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sábado, 7 de setembro de 2024

Projeto o Vento nas Escolas comemora 15 anos

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Encarar a realidade. Esse é o principal objetivo do projeto O Vento nas Escolas desde o seu surgimento. Em 2009, na cidade de Balneário Camboriú, uma tragédia em uma escola motivou um casal a iniciar as palestras. Em abril daquele ano, um jovem matou um colega de escola por motivos fúteis – um era filho de policial, o outro de traficante. A rede escolar ficou desnorteada com o ocorrido e pediu ajuda aos pais para auxiliar os adolescentes após a tragédia. Foi então que Bill e Bárbara, sentados em casa, tiveram a ideia de levar suas experiências de vida para a escola. Eles queriam mostrar que, mesmo após grandes dificuldades, qualquer pessoa pode vencer se assim desejar.

Em entrevista à redação do Jornal do Médio Vale (JMV), os idealizadores do projeto “O Vento nas Escolas” compartilharam detalhes sobre o começo da iniciativa e os desafios enfrentados ao longo de seus 15 anos de trajetória. De acordo com eles, o projeto começou a tomar forma através da introdução de música, conversas e diálogos.

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Bill Jonathan, com sua experiência de vida marcada pelo submundo das drogas, trouxe uma perspectiva impactante. O espetáculo, com duração média de duas horas, aborda temas relevantes como drogas, ideação suicida, bullying, automutilação, comportamento, saúde emocional e valores interpessoais. Na primeira apresentação, o brilho nos olhos dos jovens e a emoção demonstrada após a explanação foram evidências claras de que o casal estava trilhando o caminho certo.

Bill e Bárbara

O sucesso do projeto “O Vento” nas escolas se deve não só ao talento e à qualidade do espetáculo apresentado, mas principalmente às experiências de vida dos seus idealizadores. Bill vivenciou o mundo das drogas em todas as suas fases, experimentando éter e fumando maconha. Já Bárbara sofreu abuso sexual na infância. O casal encontrou forças para se recuperar e hoje utiliza suas histórias de vida nas palestras que ministra.

FOTOS/ARQUIVO PESSOAL


Uma das questões mais abordadas por eles é a ausência dos pais. Tanto Bárbara quanto Jonnathan perceberam o quanto essa questão ainda é forte nas famílias. Nosso entrevistado, Jonnathan, reforçou essa falta de diálogo dentro de casa. “Hoje os pais estão bastante ausentes, em uma corrida desenfreada para vencer na vida, sustentar a casa e levar dinheiro para o âmbito familiar. Muitas vezes, os pais se esquecem de que há alguém dentro de casa que também precisa ser ouvido e ter voz. Hoje, como pai, procuro me policiar muito, pois ninguém recebe um manual de como criar filhos. Tudo acontece a partir da troca de experiências do casal”, destaca Jonnathan.


Ao longo dos 15 anos de existência do projeto, muitas coisas mudaram. Bárbara faz questão de frisar que atualmente os jovens estão mais expostos às redes sociais. “Essa superexposição também aconteceu dentro da minha casa com meus filhos. O que mais percebo é que todo ser humano precisa de uma referência. Nos primeiros anos, essa referência são os pais, mas a partir dos sete ou oito anos, a referência começa a ser externa. Com toda a imersão em telas que vivemos, os influenciadores e youtubers se tornaram as novas referências. Quando o projeto ‘Vento’ chega nas escolas, não é um youtuber falando, é alguém real. Se você não tem seus pais conversando com você todos os dias, que referências essas crianças e adolescentes vão ter?”, questiona Bárbara.

Experiência marcante

Muitos depoimentos emocionaram os palestrantes durante esses anos, mas Bárbara destaca um momento recente em uma viagem a Minas Gerais. “Uma menina foi a última a me procurar após a palestra. Ao me abraçar, ela agradeceu pelo espetáculo e disse que não queria ter ido à escola naquele dia, pois havia planejado tirar a própria vida. Ela foi diagnosticada com depressão aos sete anos, toma remédio controlado e não aguentava mais a pressão. Fiquei profundamente emocionada quando ela disse que, após ouvir nossa experiência, entendeu que só tinha uma chance de viver e decidiu não cometer aquele ato. Essas são as recompensas que recebemos nesses 15 anos”.

540 mil jovens e 15 estados

O projeto “O Vento nas Escolas” tem viajado por todo o Brasil. Conforme Jonnathan, o projeto já foi apresentado três vezes nos Estados Unidos, percorreu 15 estados brasileiros e impactou mais de 540 mil crianças e jovens que puderam absorver toda a experiência dessa família de Timbó. E esse número vai aumentar, pois eles farão uma viagem ao Pará e Maranhão para expandir ainda mais o projeto pelo Brasil.

O espetáculo conta com duas estruturas: uma completa, com 14 pessoas, aproximadamente três toneladas de equipamentos, painel de LED, som de última geração, escuta qualificada, psicóloga e assistente social. Após a pandemia, a família precisou se adaptar para continuar o projeto sem toda a estrutura, mas mantendo a qualidade. Atualmente, viajam Bárbara, Bill e Pedro, o filho caçula que também faz parte do espetáculo.

Se você tem interesse em levar o projeto “O Vento nas Escolas” para sua cidade, estado ou país, entre em contato pelo Instagram @oventonasescolas ou pelo WhatsApp – (9) 9617-3371.

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