Em reunião na FIESC, presidente da Emgepron acredita que o Brasil e SC podem se tornar exportadores de navios de defesa
A primeira das quatro fragatas da Classe Tamandaré que estão sendo produzidas em Santa Catarina será lançada em 5 de agosto e entregue à Marinha do Brasil em dezembro de 2025. A informação foi prestada nesta sexta-feira (19) pelo vice-almirante Edésio Teixeira Lima Júnior, presidente da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), uma empresa pública, vinculada à Marinha e que atua na promoção da indústria naval brasileira, gerenciamento de projetos da Marinha e obtenção e manutenção de material militar naval. Ele participou da reunião da diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).
A incorporação de conteúdo nacional é um dos objetivos estratégicos da Emgepron. “Estimava-se que para a primeira fragata no mínimo 30% de conteúdo nacional e já estamos com 32%. A partir do segundo navio [devemos estar] com 40%”, disse Lima Júnior. As fragatas estão sendo construídas pelo consórcio Águas Azuis Tecnologia Naval, composto pela Thyssenkrupp, Embraer e Atech. A segunda já teve sua produção iniciada, mas o batimento da quilha, que é quando a embarcação começa a tomar forma, começa em 6 de junho. Essa embarcação deve ser entregue em 2027. As outras duas serão entregues em 2028 e 2029.
As fragatas da Classe Tamandaré que estão em produção em Itajaí integram um projeto estratégico da Emgepron de buscar a autossuficiência e mesmo tornar o Brasil exportador de produtos de defesa intensivos em tecnologia e com alto nível de conteúdo local. O oficial entende que as quatro primeiras unidades não serão suficientes para as demandas da Marinha do Brasil. Em seu entendimento, seriam necessárias 12 embarcações.
Segundo Lima Júnior, o modelo adotado em Itajaí, baseado na formação de um cluster, foi expandido para outros projetos, como o da produção de navios de apoio antártico, no Espírito Santo, Rio de Janeiro e outros estados, e o da produção de Navios Patrulha de 500 toneladas, no Rio de Janeiro. Por causa desta linha de atuação proposta pela Emgepron, Santa Catarina pode se tornar um estado exportador de fragatas.
“Felizmente Santa Catarina foi contemplada com a construção das fragatas e esperamos que a iniciativa tenha continuidade e seja fortalecida”, comentou o presidente da FIESC.