O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou ao portal Metrópoles, em entrevista concedida nesta semana, a intenção de lançar seu filho, Carlos Bolsonaro, ao cargo de senador por Santa Catarina, em 2026, quando serão disputadas duas cadeiras em cada estado da federação. Atualmente, Carlos Bolsonaro é vereador no Rio de Janeiro, estando em seu terceiro mandato, sempre com expressivas votações.
A decisão da “Família Bolsonaro” de ocupar um espaço na política catarinense, por meio da candidatura de Carlos, deriva do grande apoio dos catarinenses ao ex-presidente nas duas eleições que disputou. Carlos também era cotado para disputar uma vaga na Câmara Federal pelo Rio de Janeiro, mas Bolsonaro, pai, acredita que isso poderia desagradar nomes cariocas, que poderiam considerar a disputa desigual com seu filho, que tem na figura dele uma vantagem competitiva, devido à sua projeção como ex-presidente da República.
De fato, Santa Catarina foi o estado com a maior densidade eleitoral de Jair Bolsonaro nas duas eleições presidenciais que disputou. Sua aprovação foi fundamental para a eleição do atual governador, Jorginho Mello (PL), e do senador Jorge Seif (PL), que é carioca e não tinha tradição na política catarinense. Os bolsonaristas do PL acreditam que, se Seif foi eleito, em 2022, devido ao apoio do ex-presidente, o filho que carrega o nome Bolsonaro poderá ter uma votação ainda maior.
Outra vantagem competitiva, em 2026, será a disputa de duas vagas no Senado, quando se encerrarão os mandatos de Esperidião Amin (PP) e Ivete da Silveira (MDB), que foi suplente de Jorginho Mello. Cada estado da federação tem três representantes no Senado, sendo que os mandatos são de oito anos. A cada quatro anos há eleição de senadores, mas em um pleito (como em 2022) é eleito um representante e, no pleito seguinte (como em 2026), são eleitos dois senadores.
Estratégia
A decisão de lançar a pré-candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina segue uma estratégia do ex-presidente Bolsonaro de eleger o maior número possível de representantes no Parlamento e, em especial, no Senado, que pode deliberar sobre questões como a nomeação ou até o impedimento de ministros do Supremo Tribunal Federal. Atualmente, o Senado é dominado pelos partidos denominados como “Centrão”, que oscilam no apoio ao governo de plantão. A intenção do PL é ampliar a base de senadores para fazer frente ao que consideram um STF militante.