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terça-feira, 20 de maio de 2025

Quem recolhe o nosso lixo?

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Quem recolhe o nosso lixo?
Um trabalho feito por poucos, mas de extrema importância para toda uma cidade …

Clarice Graupe Daronco / JMV

Foto: FOTO/ANDRÉ SCHROEDER/PILO/JMV

TIMBÓ – Amanhã, dia 1º de maio comemora-se o Dia do Trabalhador. No Brasil e em vários países do mundo é um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios e de conscientização. Sempre nesta data busca-se mostrar a importância de uma profissão, lembrando que todas as profissões merecem e devem ser valorizadas. Mas para marcar o Dia do Trabalhador deste ano de 2019, queremos falar de uma profissão que ainda não é vista com o devido respeito, mas quando ele não realiza sua função, você sente a sua falta e muitos, inclusive reclamam. Estamos falando do “Agente de Coleta” que são aqueles que realizam a coleta do lixo orgânico e reciclado pelas ruas de Timbó, de segunda à sexta-feira, e quando temos um feriado e a coleta não acontece você percebe que esta profissão existe. 

Os agentes de coleta como são chamados, atuam junto ao Samae de Timbó. Ao todo são 20 pessoas que atuam na coleta do lixo orgânico e reciclado, além de trabalharem no setor de triagem dos materiais reciclados. Em entrevista à redação do JMV, o coordenador do setor de resíduos sólidos, Anderson Sperber, explicou que os agentes de coleta são em torno de 15 pessoas, com 20 a 35 anos e na sua maioria são pai de família. “Eles trabalham de segunda a sexta-feira, das 5h às 14h45min”.

Questionado de como ele, como coordenador, analisa a importância dos agentes de coleta, Anderson fez as seguintes perguntas: “o que acontece com o lixo que você gera? Já parou para pensar nisso? Todos os dias toneladas de lixo são gerados nas casas das pessoas, assim como nas empresas e ruas. Quem é responsável por coletar todo esse lixo? Por isso que digo e afirmo que o trabalho dos agentes coletores é essencial, que exige responsabilidade e dedicação, sendo que muitas vezes é visto com maus olhos pela população em geral. Se não fosse por eles, o trabalho de recolher os restos de comidas, produtos de limpeza e sujeiras diversas para depois organizar e colocar tudo separado dentro de sacolas na porta de casa seria em vão. Se não fosse o agente coletor responsável para levar os resíduos que crescem em um curto espaço de tempo em todos os lugares, transitar pela cidade seria uma tarefa quase impossível”.

Segundo Sperber a importância da coleta de lixo se torna clara quando você observa o seu próprio lixo. Observe o que ocorre com o lixo gerado na sua casa. Experimente, durante uma semana, pesar e medir o volume de todo o lixo que você gera. “Hoje realizamos a coleta de 35 toneladas, em média, por dia, fechando um total de 700 toneladas, em média no mês”, observa o coordenador ao destacar que de todo o lixo recolhido em Timbó apenas 21% é reciclado. “Precisamos que as famílias se conscientizem e realizem a separação correta do lixo para evitar que tenhamos resíduos orgânicos com o reciclado e material reciclado junto ao lixo orgânico”.


O que dizem os  trabalhadores 

A redação do JMV esteve no Setor de Coleta e Triagem do Samae no dia 26 de abril e conversou com alguns dos trabalhadores. Entre eles, destaque para Márcia Pinheiro, de 44 anos, que trabalha há dois anos no Samae e tem como função dirigir o caminhão da coleta. Para ela a modernização na compra dos novos caminhões automáticos, veio facilitar e dar mais segurança ao trabalho que é realizado na rua. “O trabalho dos agentes coletores e nosso como motorista é bem delicado, pois tem bastante coisa para fazer, muito lixo para recolher e com certeza é preciso ter muita força de vontade e atenção para fazer este serviço”. 

Outro trabalhador que deu o seu recado é Osmair Wagner de Lima, de 31 anos, casado, pai de dois filhos no momento, o terceiro está a caminho e deve chegar em breve. Ele trabalha há mais de três anos como agente de coleta. Questionado de como é fazer este trabalho, Lima afirmou que é cansativo, mas gostoso e divertido também. “Gosto do que faço e sei o quanto é importante para manter a cidade limpa, claro que tem dificuldades como a colocação de bombonas muito pesadas de lixo na rua, quando as pessoas não embalam o vidro quebrado corretamente e acaba gerando problemas como o corte nas mãos, os cachorros soltos que correm atrás e sempre tentam e muitas vezes conseguem nos morder, os automóveis que não percebem que estamos concentrados fazendo o nosso trabalho e muitas vezes não vemos que eles estão vindo, entre outros”.

Para Lima o trabalho deles é muito importante e seus filhos sabem disso. “Quando estou fazendo a rota da nossa casa eles vem correndo olhar e dizem que gostam do que eu faço, isso me enche de orgulho, pois minha profissão é digna e quando a gente não realiza, como quando tem feriado a comunidade sente a nossa falta”.

Questionado se ele tem um sonho, Lima disse: “Sim. Quero ter a minha casa própria para viver com minha esposa e filhos com mais segurança e conforto”.

Já o jovem, Douglas Luciano Steffen, de 21 anos, está há quase dois anos trabalhando como agente coletor e afirma gostar do que faz, em especial quando as pessoas reconhessem o trabalho deles. “Tenho um sonho de comprar o meu caminhão”.

Steffen ainda observou que como eles têm muitas ruas para percorrer, quando da coleta do lixo, seria muito interessante se os vizinhos se organizassem e colocassem os lixos mais perto, para facilitar.

Também foi coletado o depoimento do atual motorista e ex-agente de coleta, Vanderlei Gessner, de 35 anos. Ele afirma já ter realizado um dos seus sonhos: dirigir o caminhão da coleta de lixo. Gessner é casado e tem sete filhos, sendo o mais velho de 16 anos e o mais novo vai fazer três anos. Ele está há oito anos trabalhando no Samae. Começou como agente coletor e colocou como meta de vida, ser motorista do caminhão da coleta e há poucos meses viu seu objetivo sendo alcançado.

Questionado sobre o que mudou nestes oito anos, Gessner afirma que tudo. “O serviço evoluiu, modernizou e melhorou. Com os anos tudo foi crescendo desde a quantidade de lixo recolhido como o trabalho de coleta, ruas, separação. O trabalho aumentou e o salário também, em especial a valorização dos trabalhadores também passou a ser mais evidente tanto pelas pessoas da comunidade como pelos nossos superiores”.

Questionado se ele ainda tem sonhos para realizar, Gessner disse: “Tenho sim. Quero me aposentar com saúde para aproveitar a convivência com os meus filhos e netos”.

Coleta

O coordenador do setor de resíduos sólidos aproveitou para informar que amanhã, dia 1º de maio não haverá coleta de lixo, em razão do Feriado do Dia do Trabalhador. Qualquer dúvida, sugestão ou reclamação podem ligar para o telefone número: 3380-7532 ou 3399-1056, das 7h às 14h45min de segunda à sexta-feira. 

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