O Jardim Botânico de Timbó é conhecido pelas suas belezas naturais, por sua fauna e flora, sendo um local muito procurado por fotógrafos que buscam captar imagens, principalmente de aves. Mas um registro curioso e raro foi feito pelo fotógrafo timboense Gilberto Pasquali, que flagrou o momento exato em que um gato-do-mato-pequeno (Leopardus Gutullus) segurava sua presa na boca.
Segundo Pasquali, o flagrante ocorreu no fim de dezembro, quando fazia uma trilha no local. “Não sabia direito o que era, porque foi muito rápido. Só consegui levantar a câmera e fazer a foto. Depois que baixei a foto, consegui perceber que o animal carregava uma presa na boca. Foi muito emocionante conseguir fazer esse registro, ainda mais dele caçando durante o dia, o que é mais raro ainda de acontecer”, conta.
Para a identificação da espécie, o timboense contou com o auxílio de biólogos e ornitólogos.
Além disso, outros animais já foram flagrados por Pasquali no Jardim Botânico, como a cutia e o jacurutu, considerada uma das maiores corujas da região, além de outras aves nativas do Vale.
“O jacurutu foi encontrado primeiro pelo fotógrafo Luiz Anjos, que acabou compartilhando o local em nosso grupo, e conseguimos captá-lo também. Esse foi o primeiro registro feito em Timbó dessa espécie”, destaca.
Gosto pela fotografia
Gilberto Pasquali tem 45 anos, é formado em Administração e atualmente é vendedor. A fotografia entrou como um hobby em sua vida, mas tornou-se uma paixão, especialmente pelo registro e pela catalogação de aves.
“Eu comecei em 2018, fiz uma foto no celular de uma ave no sítio e aí acabei comprando uma câmera de um primo, que já me indicou um grupo de aves de Timbó. Acabaram me colocando nesse grupo e conheci o Luiz Anjos, que me apresentou o biólogo e ornitólogo Douglas Meyer”.
Hoje, existem vários grupos semelhantes a nível estadual e em Timbó. O fotógrafo até já organizou um grupo próprio, com amigos que visitam seu sítio para fotografar.
Desde então, todas as espécies de aves encontradas por Pasquali e pelos grupos de fotógrafos do gênero são publicadas no site de abrangência nacional, o Wikiaves. A plataforma conta com inteligência artificial e com o auxílio de moderadores para a catalogação de espécies não identificadas pelos autores.
Atualmente, só Pasquali possui 480 espécies catalogadas nesse site e 2.778 fotos compartilhadas. Ele revela que utiliza técnicas específicas para atrair a ave para mais perto e equipamentos profissionais para conseguir captar boas fotos.
Novos lugares
Além de Timbó, Doutor Pedrinho e Rio dos Cedros, Gilberto já foi bem mais longe para captar suas imagens, como Florianópolis, Lages e Joinville.
“Um lugar muito bom para fotografar é Joinville. Acredito que é um lugar que tem a maior quantidade de espécies registradas. Na serra também, inclusive lá tem o papagaio-charão, que só é encontrado em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Então, entre março e abril em diante, já tem a revoada deste pássaro. É muito bonito e aconselho muito quem gosta de aves a ir conhecer em Urupema”, destaca.
Pasquali menciona que, em cada região visitada, são encontradas espécies diferentes. “Cada local, cada ambiente é único. Na altitude, às vezes você vai encontrar um tipo de espécie que você não vai encontrar nos lugares mais baixos. E assim como também há aves que são mais litorâneas”.
Questionado se teve alguma foto que mais o marcou nessa jornada com a fotografia, ele afirma que cada foto é única e é carregada de uma emoção diferente. “Cada espécie nova registrada é uma emoção diferente, não tem uma mais marcante, todas têm uma história por trás”, finaliza.
Os registros de Gilberto Pasquali podem ser encontrados no seu perfil no Instagram @beto_aves e no site Wikiaves.
