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quarta-feira, 9 de julho de 2025

Essência da gratidão: um ato de fé e resistência espiritual

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No turbilhão da vida moderna, onde a busca por conquistas individuais muitas vezes ofusca a percepção do divino, a gratidão emerge como um farol, guiando-nos de volta à fonte de toda a dádiva. Em um mundo onde o “eu conquistei” é exaltado, a prática da gratidão nos lembra que a origem da vida, da força, da prosperidade e do sustento diário reside no Senhor. Reconhecer essa verdade fundamental é o primeiro passo para cultivar um coração verdadeiramente grato.

Como ressaltou a pastora Paula Naegele, da Comunidade Luterana Cristo Bom Pastor de Timbó, durante o culto em Ação de Graças celebrado no dia 6 de julho: “Celebrem com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra! Adorem o Senhor com alegria, venham diante dele com cânticos.” (v. 1-2). Suas palavras ecoam a importância de uma gratidão que transcende a formalidade, irradiando uma alegria profunda que emana da alma. Uma alegria que reconhece a bondade inerente de Deus, Sua misericórdia eterna e nossa pertença a Ele, nosso Criador, Sustentador e Guia. (Salmos, 100 e 101).

Reconhecendo a Fonte de Toda Dádiva

“Sabei que o Senhor é Deus. Foi ele quem nos fez, e somos dele. Somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio.” (v. 3) – Este versículo do Salmo 100 nos lembra que a gratidão genuína floresce quando reconhecemos que tudo provém de Deus: a vida, o alimento, a saúde, os relacionamentos e até mesmo os desafios que nos moldam e ensinam. Nada é garantido, tudo é dom. E essa compreensão nos convida não apenas a agradecer, mas a confiar, mesmo quando a jornada se torna árdua e os tempos incertos.

Gratidão em Ação: Um Reflexo do Amor Divino

“Entrem por suas portas com ações de graças e em seus átrios com hinos de louvor. Dêem-lhe graças e bendigam o seu nome.” (v. 4) – A gratidão verdadeira não se limita a meras palavras; ela se manifesta em serviço, generosidade e compaixão. A comunidade cristã é chamada a ser um espelho dessa gratidão viva, compartilhando o que recebe, perdoando como foi perdoada e alimentando como é alimentada.

Em um tempo marcado pela pressa, ansiedade e cultura do consumo, cultivar a gratidão se torna um ato de resistência espiritual. É uma declaração de confiança em Deus, uma renúncia à ilusão de que tudo depende exclusivamente de nossos esforços.

A Cruz Florida: Símbolo de Transformação e Esperança

O Salmo 100 encerra com a poderosa afirmação: “Porque o Senhor é bom; o seu amor dura para sempre, e a sua fidelidade não tem fim.” (v. 5). Essa é a base da nossa gratidão, que se estende além dos bens materiais e alcança o amor eterno de Deus, revelado em sua plenitude em Jesus Cristo, que nos concede a maior de todas as dádivas: a salvação. A gratidão cristã é sempre uma resposta à graça divina. Agradecemos não apenas pelas bênçãos tangíveis, mas, acima de tudo, porque temos um Salvador.

Ainda, é preciso reconhecer a presença de Deus em todos os momentos, inclusive nos difíceis, como nos ensina a cruz de Cristo, que transformou dor e morte em vida e esperança. A comunidade Luterana Cristo Bom Pastor materializou esse conceito, ao revestir a cruz de ramos verdes e flores brancas, onde cada flor simbolizava uma bênção, superação ou aprendizado pelo qual as pessoas eram gratas. “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Tessalonicenses 5.18).

Paula afirma ainda que: “ao contemplarmos a cruz florida, somos lembrados de que o amor de Deus transforma o fardo em leveza, a dor em esperança e o deserto em jardim. Que essa gratidão floresça em nossos corações, guiando-nos a viver com fé, esperança e amor, celebrando a beleza da vida e da fé em cada estação”.

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