O próximo trimestre – julho, agosto e setembro – engloba o período do inverno e o início da primavera, sendo julho e agosto normalmente marcados por pouca chuva em Santa Catarina. Nestes meses, apesar do baixo volume de chuva esperado, a frequente passagem de frentes frias e atuação de ciclones provocam instabilidades de forma abrangente no estado.
Além disso, a atuação de massas de ar frio de origem polar seguem frequentes nos próximos meses e, por isso, são esperadas temperaturas bastante baixas, com marcas negativas e frequente formação de geadas, especialmente em julho e agosto.
Já em setembro, com a proximidade da primavera, começam a ocorrer temporais mais típicos de verão – chuvas convectivas favorecidas pelo calor e umidade, por isso, os acumulados de precipitação aumentam em relação aos meses de inverno. As temperaturas também começam a ficar mais elevadas durante as tardes, mas permanecem amenas pelas manhãs.
PREVISÃO
Durante este período, a previsão mantém a condição de neutralidade no Oceano Pacífico, ou seja, sem a atuação de El Niño ou La Niña (Figura 1). Nesta condição de neutralidade, o fenômeno não tem influência clara no volume e nas características das chuvas, portanto, fica mais suscetível a variações mês a mês.
Figura 1: Previsão probabilística do fenômeno El Niño – Oscilação Sul. Fonte: Climate Prediction Center (CPC).
Assim, de forma geral, espera-se que a chuva fique próxima da normalidade durante o trimestre julho, agosto e setembro, com os modelos meteorológicos indicando um padrão com eventos regulares de chuva.
Em relação às temperaturas, os modelos indicam valores próximos da normalidade, intercalando períodos de frio intenso com períodos mais amenos. Destaca-se também a possibilidade de períodos secos, conhecidos como veranicos, que apresentam grande amplitude térmica, isto é, manhãs e noites mais frias e tardes mais quentes.
HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS
De acordo com o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), que abrange 29 anos de dados (1995-2019) e 5540 ocorrências de desastres, as ocorrências de chuvas mais intensas costumam se concentrar entre os meses de setembro e março (Figura 2).
Nos meses de julho e agosto os volumes de chuva seguem baixos, mas apresentam um grande aumento no mês de setembro (Figura 2), em especial no Grande Oeste do estado, assim como o aumento de tempestades severas. A consequência desta mudança fica evidente no histórico de ocorrências, quando é observado um aumento significativo neste mês em relação a grande parte do inverno.
Figura 2. Distribuição mensal do total de ocorrências (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.
As ocorrências associadas a alagamentos seguem baixas nos meses de julho e agosto, mas apresentam mais do que o dobro de registros em setembro (Figura 3).
Figura 3. Distribuição mensal das ocorrências por alagamentos. Fonte: UFSC, 2020.
O aumento na ocorrência de deslizamentos também fica evidente, apresentando valores bastante superiores no mês de agosto, seguido de um aumento também relevante para o mês de setembro (Figura 4).
Figura 4. Distribuição mensal de ocorrências relacionadas à movimentos de massa (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.
RECOMENDAÇÕES
A Proteção e Defesa Civil recomenda que a população fique atenta em dias de frio intenso, redobrando os cuidados com crianças, idosos, moradores de rua e animais de estimação.
No caso de chuvas intensas, com alagamentos e enxurradas, evite o contato com as águas e não transite em locais alagados, pontes e pontilhões submersos. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões. Em casos de movimentos de massa, atente-se à inclinação de postes e árvores, a qualquer movimento de terra ou rochas próximo à sua residência e ao aparecimento de rachaduras em muros e paredes.
Durante temporais com raios, rajadas de vento e granizo, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Na praia, não fique na água.
Fonte: DCSC