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domingo, 1 de dezembro de 2024

Violência contra a pessoa idosa

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Neste mês, a campanha “Junho Violeta” alerta a sociedade sobre os direitos e as diversas formas de violência praticadas contra a pessoa idosa. A coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos e Terceiro Setor do Ministério Público do Estado de Santa Catarina, doutora Ana Luisa de Miranda Bender Schlichting, aborda a questão da violência contra a pessoa idosa.

Em entrevista, a doutora Ana Luisa de Miranda Bender Schlichting destaca que “nossa sociedade está envelhecendo. Segundo o IBGE, estima-se que em 2030 teremos mais pessoas idosas do que crianças no Brasil. Essa realidade deveria nos levar, enquanto sociedade, a refletir sobre a forma como as pessoas idosas são tratadas. Afinal, envelhecer não é sinal de incapacidade, tampouco de perda da lucidez e da autonomia. Envelhecer é estar vivo e, o que se espera é que todos possamos chegar lá”.

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Segundo Ana Luisa, “ocorre que, cotidianamente, as pessoas idosas são expostas a situações de preconceito, apenas em razão da idade – o que se chama de etarismo. E a partir dessa visão pejorativa, surgem outros tipos de violência, que são naturalizadas e banalizadas, inclusive por quem está próximo da pessoa idosa. De acordo com a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, 71,5% dos casos denunciados em 2023 ocorreram dentro das casas das vítimas”.

A coordenadora afirma que “para além da violência física e patrimonial, a negligência, o abandono e a violência psicológica são as formas mais recorrentes de violação dos direitos das pessoas idosas e, também, as mais silenciosas. Ofensas, xingamentos, constrangimentos, exclusão dos espaços familiares e a perda da possibilidade de escolha podem ferir a pessoa idosa tanto ou mais do que a violência física. O Ministério Público de Santa Catarina atua na defesa dos direitos destas pessoas e compreende a urgência e a importância deste tema”.

Conforme Ana Luisa, “é fundamental que as pessoas idosas em situação de violência encontrem no poder público um ambiente de respeito, acolhimento e profissionalismo. Pensando nisso, o Ministério Público uniu-se a outros órgãos e entidades para a construção do Protocolo de Atendimento à Pessoa Idosa Vítima de Violência – PISC”.

A profissional frisa que “o objetivo do Protocolo é capacitar os profissionais que atuam na defesa dos direitos da pessoa idosa em todo o estado, oferecendo fluxos e instrumentos para uniformizar, qualificar e humanizar a atuação, evitando a revitimização destas pessoas. Zelar pelos direitos das pessoas idosas é dever do Estado, da família e da sociedade. Faça sua parte!”.

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