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sábado, 7 de setembro de 2024

Um amor que passa de geração

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Para celebrar o Dia do Colono, comemorado em 25 de julho, a redação do Jornal do Médio Vale (JMV) visitou Nilo Tamanini, produtor de uvas e vinhos em Timbó, na localidade de Rio Fortuna. Há mais de seis décadas, Tamanini se dedica à agricultura, uma paixão herdada de seu avô Alexandre Zobolli.

Em entrevista, Tamanini compartilhou a trajetória de sua vida no campo, desde os primeiros passos na lavoura até os dias atuais. Ele lembra como tudo começou: “Quando eu tinha 13 anos, meu avô estava muito doente e um dos seus últimos pedidos foi que eu continuasse com a plantação de uva. No primeiro ano, plantei nove varinhas, e sete delas vingaram. No ano seguinte, plantei mais parreirais e colhi cerca de 70 a 80 quilos de uva. Além de vender as uvas, comecei a produzir vinho, não para comercializar, mas meu pai gostou e me incentivou. Nos anos seguintes, além de vender as uvas, também produzíamos vinho.”

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Inicialmente, a principal renda familiar era o fumo, com a uva servindo como complemento. Em 1996, o agrônomo Valdir Bagio sugeriu que Tamanini aumentasse a produção de uvas, substituindo o tabaco. “Essa foi uma grande mudança na minha vida. Cheguei a plantar cerca de três mil plantas, produzindo até 18 toneladas de fruta. Vendia bem e ganhava muito bem,” lembra Tamanini.

Os dias atuais

Apesar de continuar a produção de uvas e vinho, Tamanini admite que os tempos mudaram. Aos 73 anos, ele ainda planta e colhe verduras, legumes e frutas, mas agora principalmente para consumo próprio. “Hoje as vendas não são como antes. Minha renda fixa é a aposentadoria. Há uma desvalorização no preço da uva e um aumento nos custos dos insumos. Não posso ter mão de obra para ajudar, pois meu filho tem problemas de coluna,” explica.

Futuro do colono

Tamanini é realista sobre o futuro do pequeno produtor: “Na minha opinião, o pequeno produtor hoje não vai se segurar tão fácil. Os jovens foram para a cidade grande, não se interessam mais pela agricultura. Eu consigo viver bem, mas não sobra mais dinheiro no bolso. Produzo meu próprio café, açúcar e alimentos para a família, mas não tenho condições de sobreviver apenas da venda de vinho e uvas. O pequeno produtor hoje é desvalorizado.”

A persistência

Apesar das dificuldades, o amor pela agricultura ainda motiva Tamanini a continuar produzindo. “Enquanto eu estiver vivo e com condições de cuidar da plantação, vou plantar e colher uvas e continuar a produção de vinhos artesanais.”

Incentivo a agricultura local

Se você quer apoiar a agricultura local, a venda de uvas na propriedade de Tamanini começa no final de dezembro. “Temos três tipos de uvas: Niágara, Bordô e Isabel. O visitante pode colher as uvas diretamente do parreiral. É uma experiência única,” diz Tamanini. Ele também oferece degustação e venda de vinhos artesanais: branco, tinto, suave e seco. Além disso, Tamanini terceiriza a produção de pisco, uma aguardente de uvas.

Nilo Tamanini é apenas um dos muitos colonos em Timbó. Segundo o Departamento de Agricultura de Timbó, atualmente existem 62 produtores de arroz, 180 agricultores de produtos bovinos, 15 produtores de milho, 10 de suínos, 12 piscicultores e 13 produtores de hortaliças.

Para apoiar Nilo Tamanini, visite o sítio localizado na rua Rio Fortuna, sem número, no bairro Tiroleses, a três quilômetros da entrada da comunidade. O telefone de contato é (47) 99929-4255.

A entrevista completa com Tamanini está disponível no canal do YouTube do Jornal do Médio Vale.

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