Historiadora fala sobre a colonização da Mulde
Timboense Elisabeth Germer é entrevistada por profissionais da Furb de Blumenau …
Clarice Graupe Daronco / JMV [email protected]
FOTO/ ARQUIVO ELISABETH GERMER
TIMBO – Conhecer a história da colonização da Mulde, em Timbó. Este é o objetivo de um grupo de alunos e profissionais da Furb, de Blumenau, que estiveram por diversas vezes na residência da historiadora Elisabeth Germer. Segundo ela, o grupo formado por: Irving Farias, Martin Stabel Garrote, Tanise Kraemer Oliveira e Vanessa Dambrowski, estão fazendo uma pesquisa sobre a Colonização Alemã no Vale e estiveram por diversas vezes na sua residência.
Segundo Elisabeth a entrevista foi em torno da colonização da Mulde que se deu no ano de 1858. “Um grupo de alemães, liderados por Detlef Johann Westphal, subiu pelo rio Itajaí-Açú em busca de novas terras para povoar. Chegando à foz do riacho, denominaram Mulde igual ao Vale pelo qual serpenteava e que quer dizer: Mulde=Vale. Resolveram adentrar, vendo ao longe um morro que denominaram Schweiz (Suíça). Se fixaram ao longo do riacho, nascendo assim a história de Timbó que só em 1869 foi fundado oficialmente”, conta a historiadora.
Segundo Elisabeth a história segue com a chegada dos primeiros moradores da Mulde que foram: Franz Kieckhöfer, Hermann Lange, Detlef Johann Westphal, Alwin Kreyssig, Lui Gessner, Oscar Zwicker, Edward e Johann Will, Otto Zwicker, Otto e Bruno Prochnow, mais tarde, os últimos fundaram Agrolândia, ex-Trombudo Alto. “Na segunda leva vieram: Robert Zeits, Karl Dettmer e Heinrich Loes”, destaca ela.
A historiadora também lembra que a primeira serraria foi de Rudolf Kellermann, onde hoje fica a ponte Lange. Primeiro salão de baile foi de Richard Lach. “Primeiro professor Heinrich Geffert – primeira escola de Timbó que ficava na Mulde”, observa ela.
Segundo Elisabeth, foi pelo ribeirão da Mulde que os primeiros imigrantes alemães, quando chegaram às terras que hoje representam o município de Timbó, seguiram até formar a primeira comunidade. “A palavra Mulde, em alemão, significa “vale”, e assim foi designada a localidade por se tratar de um local rodeado de belezas naturais, e ao avistarem o morro mais ao alto, deram a ele o nome de “Morro Azul”. Ali surgiu o primeiro engenho de farinha, construído por Gustavo Reichel, que morreu logo em seguida, vitimado pela varíola”.
De acordo com a historiadora, a primeira lavoura da cidade envolvia o plantio de milho, feijão e mandioca. Os colonos, que trabalhavam em família, usavam bois e cavalos para puxar o arado no preparo da terra. Mas nem tudo era só trabalho. Para diversão, naquele período, foram construídos os primeiros salões de baile, como o Salão e Comércio Luiz Gessner, Salão Wilhelm Pieritz, Salão Wilhelm Piske, entre outros, na localidade da Mulde. “A Mulde foi dividida em três regiões: Mulde Baixa, Mulde Central e Mulde Alta onde situa-se o Morro Azul”.
