Antotipia: Fotografia e Natureza
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Clarice Graupe Daronco

“A antotipia é um processo que utiliza a fotossensibilidade de pigmentos vegetais impregnados em papel para produzir impressões fotográficas. A luz do sol, ao entrar em contato com esses pigmentos, degrada-os e aumenta o contraste entre o papel e uma imagem a ser revelada, possibilitando a impressão de imagens”. As informações são da artista visual, graduada em Artes Plásticas, Maria Adelina Costa.
Em entrevista a profissional explica que “esse processo surgiu em meados do século XIX, em uma época na qual os estudos sobre fotografia estavam a todo vapor. O cientista matemático e astrônomo inglês John Herschel (1792 – 1871) foi quem buscou e encontrou uma interseção entre os estudos sobre pigmentos vegetais e sobre técnicas de fotografia. Herschel fez inúmeras contribuições à fotografia e inventou as técnicas de cianotipia e antotipia”.
Maria Adelina Costa – artista plástica
De acordo com Maria “a primeira etapa para a realização da antotipia é a escolha da planta da qual será feito o extrato. Nesse sentido, é importante entender que pigmentos vegetais são as moléculas que conferem cor às plantas. A cor verde, característica da maioria dos vegetais, é dada pela clorofila, mas, além dela, existem outros pigmentos que também são muito presentes, como os carotenoides (que conferem uma coloração amarela/laranja/vermelha) e os flavonoides (cor vermelha/roxa/azul)”.
A artista plástica observa que “para a realização da antotipia, pode-se utilizar qualquer parte de uma planta que tenha alguma cor. Desde as folhas e flores até as raízes, caules e frutos. É interessante que as plantas escolhidas apresentem uma coloração forte. É possível usar desde flores do seu jardim até temperos da sua cozinha!”.
Segundo Maria através da Lei Aldir Blanc esta técnica estará à disposição das escolas do município e da Fundação Cultural de Timbó, onde você poderá conhecer e aprender como ela é elaborada na prática. Agradeço à Fundação de Cultura e Turismo de Timbó, representada atualmente pelo diretor-presidente, Jorge Ferreira, que em meio à pandemia sinalizou para que o município recebesse os recursos, valorizando os artistas locais que tiveram seus trabalhos paralisados pela pandemia”.