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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

O timboense que transformou a corrida em recomeço

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A cena poderia ser apenas mais uma chegada de prova: passos firmes, respiração acelerada, suor brilhando no rosto. Mas, para o timboense Gesiel Guilherme Paisani, cruzar a linha de chegada da Coxa Running, em Curitiba, no dia 9 de novembro de 2025, significou muito mais do que vencer sua categoria. Foi o fechamento simbólico de um ciclo de coragem, fé e renascimento.
Entre mais de cinco mil atletas, Gesiel conquistou o primeiro lugar na prova realizada no entorno do Estádio Major Antônio Couto Pereira. Foi sua estreia na competição, mas a vitória parecia anunciar algo maior que um pódio , anunciava a força de alguém que decidiu reescrever a própria história.


Em entrevista à redação do Jornal do Médio Vale (JMV), o atleta relembra que o motivou a participar da Coxa Running: “desde menino sempre fui apaixonado por futebol. Aos 14 anos precisei parar de jogar para trabalhar, mas o amor pelo esporte nunca deixou de existir”, conta.


A corrida tornou-se, então, a ponte entre o passado e o presente: um gesto simples e poderoso de permanecer conectado ao esporte, cuidando do corpo e acalmando a mente. Participar da Coxa Running, segundo ele, foi “uma realização pessoal”, uma celebração da sua própria trajetória.


A vitória que carrega outras vitórias dentro

A emoção da chegada foi arrebatadora. “Foi uma mistura de alegria, gratidão e fé”, descreve. O corredor lembra do início do ano, quando recebeu o diagnóstico de um tumor e passou por cirurgia na bexiga. Voltar aos treinos, resistir à dor, manter-se firme… cada detalhe fez parte daquela linha final que ele cruzou com os olhos marejados.


Sua rotina de preparação também foi marcada pela entrega. A poucos dias da competição, participou da 6ª Corrida Pelos Animais de Rua, onde conquistou a 4ª colocação geral, um impulso que reforçou sua confiança. Treinos de velocidade, rodagens, musculação, e uma noite chuvosa, na véspera da prova, quando fez seu último treino e sentiu que estava pronto.
O percurso em Curitiba exigiu força, especialmente nas subidas e na parte final. Mas havia algo maior o guiando. “Cada passo foi uma vitória”, diz ele, lembrando do apoio da esposa, dos pais e dos colegas da Brandt Máquinas, onde trabalha como técnico de segurança do trabalho.

Valores que se encontram: corrida, trabalho e vida

Para Gesiel, a corrida espelha valores que também vive diariamente na Brandt: superação, espírito de equipe e compromisso. “Assim como numa corrida, cada um tem seu papel, mas o resultado vem da força do grupo. A Brandt me inspira a ser melhor”, afirma.
Ele também vê no esporte uma extensão da própria profissão. “Como técnico de segurança, falo todos os dias sobre saúde e prevenção. Cuidar do corpo é cuidar da vida”, explica. A prática da corrida traduz na pele aquilo que ele ensina na teoria.
O apoio da empresa e dos colegas foi essencial. “Ter esse incentivo fez toda a diferença”, destaca. E deixa um recado a todos: “Nunca é tarde para começar. A corrida pode ser um reencontro — com a saúde, a mente e a alma.”

A corrida como símbolo de renascimento

A conquista em Curitiba marca um marco pessoal e profissional. “Representa superação. Depois da cirurgia, a corrida se tornou símbolo de vida, de fé e de recomeço”, diz.


Para 2026, ele já planeja novas competições e sonha em inspirar outras pessoas a cuidarem da saúde e acreditarem na própria capacidade. Seu conselho a quem deseja começar? “Comece devagar, mas comece. Não compete com os outros; compete com você mesmo. A corrida é gratidão”.

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