Teka encerra impasse trabalhista de 13 anos ao firmar um acordo histórico de R$ 70 milhões com mais de 2.300 trabalhadores.
A negociação, concluída em novembro de 2025, representa um marco na trajetória da tradicional empresa de tecelagem e reforça seu compromisso com a responsabilidade social e a sustentabilidade financeira.
A operação foi conduzida pela nova gestão da companhia, com assessoria da EXM Partners, e sinaliza o início de uma nova fase para a Teka Tecelagem Kuehnrich S.A.
O acordo foi oficializado na sexta-feira (7) e é considerado um dos maiores avanços desde o início do processo de recuperação judicial, em 2012. Atualmente, a Teka é controlada pelo Alumni FIP (Fundo de Investimentos e Participações), que possui 40% das ações e vem liderando um processo de modernização e reestruturação desde junho de 2025.
O entendimento foi construído em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem em Geral de Campinas e Região (SP), contemplando funcionários das unidades de Blumenau (SC), Artur Nogueira (SP) e Indaial (SC).
Os recursos iniciais para o pagamento serão provenientes de fundos já existentes em contas judiciais vinculadas ao processo de recuperação. Cada um dos 2.333 trabalhadores beneficiados receberá até R$ 10 mil na primeira etapa, conforme o limite estabelecido, e valores superiores serão parcelados em até 36 vezes.
A Teka também planeja antecipar a quitação das parcelas com a venda de imóveis não operacionais, garantindo que todo o valor obtido seja revertido em benefício dos trabalhadores.
Além disso, os depósitos recursais e judiciais disponíveis nos processos trabalhistas, tanto do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC) quanto do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas-SP), serão liberados.
Após a quitação integral aos trabalhadores, o saldo remanescente das vendas dos imóveis será utilizado para antecipar o pagamento do FGTS, cumprindo o acordo firmado com a Caixa Econômica Federal.
Segundo o Diretor-Presidente da Teka, Rogério Aparecido Marques, o objetivo é garantir que os pagamentos ocorram ainda em 2025. “Os colaboradores desligados e ativos que aguardam pagamentos atrasados devem procurar seus advogados o quanto antes para formalizar o termo de adesão e receber os valores o mais breve possível.
A vontade da Teka e dos Tribunais é efetuar os pagamentos antes do recesso de fim de ano”, destacou Marques. “A Teka priorizou a dívida trabalhista e está empenhada em realizar esse processo de forma ágil e transparente”, completou.
O acordo foi homologado em duas instâncias: no TRT-15 (Campinas-SP), a conciliação foi acompanhada pelo Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejusc-JT) e homologada pelos juízes Caio Rodrigues Passos Martins e Fernanda Constantino de Campos, com a presença da desembargadora Ana Cláudia Torres Vianna, vice-coordenadora do Nupemec.
Já no TRT-12 (SC), o “Termo de Acordo para Execução Coletiva dos Créditos Trabalhistas” foi firmado perante a Secretaria de Execução do TRT-12 (SEXEC), sob responsabilidade do juiz gestor regional da execução, Roberto Masami Nakajo.
Com o desfecho do processo, a Teka demonstra que é possível unir responsabilidade social, compromisso com os trabalhadores e uma gestão voltada à sustentabilidade financeira, encerrando um capítulo de 13 anos de desafios e abrindo caminho para uma nova etapa de crescimento e confiança no setor têxtil.
