um caminho de inclusão e transformação social.
