Os dias passam e os números só aumentam. Chegou a 151 o número de vítimas dos temporais e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre o fim de abril e a primeira quinzena de maio. Conforme o relatório da Defesa Civil divulgado na manhã desta quinta-feira, dia 16, 104 pessoas estão desaparecidas. São 615,3 mil pessoas fora de casa. Deste total, 538,1 mil estão desalojados (em casas de amigos ou parentes) e 79,4 mil foram acolhidos em abrigos.
Assim como o Rio Grande do Sul, o estado de Santa Catarina também sofre com os eventos climáticos. Com um histórico que envolve ventos fortes, granizos, chuvas fortes, enchentes, deslizamentos e desbarrancamentos. Diante desse cenário, um questionamento vem à tona: será que Timbó está preparada caso aconteça um evento climático semelhante?
A redação do Jornal do Médio Vale entrevistou Fábio Melere, coordenador da Defesa Civil de Timbó. Juntando-se a outros municípios catarinenses. Timbó “adotou” a cidade de Rolante e, por conta disso, alguns timboenses foram até a cidade levar as doações e também verificar in loco a situação da cidade.
Cenário no RS
“O que o Rio Grande do Sul está passando, infelizmente para nós catarinenses, não é um cenário novo. No ano de 1983 e 1984, Santa Catarina sofreu uma das suas maiores tragédias climáticas. Em 2008, também tivemos um evento climático que deixou rastro de destruição e mortes. E nós fomos ajudados pelo Rio Grande do Sul, por isso, nada mais justo do que estender a mão aos nossos irmãos gaúchos”.
“No caminho para a cidade de Rolante, nós vimos um estado bem fragilizado. Áreas grandes e inundadas, na cidade o cenário é bem complicado, com muita lama, árvores caídas e uma força tarefa de moradores, impressionante”, ressalta Melere.
Timbó está preparado
para um evento climático
como esse?
Impossível não se preocupar com o que aconteceu no Rio Grande do Sul, e por isso, a intenção do Jornal do Médio Vale não é alarmar, e sim conscientizar a população de que o que aconteceu no Rio Grande do Sul pode, sim, acontecer na nossa região.
Partindo desse ponto, questionamos Melere a respeito dessa preparação tanto dos órgãos públicos como também da comunidade.
“Falando da cidade de Timbó, eu posso dizer que o povo de Timbó está preparado, leva a sério os alertas emitidos. Quem mora em áreas de risco onde a cota é abaixo dos sete metros já está bem “calejado” e sabe como agir. Nós temos pouquíssimas dificuldades de agir com esses moradores, pois são pessoas treinadas e conseguem lidar bem com a enchente. Com o passar dos anos, nós fomos aperfeiçoando nosso trabalho, melhorando os sistemas e o trabalho. Um exemplo é que dividimos os abrigos em humanitários e mobiliários. Uma demanda que surgiu na última enchente do ano passado foi um local para abrigos de pets.
Obviamente que em alguns casos existe certa resistência dos moradores, “às vezes a gente ouve aquela velha frase: eu moro aqui há tantos anos e nunca entrou água na minha casa”. “Importante salientar que quando emitimos um alerta, seja para área de deslizamento ou inundação, emitimos o alerta com base nos dados que recebemos do Governo do Estado, Governo Federal e também no conhecimento que nós temos. A Defesa Civil não vai emitir um alerta falso. E a principal intenção do alerta é que o morador tenha tempo hábil de sair com segurança e retirar ou erguer seus móveis”, destaca Fábio Melere, coordenador da Defesa Civil.
A entrevista completa com Fábio Melere, você pode assistir no canal do YouTube do Jornal do Médio Vale.