25.3 C
Timbó
terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Natal com pets: cuidado que também celebra o amor

Data:

No Natal, a casa se enche de risadas, aromas e abraços. Entre passos apressados e mesas postas, alguém abana o rabo aos nossos pés ou se acomoda silenciosamente no sofá, ronronando satisfeito por fazer parte daquele momento. Cada vez mais, os animais de estimação ocupam esse lugar de pertencimento: não são visitantes, são família.

O período natalino é marcado por encontros, festas e refeições especiais, mas também exige atenção redobrada com quem divide o lar conosco. Em entrevista à redação do Jornal do Médio Vale (JMV), a médica veterinária Anna Carolina Cé (CRMV-SC 14051), que atua em uma clínica em Timbó, destaca que a humanização dos pets é uma tendência positiva, desde que venha acompanhada de responsabilidade, respeito e cuidado consciente.

Entre os principais pontos de atenção está a alimentação. Em épocas de celebração, a comida ganha protagonismo, mas nem tudo o que vai à mesa pode ser oferecido aos animais. Alimentos comuns na ceia de Natal, como uvas e uvas-passas presentes em panetones e farofas, cebola — mesmo retirada da carne —, chocolate, nozes e castanhas, são tóxicos para cães e gatos. Ossos cozidos também representam risco, pois podem se fragmentar e causar perfurações internas. Já carnes muito gordurosas podem desencadear intoxicações e quadros de pancreatite, especialmente em animais mais sensíveis.

Responsabilidade nas festas de fim de ano

Outro cuidado essencial envolve os fogos de artifício e os ruídos intensos típicos dessa época. Muitos pets sofrem com estresse, medo e crises de ansiedade, principalmente aqueles com predisposição a convulsões ou que fazem uso de medicação contínua. Criar um ambiente mais silencioso, manter portas e janelas fechadas e garantir a presença de alguém de confiança são atitudes simples que fazem grande diferença. Enquanto a festa acontece do lado de fora, dentro de casa o que se constrói é acolhimento e segurança.

As decorações natalinas também merecem atenção. Fios elétricos, enfeites pequenos e objetos brilhantes podem atrair animais curiosos, especialmente aqueles que costumam roer ou ingerir corpos estranhos, aumentando o risco de acidentes.

O Natal é, ainda, tempo de presentes — e aqui cabe uma reflexão importante. Presentear com um animal exige mais do que empolgação momentânea. A convivência com pets é extremamente positiva para crianças, contribuindo para o desenvolvimento da empatia, do senso de responsabilidade e do carinho. No entanto, um animal não é um presente passageiro. Ele exige cuidados veterinários, alimentação adequada, tempo, atenção e compromisso por muitos anos. Antes de tomar essa decisão, é fundamental que toda a família esteja alinhada quanto à rotina, às viagens e à responsabilidade a longo prazo.

Falando em viagens, o alerta é claro: animais não devem ser deixados presos por longos períodos, nem em locais quentes ou sem ventilação, como carros ou áreas externas expostas ao sol. O calor excessivo pode causar desidratação, estresse e quadros graves de hipertermia. Planejar com antecedência onde e como o pet ficará é parte essencial do cuidado.

Dentro desse contexto, a humanização dos pets representa o desejo genuíno de incluí-los na família, oferecendo carinho e conforto. Isso é positivo quando respeita as necessidades e características de cada espécie. Existe uma linha tênue entre cuidar e exagerar. Roupas inadequadas para o calor, acessórios desconfortáveis ou práticas que comprometem o bem-estar podem causar mais prejuízos do que benefícios. Cada animal é único, e respeitar sua individualidade também é uma forma de amor.

Os pets aquecem nossos corações, despertam empatia e revelam o melhor de nós. São seres que dependem inteiramente dos humanos para viver bem. Por isso, mais do que incluí-los nas celebrações, o maior presente que podemos oferecer é cuidado consciente, respeito e amor — no Natal e ao longo de todo o ano. E, como imprevistos podem acontecer, é sempre importante ter à mão o contato de clínicas ou serviços de pronto atendimento veterinário.

O verdadeiro espírito do Natal também se mede pela forma como cuidamos de quem não pode pedir ajuda. Que neste fim de ano, o carinho que transborda na casa também alcance aqueles que caminham, correm ou dormem bem perto de nós.

Últimas Notícias

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

error: Conteúdo protegido de cópia.