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segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Do olhar do fotógrafo ao traço do desenhista

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Quando se circula pelo mundo das artes, é possível encontrar muitas raridades, especialmente pessoas com histórias fascinantes. Neste contexto, a redação do Jornal do Médio Vale (JMV) apresenta a história de Fernando Alex Oechsler, um artista autodidata de 55 anos, que atualmente reside em Jaraguá do Sul, mas cujas obras são apreciadas em todo o Médio Vale do Itajaí.

A trajetória de Oechsler no desenho é marcada por uma paixão e dedicação notáveis. Em entrevista, ele compartilha suas experiências e perspectivas sobre sua carreira artística.

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Questionado sobre o momento em que decidiu seguir a carreira de desenhista, Oechsler revela que: “O momento decisivo foi quando meu pai fotografava a família. Observando as imagens e a forma como ele capturava momentos, percebi o desejo de expressar a realidade e as emoções através do desenho.”

Os artistas e estilos artísticos que mais influenciam seu trabalho são Gustav Klimt e Tadeu Bittencourt. “Além deles, os movimentos expressionismo alemão, cubismo e fauvismo também moldam minha abordagem artística.”

Sobre como define seu estilo de desenho, Oechsler explica: “Meu estilo é essencialmente expressionista. Ele evolui constantemente, mudando e se transformando com o tempo. Às vezes, ele até retorna a influências passadas, gerando um fluxo criativo dinâmico e interessante.”

Quando o assunto é ferramentas de trabalho, Oechsler destaca: “Acredito que todas as ferramentas, sejam analógicas ou digitais, alimentam a criatividade. Eu valorizo a pesquisa constante e a experimentação. Se Gustav Klimt estivesse vivo, ele certamente exploraria a Inteligência Artificial.”

Com relação a seu processo criativo, Oechsler conta: “O processo começa com uma reflexão sobre a importância do projeto. Após ponderar, inicio o desenho e sigo com uma curadoria da produção. A escolha da ferramenta e a finalização da obra seguem, mas a ordem pode variar, assim como na música, onde nem sempre começamos pela letra.”

Quando perguntado se possui algum ritual ou rotina diária que inspira sua criatividade, o artista afirma que sim. “Desenho todos os dias, o que resulta em uma vasta quantidade de esboços e estudos. Revisitar esses trabalhos me ajuda a reforçar minha criatividade. No entanto, não acredito em misticismo na arte; meu ritual é a prática constante.”

Sobre os maiores desafios ao trabalhar com desenho artístico, Oechsler observa: “Enfrento desafios quando não tenho vontade de trabalhar em projetos ou me sinto vazio existencialmente. Questionamentos sobre a utilidade e o legado da arte podem causar um bloqueio criativo temporário.”

Oechsler também compartilha que já trabalhou em projetos solidários para instituições que ajudam pessoas vulneráveis. “Essas experiências afastam a frivolidade da arte, mostrando que ela pode servir ao altruísmo e à construção do amor.”

Todos os artistas enfrentam bloqueios criativos em algum momento. Quando isso acontece com ele, Oechsler diz: “Continuo trabalhando até que o bloqueio se dissipe. Quando ele retorna, converso com ele e sigo adiante com minha arte. Essa abordagem me ajuda a superar as dificuldades criativas.”

FOTOS/ARQUIVO PESSOAL

Para finalizar, Oechsler deixa conselhos para quem está começando na carreira de desenhista: “Se estiver considerando desistir, faça isso enquanto é tempo. Caso decida continuar, estude incansavelmente, desenhe todos os dias e abra-se para novas tecnologias.

Durma bem, evite álcool e drogas, leia muito sobre história da arte e explore o cinema dos anos 30 a 80. Encontre um mentor, evite redes sociais e cultive amizades reais. Não deixe que a atividade artística o consuma; mantenha o equilíbrio.”

Fernando Alex Oechsler continua a explorar e expandir seu horizonte artístico, oferecendo uma visão única e inspiradora do mundo do desenho.

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