“A coceira é uma das queixas mais frequentes entre tutores de cães e gatos, podendo indicar diversos problemas de saúde. Embora coçar-se ocasionalmente seja normal, a coceira excessiva e persistente, acompanhada de lambedura intensa, irritação da pele, queda de pelos e mordedura local, merece atenção veterinária”. A afirmação é da médica veterinária Anna Carolina Cé (CRMV/SC – 14051), que atua em uma clínica veterinária em Timbó/Indaial.
A profissional explica que as principais causas de coceira em pets são:
- Ectoparasitas (pulgas e carrapatos): Além do incômodo das picadas, alguns animais desenvolvem dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP), onde uma única picada pode desencadear reações alérgicas intensas e coceira prolongada.
- Alergias: Substâncias como pólen, ácaros e até ingredientes da alimentação podem provocar reações alérgicas. Alguns animais sofrem de Dermatite Atópica, uma condição crônica que exige acompanhamento veterinário devido à hipersensibilidade do sistema imune a diversos agentes, e não apenas a um produto ou alimento específico.
- Infecções fúngicas e bacterianas: O calor e a umidade favorecem infecções na pele, que podem ser agravadas pela coceira excessiva, abrindo caminho para agentes oportunistas.
- Ressecamento da pele: Banhos frequentes com produtos inadequados ou temperaturas extremas podem comprometer a barreira protetora da pele, levando ao prurido ou agravando condições dermatológicas preexistentes.
- Dermatites de contato: Produtos de limpeza, tecidos sintéticos e até algumas plantas podem irritar a pele dos pets.
Questionada sobre o impacto da coceira na saúde dos pets, a médica veterinária destaca que a coceira constante pode levar a feridas, infecções secundárias e afetar o bem-estar emocional do animal, tornando-o mais ansioso e inquieto. “Se houver feridas abertas, mau cheiro na pele, perda de pelo ou alterações no comportamento, é fundamental buscar um médico veterinário para diagnóstico e tratamento adequados”, complementa.
A profissional também orienta sobre como prevenir e aliviar a coceira:
- Mantenha a proteção contra ectoparasitas: A prevenção contra pulgas e carrapatos deve ser regular e incluir o manejo ambiental, já que a maior parte da população de pulgas (ovos e larvas) está presente no ambiente, e apenas uma pequena parcela nos pets.
- Utilize produtos de limpeza adequados: O uso de produtos para limpeza deve ser orientado pelo médico veterinário, a fim de evitar agressões à saúde do animal.
- Higiene correta: Os banhos devem ser realizados com produtos apropriados para a espécie, e a frequência deve ser ajustada conforme a necessidade do animal.
- Alimentação balanceada: “A dieta influencia diretamente na saúde da pele e do pelo. A imunidade e a saúde da pele dos pets estão diretamente ligadas ao equilíbrio intestinal, tornando a nutrição um dos pilares do bem-estar do animal”, explica Anna Carolina.
- Ambiente limpo e adequado: Reduzir a exposição a alérgenos é essencial para o bem-estar do animal.
- Atenção ao clima: Em épocas secas ou quentes, é importante manter a hidratação e evitar a umidade excessiva na pele para prevenir problemas dermatológicos, especialmente em raças com predisposição a dermatites úmidas, como Golden Retriever.
Anna Carolina observa ainda que, “se o pet já possui um ambiente controlado, alimentação equilibrada e proteção contra ectoparasitas, mas ainda sofre com coceira persistente, é hora de procurar um médico veterinário. Em casos mais complexos, um especialista em dermatologia veterinária pode ser indicado.”