“Atualmente, no Ensino Médio, existe um componente curricular chamado Projeto de Vida, que tem como objetivo o desenvolvimento de aspectos pessoais, cidadãos e profissionais, ” explica a professora Carla Groni. Segundo ela, na Escola de Educação Básica Ruy Barbosa, onde ela leciona, o componente curricular é organizado no início do ano letivo, em uma proposta coletiva. Nesta proposta, os estudantes respondem a algumas questões, conversam com colegas, fazem a triangulação de respostas e definem um tema de interesse para pesquisa e desenvolvimento.
“Essa proposta surgiu porque o Projeto de Vida aborda questões pessoais, cidadãs e profissionais, além de enfatizar o protagonismo dos estudantes. Se o documento educacional apregoa o desenvolvimento do protagonismo dos estudantes, este é o caminho que estamos percorrendo. Inicialmente, aprofundei-me na leitura de alguns autores que discutem o protagonismo, como Perrotti e Costa, e, com o auxílio de um documento orientador desenvolvido pelo Governo do Estado de Santa Catarina (SC), essa proposta de trabalho foi desenvolvida, ” acrescenta Carla.
Carla explica que cada grupo de estudantes escolheu um tema para pesquisa e ação prática, cujos trabalhos não se restringem às quatro paredes da sala de aula, nem aos muros da escola. “Há várias frentes, temas e problemáticas elencadas pelos estudantes, todas importantes. Com o propósito de os estudantes serem protagonistas, resolverem problemas e perceberem como uma simples organização de uma palestra, por exemplo, envolve vários aspectos a serem verificados, como palestrante, data, local, tempo, turmas, som e projetor (se necessário), elaboração de ofício, objetivos e conversa com a equipe gestora da Escola e professores que talvez precisem ceder aulas.”
A professora observa que “surgiram inúmeros temas de interesse, que, com o tempo, foram mudando, pois perceberam que nem tudo planejado era factível, sendo necessário repensar e alterar algumas propostas. Esse é um passo muito importante: a reflexão sobre o trabalho e o caminho a ser traçado para alcançar o objetivo. Os temas abordados foram diversos e todos eles importantes. É necessário encorajar novos jovens estudantes. Posso citar entre os temas: várias abordagens diferentes sobre o esporte, fauna local, questões históricas e culturais de Timbó, cicloturismo, dependência química, preparação para o futuro em relação aos estudos e mercado de trabalho, música, educação emocional, diferentes formas de abuso e violência, tráfico infantil, torneio de pesca, resíduos, arborização, processo de inclusão, asilo, animais abandonados, tecnologias – RA entre outros. ”
De acordo com Carla, “algumas ações práticas, como jogo de bocha, atividades esportivas, gestão de resíduos, aula-passeio no Cemitério Central e Prefeitura, palestra sobre cuidados com animais de estimação, saída de campo ao Eco do Avencal, foram desenvolvidas até o momento, com o empenho, desenvolvimento e prática dos estudantes.”
Em julho, por exemplo, as turmas 21 e 22 do turno matutino visitaram o Eco do Avencal, uma empresa que desenvolve estações pedagógicas sobre diferentes temas, como Geografia, Biologia, Paleontologia, Física e Química, história de Santa Catarina entre outros.
Engana-se quem pensa que eles atendem unicamente escolas, pois também trabalham com o setor turístico. No dia do estudo de campo, os estudantes puderam aprender sobre a história da colonização de SC, interagir com animais, como aranha caranguejeira, serpentes e mariposa, e realizar experimentos. Todos esses trabalhos são frutos do esforço dos estudantes, com o apoio dos professores e da equipe gestora da Escola, ” conclui Carla.