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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Santa Catarina pode ter La Niña de fraca intensidade entre fevereiro e abril

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Meteorologistas da Epagri/Ciram e da Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil (SDC) emitiram nota conjunta com as atualizações mais recentes da probabilidade de ocorrência de La Niña. O fenômeno se caracteriza pelo resfriamento da água na região equatorial do Oceano Pacífico e causa impactos na atmosfera, o que pode provocar “chuvas irregulares e tendência de acumulados próximos e até abaixo da média, em especial no Grande Oeste catarinense”, detalha a nota. 

Na avaliação das duas entidades, tudo indica que o La Niña será de fraca intensidade e curta duração. “Embora os impactos tradicionais do La Niña sejam menos prováveis, ainda são esperadas influências nas condições climáticas no decorrer do verão e início do outono”, alertam os meteorologistas. 

Impactos na agricultura

A condição de estiagem leve, que se observa no Oeste de Santa Catarina desde o final de dezembro, pode prejudicar o desenvolvimento adequado da soja de segunda safra na região. É o que afirma Haroldo Tavares Elias, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa. Ele relata que as lavouras já estabelecidas para a segunda safra do grão enfrentam déficit hídrico. 

Desenvolvimento da soja de segunda safra no Oeste pode ser prejudicado (Foto: Aires Mariga / Epagri)

Haroldo recomenda que os agricultores permaneçam atentos à previsão do tempo, especialmente no que se refere à probabilidade de chuva para os próximos 15 dias. Assim, eles podem buscar o melhor cenário para dar continuidade à semeadura da soja, que fica extremamente condicionada à umidade no solo. “Ainda estamos dentro da janela ideal de semeadura, que, em decorrência da falta de chuva, pode sofrer atraso e reduzir o potencial produtivo da cultura”, afirma o analista da Epagri/Cepa.  

Já a cultura do milho, que segundo Haroldo que está praticamente definida, sofreu pouco impacto com a leve estiagem. “As primeiras colheitas indicam produtividade satisfatória e uma produção dentro da normalidade”, afirma.

Sobre o La Niña

A nota conjunta da Epagri/Ciram e SDC destaca que o resfriamento na região equatorial do Oceano Pacífico vem sendo observado desde julho. Entretanto, nas últimas semanas de dezembro este resfriamento foi intensificado e ocorreu uma queda abrupta das temperaturas. 

Índices de seca em dezembro ficaram entre moderados e fracos (Mapa; Epagri/Ciram)

De acordo com o monitoramento da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), as anomalias de temperatura registraram valores 0,7°C abaixo da média. Para que o La Niña se concretize, é necessário que este resfriamento se mantenha abaixo do limiar de -0,5°C, o que já foi atingido. No entanto, é preciso que estas temperaturas mais baixas se mantenham nos próximos meses.

Os modelos climáticos sugerem que esta condição persista entre fevereiro e abril, com o retorno da normalidade logo em seguida. Contudo, não há consenso entre os modelos sobre a permanência das temperaturas baixas por esse período, e a condição pode não atingir o limiar necessário.

Precipitações irregulares em 2024

Conforme os dados do Índice Integrado de Secas, disponibilizado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden), que leva em consideração a precipitação, a vegetação e a umidade do solo, as regiões do Oeste e Planalto Sul apresentam situação de seca fraca a moderada em dezembro. Este cenário é reflexo dos acumulados de precipitação irregulares no segundo semestre de 2024, quando foram observados alguns meses de precipitação abaixo da média climatológica. 

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