O Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), unidade do Governo de Santa Catarina sob gestão da FAHECE, realizou 505 atendimentos a pacientes diagnosticados com câncer colorretal em 2024. A doença, que afeta o intestino grosso e o reto, e está entre as neoplasias mais prevalentes no Brasil, merece atenção especial neste Março Azul, mês dedicado à conscientização sobre o tema. Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Câncer Colorretal, celebrado na data de 27 de março, o Cepon reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que 2.470 novos casos de câncer colorretal sejam diagnosticados em Santa Catarina até o final de 2025, com 230 casos previstos para Florianópolis. Em âmbito nacional, essa neoplasia ocupa a terceira posição entre os tipos de câncer mais comuns, excluindo os tumores de pele não melanoma.
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE
O Diretor-geral do Cepon, doutor Marcelo Zanchet, enfatiza que a detecção precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. “O câncer colorretal, frequentemente silencioso em seus estágios iniciais, pode apresentar crescimento lento e manifestar sinais e sintomas apenas quando o tumor já está em um estágio mais avançado. Por isso, é crucial estar atento a alterações nos hábitos intestinais, como diarreia ou constipação persistentes, além de dor abdominal recorrente, perda de peso inexplicada, sangramento nas fezes e anemia sem causa aparente. Ao notar qualquer um desses sintomas, é fundamental procurar uma Unidade Básica de Saúde e manter os exames preventivos em dia”, adverte.
O Coordenador do Serviço de Oncologia Clínica do Cepon, doutor Victor Hugo, ressalta que a incidência do câncer colorretal tem aumentado globalmente, impulsionada pela crescente exposição a fatores de risco modificáveis. “Hábitos como alimentação inadequada, consumo excessivo de gorduras e carne vermelha, dietas pobres em fibras e frutas, e a falta de atividade física estão diretamente associados ao aumento dos casos. Além disso, temos observado um aumento preocupante no consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados, que contribuem significativamente para o desenvolvimento da doença”, explica.
EXAMES PREVENTIVOS
Devido à sua natureza assintomática nos estágios iniciais, o câncer colorretal frequentemente é detectado durante exames preventivos de rotina. “A colonoscopia é o exame mais indicado para o rastreamento, pois permite a visualização direta de possíveis lesões ou pólipos no intestino grosso. O procedimento é realizado sob sedação, após um preparo adequado do trato digestivo, e possui alta sensibilidade e especificidade para o diagnóstico”, afirma doutor Victor Hugo.
A recomendação médica é que o rastreamento preventivo seja iniciado entre os 45 e 50 anos. “Indivíduos com histórico familiar da doença devem iniciar o rastreamento dez anos antes da idade em que o parente foi diagnosticado, sempre respeitando o limite mínimo de 45 a 50 anos”, orienta o médico.
A conscientização sobre a importância da adoção de hábitos saudáveis, da realização de exames preventivos regulares e do diagnóstico precoce é crucial para reduzir a incidência do câncer colorretal e melhorar significativamente os resultados do tratamento.
