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sábado, 5 de julho de 2025

Arte que transforma: um ato de amor, inclusão e desenvolvimento

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Em Benedito Novo, há uma ponte delicada, construída com pinceladas de afeto, cores vibrantes e gestos precisos: é a ponte da arte. Uma arte que acolhe, ensina e transforma. Assim nasceu, das mãos e do coração da artista plástica Tânia Izabel Bertoldi Campestrini, o projeto Oficinas de Arte Inclusiva, cuja segunda edição acaba de encerrar, deixando rastros de beleza e emoção nas crianças, nas famílias e em toda a comunidade escolar.

Conduzido por um trio apaixonado — Tânia, junto das ministrantes Anna Clara Campestrini e Maristela Sardagna — o projeto promoveu 15 encontros entre dezembro de 2024 e junho de 2025, em um espaço onde as tintas e os sentimentos se entrelaçaram: o Ateliê Tânia Campestrini.

Arte que acolhe o coração e desperta os sentidos


Nas palavras concedidas pela própria Tânia em entrevista, “a arte, quando guiada com sensibilidade e intenção, é uma forma de abraço”. E foi exatamente isso que cada oficina proporcionou. As crianças, com e sem Transtorno do Espectro Autista (TEA), foram convidadas a se expressar por meio de 11 técnicas artísticas cuidadosamente pensadas — da pintura com os dedos à modelagem com argila, da colagem em papel à pintura ao ar livre sobre pedras e telas.

Cada atividade foi mais do que uma brincadeira: foi uma experiência sensorial, afetiva e terapêutica, respeitando o ritmo singular de cada pequeno artista. Um destaque especial foi dado ao movimento de pinça — aquele gesto delicado de unir polegar e indicador, essencial tanto para o fortalecimento da coordenação motora fina quanto para o desenvolvimento da fala. Ao rasgar papel, moldar massinha ou pintar com vegetais, as crianças desenvolviam corpo e linguagem, emoção e expressão.

Além da tela: conexões que curam e ensinam


Com um grupo de 15 crianças — neurotípicas e autistas —, as oficinas se tornaram um espaço de convivência empática, escuta ativa e expressão livre. Os relatos das famílias e educadores emocionaram: melhorias na interação social, no bem-estar, na comunicação não verbal e até no brilho no olhar das crianças.

A culminância do projeto veio em dois momentos simbólicos. No dia 26 de junho, uma palestra com a pedagoga Poliana Dionízio emocionou mais de 70 alunos da Escola Municipal Leopoldo Koprowski, ao abordar, com sensibilidade, as diferenças humanas sob o olhar do autismo. Já no dia 29 de junho, o ateliê se iluminou com a abertura da exposição das obras produzidas nas oficinas — um convite para sentir, ver e se encantar com a arte nascida do afeto. A mostra segue aberta ao público até 13 de julho de 2025, no Ateliê Tânia Campestrini.

Um projeto que pulsa vida e inspiração

Reconhecido e abraçado pela comunidade, o projeto se afirma como uma referência em arte e inclusão. “Não se trata apenas de ensinar a pintar, mas de enxergar o outro com o coração”, afirma Tânia. A união entre propostas lúdicas e intencionalidade terapêutica fortaleceu a autonomia, a autoestima e o vínculo afetivo das crianças com o mundo à sua volta.

E para além das oficinas, fica a recomendação amorosa dos idealizadores: pais e cuidadores podem seguir alimentando esse processo em casa, com atividades simples como rasgar papel, manusear grãos, modelar ou encaixar peças pequenas — pequenos gestos que plantam grandes desenvolvimentos.

Na delicadeza de um traço ou no sorriso espontâneo de uma criança, a arte mostra sua verdadeira força: ser instrumento de afeto, desenvolvimento e transformação. E esse projeto, guiado pelo olhar apaixonado de Tânia Campestrini, é a prova viva de que a arte também é amor em movimento.

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