Quem não aprecia um pastel, especialmente quando ele vem acompanhado de tantas histórias? Estamos falando do tradicional pastel do Hordina, o icônico salão de eventos localizado no bairro Dona Clara, atrás do Museu da Música. Nesta semana, a redação do Jornal do Médio Vale (JMV) visitou Nelson e Laudila Hordina para desvendar o segredo por trás do sucesso desses pastéis.
Em entrevista, Laudila revelou que a venda de pastéis acontece exclusivamente nas noites de sexta-feira, quando são preparados e fritos na hora, totalizando cerca de 800 unidades de diversos sabores: frango com palmito, carne, pizza, queijo, além dos doces, como chocolate e bananinha. “A receita do pastel me remete à minha sogra, mãe do Nelson, que começou a fazê-los há mais de 50 anos. Ela iniciou com uma receita e foi aprimorando com base nas sugestões das pessoas que a ajudavam. O sucesso foi tanto que seguimos fazendo da mesma forma até hoje. Estou há 40 anos fazendo pastéis, e o Nelson começou a ajudar a fritar com apenas 11 anos”.
Laudila compartilha que começou a fazer pastéis ao lado da sogra, Edith Hordina, que faleceu há quatro meses. “Quando eles trocaram a casa pelo salão, há 50 anos, o Nelson tinha 11 anos. Iniciaram com bailes e ela começou a fazer pastéis. Cada ajudante dava uma dica, como adicionar palmito, pimentão ou fazer um molho especial. Ela reuniu todas essas sugestões e encontrou a receita perfeita”.
O casal expressa com alegria que não sabem exatamente o motivo pelo qual as pessoas adoram tanto seus pastéis. “Até hoje, não conseguimos entender por que dizem que é o melhor pastel do mundo. O segredo do pastel? Não sei se há um segredo. Talvez não esteja na massa nem no recheio, mas no sabor e na maneira como os fazemos na hora, sempre fresquinhos. Nada congelado, nada industrial. Tudo é natural. Continuamos seguindo a receita que minha sogra nos passou. Nós comemos e gostamos, então não achamos necessário alterar nada. A família também adora. Eu como uns três ou quatro pastéis por semana!”
Quando questionada sobre o futuro dessa tradição de 50 anos e se a prática está sendo passada para outras gerações, Laudila responde: “Quando eu e o Nelson pararmos de fazer pastéis, não haverá mais pastéis. Se alguém de fora quiser entrar em sociedade ou algo assim, talvez. Da nossa família não temos quem pretenda continuar. O Nelson sempre diz que, quando nós dois não estivermos mais aqui, acabou o pastel”.
Sobre a receita básica dos pastéis, Laudila explica: “A base da receita é seguir as dicas que minha sogra nos deu. Trabalhei com ela por 40 anos e aprendemos juntos. Como atendemos uma grande quantidade em um único dia, preparamos a massa um dia antes para descansar e facilitar a abertura na máquina. Na sexta-feira, deixamos os molhos prontos, que incluem carne, frango com palmito, queijo e pizza, além dos recheios doces. À medida que os clientes fazem os pedidos, vamos preparando. Os sabores mais procurados são frango e bananinha”.
Para finalizar, Laudila afirma que pretende continuar fazendo pastéis por mais tempo. “Enquanto eu puder, quero continuar. Minha sogra parou aos 70 anos, e eu pretendo ir além, se Deus permitir. Sou nova ainda, tenho muito pastel para fazer”.