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segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Quando tradição e afeto temperam as tendências gastronômicas de 2025

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Mais um ano chega ao fim e, com ele, retorna um ritual que atravessa gerações: a preparação da ceia de Natal. Entre a arrumação da casa, a escolha dos presentes, a decoração cuidadosa e o desejo de reunir quem se ama, a mesa ganha um papel especial — é nela que histórias se encontram, memórias são renovadas e afetos se servem em silêncio e em risos.

Em entrevista à redação do Jornal do Médio Vale (JMV), o chef Clóvis Mandel, com 17 anos de atuação na área e formação em Gastronomia desde 2012, reflete sobre o que chama de “a ceia do futuro” e as tendências gastronômicas que devem marcar o ano de 2025. Atuando desde finger foods até jantares de luxo, empratados ou grandes buffets, Clóvis observa uma mudança que considera não apenas necessária, mas reconfortante.

“Tenho percebido uma busca cada vez maior por ingredientes naturais e pelo resgate da cozinha de raiz. A sustentabilidade, hoje, acaba englobando todos os caminhos possíveis. Já era hora de voltarmos a valorizar o simples, o verdadeiro. Sempre digo: descasquem mais coisas e abram menos embalagens”, resume.

Apesar das novas tendências surgirem a cada ano, o Natal, segundo o chef, continua sendo um território sagrado das tradições. O peru, o chester e o tender seguem reinando absolutos nas mesas brasileiras, acompanhados de receitas agridoce que despertam debates familiares — como o eterno dilema das passas. “Até onde podemos colocá-las?”, brinca.

As sobremesas também carregam histórias antigas. Mousses, tortas e frutas em calda, sempre fartas, remetem às tradições do Velho Mundo. Frutas secas, nozes e castanhas eram estocadas no outono para resistir ao inverno rigoroso do hemisfério norte, quando o Natal era celebrado. Esse costume atravessou oceanos e séculos, chegando até nossas mesas como herança cultural e afetiva.

No Vale do Itajaí, a influência dos imigrantes europeus se manifesta de forma marcante. Muitas famílias mantêm viva a tradição do marreco recheado, substituindo as aves mais populares. A rabanada, por sua vez, carrega um simbolismo especial: nasceu como forma de reaproveitamento do pão amanhecido, transformando simplicidade em aconchego.

“Não existe uma forma perfeita de executar um prato. Existe a forma que cada um prefere — e isso é o mais bonito da gastronomia”, reflete Clóvis. Para ele, mais importante do que o cardápio é o momento em si. “São dias em que podemos deixar de lado a correria do ano inteiro. O tradicional bem-feito jamais sai de moda e sempre encontra quem o aprecie.”

Como forma de manter vivas as boas receitas, o chef compartilha aquela que considera a rainha das saladas natalinas: o salpicão de frango, presença quase obrigatória nas ceias brasileiras.

Salpicão de Frango – Receita Tradicional

Ingredientes:
300 g de peito de frango cozido e desfiado
100 g de cebola em julienne
100 g de pimentão amarelo em julienne
100 g de pimentão vermelho em julienne
100 g de uva-passa escura
100 g de frutas cristalizadas
500 g de maionese
100 g de iogurte natural
Suco de um limão
Sal a gosto

Modo de preparo:
Misture delicadamente todos os ingredientes sólidos. Em seguida, acrescente a maionese, o iogurte e o suco de limão. Ajuste o sal e sirva.

Ao final, fica o desejo simples e profundo que atravessa gerações: que as boas receitas não se percam e que a mesa continue sendo lugar de encontro, partilha e esperança. Um feliz e abençoado Natal a todos, com muita fartura, alegria e afeto.

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