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sábado, 23 de agosto de 2025

Amor cultivado entre orquídeas: a história do casal Bachmann

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No coração do bairro Padre Martinho Stein, em Timbó, floresce uma história que vai muito além da jardinagem: é a história de um amor cultivado entre vasos, estufas e pétalas delicadas. Ademir Bachmann e sua esposa, Ingeburg J. Bachmann, descobriram nas orquídeas não apenas um hobby, mas também uma forma de viver a dois em harmonia. Cada botão que desabrocha carrega consigo a paciência, o cuidado e a cumplicidade de quem transforma o cultivo das flores em um gesto diário de união.

Integrantes do Círculo de Orquidófilos de Timbó, eles se preparam com entusiasmo para a 39ª Exposição de Orquídeas e Plantas Ornamentais, que acontece de 12 a 14 de setembro, no Pavilhão de Eventos Henry Paul. Mais do que um evento, para o casal, a mostra é um reencontro com amigos, um espaço de aprendizado e a chance de compartilhar com o público a beleza que floresce todos os dias em seu orquidário.

O casal mantém três grandes estufas, onde cuidam de aproximadamente quatro mil vasos de orquídeas. Um número impressionante, mas que, para eles, é sinônimo de dedicação diária. “Cada planta tem sua necessidade. É como cuidar de alguém da família: precisa de atenção, água na medida certa, sol filtrado e o adubo correto. Se faltar ou exagerar em algo, a planta sente”, explica Ingeburg.

Enquanto ele se dedica às Cattleyas, conhecidas pelas flores grandes e exuberantes, ela cuida com paciência das Paphiopedilum, chamadas carinhosamente de “sapatinhos”, que podem permanecer floridas por até dois meses.

A experiência ensinou o casal a escolher as espécies certas. No início, cultivavam muitas orquídeas nativas, coletadas com cuidado para não agredir a natureza. Mas logo perceberam que algumas espécies não se adaptam bem aos vasos, pois precisam da árvore e da umidade natural da mata.

Hoje, a preferência é pelas híbridas, resultado de cruzamentos que unem beleza e resistência. “Elas se adaptam melhor às estufas e ao nosso clima, e ainda assim cada uma tem sua exigência. Algumas precisam de mais sombra, outras gostam de luz suave. É preciso observar todos os dias, aprender com elas”, comenta Ademir.

A rotina inclui rega controlada, para não encharcar as raízes; adubação equilibrada, com atenção ao potássio e ao nitrogênio; controle de luz e temperatura, com telas que protegem contra o sol intenso; além da poda e limpeza dos vasos, evitando pragas e doenças. “Cuidar de orquídeas é também conversar com elas. Pode parecer bobagem, mas a gente cria um vínculo. É terapia, é paz”, completa Ingeburg.

Troféus, trocas e amizades

Quem entra no orquidário dos Bachmann encontra prateleiras repletas de flores e também de troféus. São tantas premiações ao longo dos anos que o casal já perdeu a conta. “Cada flor premiada é um orgulho, porque sabemos o quanto de cuidado há por trás dela”, diz Ademir.

Mas além das medalhas, há também a alegria das trocas entre colecionadores. “Muitas vezes a gente leva uma planta daqui e traz outra de lá. É uma forma de amizade, de manter a diversidade e de aprender sempre”, acrescenta.

Entre tantas espécies, algumas guardam lembranças especiais. Uma delas é a Maxillaria picta, uma orquídea nativa de perfume adocicado e inesquecível. “É um cheiro que você sente uma vez e nunca mais esquece. Toda vez que encontro, lembro da primeira vez”, conta Ingeburg.

Esse encanto pelo perfume e pela delicadeza das flores faz com que as visitas a outros orquidários se tornem verdadeiros passeios românticos. “Se você nos der a opção entre uma noite de baile ou um dia em um orquidário, nós escolhemos o orquidário. Ficamos horas observando, admirando, aprendendo”, confessa o casal, entre risadas.

Exposição: um encontro com a natureza

A 39ª Exposição de Orquídeas e Plantas Ornamentais de Timbó promete encantar os visitantes. Além de centenas de orquídeas, o público encontrará também bromélias, cactos, bonsais e outras plantas ornamentais.

A programação inclui:

  • Mostra de plantas em competição, avaliadas por juízes especializados;
  • Mercado de produtores locais, onde será possível adquirir mudas e flores;
  • Feira de artesanato e praça de alimentação;
  • Workshops de jardinagem, com dicas para iniciantes e apaixonados por plantas;
  • Espaço pet friendly, para que toda a família, inclusive os animais de estimação, aproveite o evento.

Uma novidade desta edição será o olhar das crianças: elas terão a oportunidade de votar na orquídea mais bonita. “É uma sementinha que plantamos no coração delas. Quem sabe não nasce ali um novo apaixonado por orquídeas?”, reflete Ingeburg.

Mais do que flores: união

No fim das contas, para Ademir e Ingeburg, cada vaso cultivado é um símbolo de algo maior. São flores que nasceram da paciência, da cumplicidade e da vontade de crescer juntos. “Casal que trabalha unido, cresce unido”, dizem eles, enquanto ajeitam delicadamente as flores que em breve irão colorir a exposição de setembro.

E é assim que, entre estufas, troféus e perfumes naturais, o casal Bachmann prova que o amor, quando cultivado a dois, floresce como uma orquídea: forte, delicado e eterno.

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