Parte da vida e da obra do naturalista alemão é contada nos cinco volumes de livros publicados a partir de 1915 pelo sobrinho
O Arquivo Histórico José Ferreira da Silva disponibiliza para pesquisa obras raras com a história de Johann Friedrich Theodor Müller (1822-1897), ou simplesmente Fritz Müller. Interessados em conhecer um pouco mais sobre este curioso personagem alemão naturalizado brasileiro, que andou por terras blumenauenses, contam com vasto e importante material que inclui cartas impressas em cinco volumes de livros publicados por Alfredo Moeller, sobrinho do naturalista, entre 1915 e 1921.
O secretário de Cultura e Relações Institucionais (SMC), Sylvio Zimmermann Neto, salienta que a conservação desses livros pelo Arquivo Histórico evita a perda de informações valiosas e ajuda a garantir que futuras gerações tenham acesso a fontes originais. “Em muitos casos, os livros raros são peças únicas ou de tiragem limitada, tornando a preservação ainda mais importante. Sem essa proteção, há o risco de degradação de muitos documentos que compõem a nossa identidade cultural”, observa.
As coleções destinadas a pesquisas fazem parte do acervo de obras raras. “O material foi recolhido após a morte do naturalista pelo sobrinho dele. Os livros contam um pouco da vida e da história de Fritz Müller”, explica a diretora do Arquivo Histórico, Sueli Petry. “Relembrar esse personagem é uma forma de manter viva a sua contribuição para o mundo científico, como também despertar nas gerações do presente e futuras o legado, o conhecimento e a valoração deste pesquisador e estudioso da natureza”, completa.
Fritz Müller chegou a Santa Catarina em 1852, aos 30 anos, com uma sólida formação acadêmica em história natural e medicina. Instalou-se na recém-fundada colônia de Blumenau. Foi correspondente e colaborador dos maiores naturalistas da época. As cartas que escrevia para colegas pesquisadores alemães são consideradas raras, e esse conteúdo está disponível para pesquisas no arquivo blumenauense.
Alcançou fama internacional como cientista e atuou para consolidar a biologia como um ramo da ciência. Foi o primeiro a dar suporte científico à teoria da evolução das espécies de Charles Darwin, que o chamou de Príncipe dos Observadores.
Em uma das cartas escritas no dia 6 de janeiro de 1853, compilada pelo Dr. Alfred Moller, Fritz Müller faz um relato da vida que levava na colônia. Em outra, escrita no dia 31 de março de 1857, conta sobre a transferência para Desterro (1856-1867), para onde se deslocou para desfrutar de pesquisas próximo ao mar. Foi onde teria vivido seus melhores anos estudando os crustáceos e os moluscos, o que lhe rendeu respeito entre os mais renomados cientistas do seu tempo.
Os interessados podem visitar o Arquivo Histórico de segunda a sexta-feira, das 8 às 12h e das 13h30 às 17h.
