O domingo de 3 de agosto foi marcado por manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em movimento suprapartidário, que teve como principais bandeiras a pressão sobre o Congresso Nacional para a instalação de um processo de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que detém 28 pedidos de abertura no Senado Federal, o foro constitucional para deliberar sobre a questão.
Outra pauta é o encaminhamento do Projeto de Lei da Anistia, que está na Câmara dos Deputados e depende de aval do presidente Hugo Motta (Republicanos) para iniciar a tramitação. O projeto depende de aprovação nas duas casas legislativas (Câmara e Senado). No caso do processo de impeachment contra Alexandre de Moraes, a abertura do processo já conta com mais de 41 assinaturas e depende de encaminhamento pelo presidente Davi Alcolumbre (União Brasil).
Em várias capitais estaduais e cidades de grande e médio porte por todo o país, foram realizadas manifestações. A liderança do PL nacional estima que foram reunidas mais de um milhão de pessoas (somadas), mostrando um grande apoio ao ex-presidente Bolsonaro.
No Médio Vale do Itajaí, foram realizadas manifestações em Indaial, defronte à Loja Havan, e em Blumenau. No evento em Indaial, foram reunidas mais de 500 pessoas, incluindo os prefeitos de Timbó, Flávio Germano Buzzi (PL), e de Indaial, Silvio César da Silva, além dos vices, vereadores, dirigentes partidários, empresários e apoiadores em geral. As manifestações foram pacíficas e não houve bloqueio da rodovia BR-470, mas o trânsito foi lento, devido a veículos que passavam e buzinavam em apoio ao movimento.
Nesta semana, tiveram início os trabalhos no Congresso Nacional, e os partidos de oposição ao governo Lula obstruíram a pauta e ocuparam a mesa da Câmara e do Senado, em pressão aos presidentes Alcolumbre e Motta. Ambos rejeitaram a pressão e chegaram a acionar a Polícia Legislativa para retomar os trabalhos. A pauta da Anistia e o processo de impeachment contra Moraes, por ora, foram rejeitados pelas lideranças do Congresso.
A pressão da oposição foi reforçada, nesta semana, com a decisão do ministro Moraes em decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Bolsonaro, após este atender uma ligação de seu filho e do deputado Nikolas Ferreira, ambos do PL, durante as manifestações no Rio de Janeiro e em São Paulo. Bolsonaro estava em sua casa, em Brasília, onde cumpre medidas restritivas, monitorado por tornozeleira eletrônica, e não pode participar presencialmente das manifestações.
Embora cumprindo as restrições, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que preside o processo contra o ex-presidente, considerou que Bolsonaro desobedeceu às restrições ao participar por telefone de um ato contra o processo a que responde. A prisão domiciliar divide a opinião de juristas e teve uma manifestação contundente do governo dos Estados Unidos, que já havia se declarado anteriormente contra as restrições a Bolsonaro, em carta do presidente Donald Trump enviada ao presidente Lula, anunciando a aplicação de tarifas contra as exportações do Brasil.
O ministro Moraes também foi alvo da Lei Magnitsky, decretada por Trump, enquadrando o brasileiro em personagens que atentam contra os direitos humanos, a democracia e a liberdade de expressão.