Uma proposta da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para alterar a comercialização do gás de cozinha no Brasil preocupa milhões de brasileiros. A mudança permitiria que botijões fossem preenchidos de forma fracionada em pequenas instalações, sem garantir marcas reconhecidas e lacres de segurança, aumentando o risco de vazamentos, adulterações e até fraudes ligadas ao crime organizado.
Segundo pesquisa inédita do Instituto Locomotiva, realizada com 1.500 brasileiros entre 5 e 9 de junho de 2025, 92% temem vazamentos e 93% rejeitam botijões sem a marca conhecida. Além disso, 94% associam a flexibilização das regras a risco de atuação de milícias ou comércio ilegal.
Segurança, confiança e fiscalização são prioridades
A pesquisa destacou três pilares essenciais para os consumidores:
- Segurança: 94% consideram a segurança mais importante que o preço. 92% apontam risco de vazamento e 90% risco de explosão ao comprar gás fracionado.
- Confiança na marca: 97% acreditam que a marca deve garantir qualidade e rastreabilidade do botijão. 94% veem riscos caso não haja lacre e identificação em alto-relevo.
- Fiscalização: 93% afirmam que o enchimento fracionado compromete a fiscalização e 83% defendem que apenas empresas autorizadas possam encher botijões.
Como funciona o setor atualmente
O GLP é entregue a cada 13 segundos em todo o país, atendendo 91% dos lares e mantendo rastreabilidade, lacres de segurança e fiscalização efetiva. A proposta da ANP prevê mudanças que podem fragilizar o sistema, colocando em risco consumidores e fiscalização.
Gás seguro e inclusão social
Enquanto o preço do gás pesa no bolso de muitas famílias, 15% dos domicílios ainda cozinham com lenha ou carvão. Para reduzir a desigualdade, o governo prepara o programa Gás para Todos, oferecendo subsídio integral a 16,6 milhões de famílias beneficiárias do Bolsa Família. A pesquisa mostra que 93% apoiam políticas públicas que aumentem o acesso ao gás, sem comprometer a segurança.
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, reforça: “O brasileiro valoriza políticas que ampliem o acesso ao gás, mas sem abrir mão da segurança. Um botijão mal conservado pode colocar vidas em risco”.