“O banco informou que os juros são definidos conforme a conjuntura do mercado”. A frase é do assessor de investimentos na Nomos/XP Investimentos, professor e mestre, Rafael Lehmkuhl ao relatar que a Caixa Econômica Federal ajustou os juros de financiamentos imobiliários do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), influenciada pela alta da Taxa Selic e pelo aumento de saques na caderneta de poupança.
O especialista observa que, desde 2 de janeiro, as taxas corrigidas pela Taxa Referencial (TR) subiram para TR + 10,99% a 12% ao ano, ante TR + 8,99% a 9,99% em 2024. Já as taxas vinculadas à poupança passaram para a remuneração da caderneta, de + 4,12% a 5,06% ao ano, comparadas a + 3,1% a 3,99% anteriormente.
A Caixa, responsável por cerca de 70% dos financiamentos imobiliários no país, também elevou o valor da entrada de 20% para 30% em novembro e lançou modalidades atreladas ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), refletindo a alta da Selic, atualmente em 12,25% ao ano e projetada para 15,5%.
Impacto no Mercado
Conforme o profissional, o aumento das taxas afeta os financiamentos do SBPE, destinados à classe média, enquanto os do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) permanecem inalterados. O MCMV segue como alternativa para famílias com renda de até R$ 8 mil, oferecendo subsídios e taxas reduzidas, além de impacto positivo no setor de construção civil.
Segundo Lehmkuhl, os ajustes na Caixa refletem a redução de recursos no SBPE, que enfrenta saídas líquidas de R$ 11,2 bilhões em 2024, devido à migração para aplicações mais rentáveis. Em outubro, a poupança registrou R$ 6,3 bilhões em saques líquidos, marcando o quarto mês consecutivo de retirada.
Dicas para o Consumidor
Para enfrentar os desafios, o planejamento financeiro é essencial. Alternativas como a tabela SAC, com parcelas decrescentes, podem ser mais vantajosas em cenários de juros altos do que a tabela Price, de prestações fixas. Além disso, explorar outras instituições financeiras é uma opção. Apesar das mudanças econômicas e regulatórias, o financiamento imobiliário continua sendo uma alternativa viável, especialmente com taxas competitivas.
Adquirir um imóvel próprio garante:
- Valorização patrimonial: o imóvel tende a valorizar ao longo do tempo.
- Estabilidade: elimina reajustes de aluguel.
- Autonomia: permite reformas e personalizações.
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