Festa do Centenário de Rio Rosina

Festa do Centenário de Rio Rosina

Clarice Graupe Daronco [email protected]

“Rio Rosina, vila da região serrana de Rio dos Cedros, no dia 5 de novembro de 2023, em grande estilo, celebrou seu centenário de fundação. A data da memória litúrgica de Nossa Senhora do Rosário, 7 de outubro, havia sido marcada para o histórico transcurso. No entanto, as fortes chuvas que caíram em toda a região nos dias anteriores, obrigaram os organizadores a adiar essa data. Assim, a vila centenária foi agraciada com maravilhoso domingo ensolarado no dia 5, que oportunizou brilhante e inesquecível celebração do evento”. As colocações são do profissional responsável pela comunicação da Diocese de Blumenau, padre Raul Kestring.

O espaço sagrado da igreja ficou pequeno para reunir todos os fiéis e devotos, riocedrenses e visitantes, para a santa missa solene de ação de graças, no período da manhã, ministrada pelo padre Raul Kestring. Conforme o mesmo, “durante o ato religioso, o canto de abertura entoado pelo coral, jubilosamente proclamava: “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor” (Salmo 33,12). Sim, na sua maioria descendentes de italianos, os moradores de Rio Rosina distinguem-se pela sua prática religiosa, tradição herdada genuinamente de seus pais e avôs. Mas também parafraseei o mesmo salmista, anunciando: “Feliz a nação, cuja Rainha e Padroeira é a Senhora do Rosário, mãe de Jesus Cristo e nossa mãe”.

O padre observa que “coincidia o evento com a Solenidade de todos os santos e santas. Tradicionalmente celebrada no dia 1º de novembro, devido à sua importância, foi fixada no primeiro domingo de novembro. Assim, como não associar ao conteúdo celebrativo da santa missa os antepassados de todas as famílias ali presentes. “No meu cemitério dormem santos e santas”, afirmava São João Maria Vianney, santo sacerdote francês, do século 18. Com certeza, isso se pode afirmar também do cemitério de Rio Rosina. Ali, sem dúvida, dormem santos. O saudoso papa Bento 16, exatamente no ano de 2007, quando visitava o Brasil, ao referir-se aos nossos imigrantes, destacava a herança da fé cristã/católica como o principal tesouro por eles trazido. Outros importantes legados, sem dúvida, para cá trouxeram. Que o trabalho seja um deles é inegável. 

Que a consolidada e emergente cultura europeia tenha inspirado o surgimento de promissora nação não se questiona. Ainda que, por outro lado, tenham evidentemente se curvado diante das limitações e carências impostas por mulheres e homens representantes mesma tradição cultural”.

Kestring relata ainda que “ao ver a verdadeira multidão que veio à Comunidade Nossa Senhora do Rosário irmanar-se à festa do seu centenário, sente-se reavivar a esperança de que no segundo centenário, Rio Rosina terá paisagem natural e humana nova. De fato, o grande salão da comunidade, ainda acrescido em seu entorno de diversas barracas, manifestou-se pequeno para acolher o solidário povo reunido. Dessa forma, deduz-se crescente consciência de respeito e cultivo do ambiente onde vivemos, notadamente entre as crianças, adolescentes e jovens das escolas. Então, vê-se em realização, desde já, o sonho da recuperação. Inclusive, o êxodo rural que está a esvaziar nossas vilas, não só por aqui, gerando o desafiador inchaço populacional e das cidades-polos, também esse desafio não será impossível de revertê-lo. A forte vocação turística de Rio dos Cedros soma-se fortemente a esse futuro esperançoso”.

O padre conta também que “ao final da santa missa, pouco antes da bênção final, a comunidade presente na capela foi convidada a virar-se um momento para trás e, com o sacerdote, abençoarmos a placa alusiva ao centenário. Afixada delicadamente a uma coluna, perenemente registra: “Demos graças a Deus pelo Centenário da Comunidade Nossa Senhora do Rosário – 1923 – 2013 – “Bem-aventurada aquela que acreditou porque será cumprido o que o Senhor lhe disse” (Lc 1,45) – Rio Rosina, 7 de outubro de 2023”.