“O mês de janeiro, ponto alto do Verão, normalmente apresenta temperaturas elevadas em Santa Catarina, com destaque para o Vale do Itajaí e o litoral. Neste ano, as temperaturas acima de 30°C atingiram a maioria das cidades do estado, com algumas registrando níveis extremos de calor, próximos aos 50°C. Nem mesmo os períodos noturnos apresentam queda de temperatura, muitas vezes não baixando de 20°C durante a madrugada. O agravante da baixa umidade do ar também foi destacado pelos órgãos de vigilância climática do estado. Nesse cenário, a preocupação recai sobre os públicos mais vulneráveis às altas temperaturas, entre eles os nossos animais de estimação”.
As colocações do médico veterinário doutor James Davi Dalke, que atua em uma clínica veterinária de Timbó, acendem o alerta aos tutores de pets a respeito das temperaturas extremas, quanto aos riscos à saúde dos animais. “São diversas doenças e condições que podem surgir devido ao calor, como a hipertermia, a desidratação severa, as queimaduras, entre outras. Dentre os pets, ainda há os grupos que exigem cuidado redobrado: os braquicefálicos (cães com focinho achatado como Pugs, Shihtzus, Buldogues, etc.), os filhotes, os idosos e os cães com doenças pré-existentes”, observa o profissional.
Dalke explica que, “nessa época, é comum que os pets tenham seu apetite alterado, podendo causar estranhamento aos seus tutores, que devem se atentar a ofertar as refeições nos horários mais frescos do dia, além de, claro, muita água fresca. Algumas ações são interessantes para auxiliar nossos amigos peludos a terem mais conforto nesse período. Iremos apresentar algumas ideias a seguir que podem ser feitas de maneira fácil e barata”.
De acordo com o profissional, uma das opções são os blocos de gelo, que nada mais são do que gelos feitos dentro de potes plásticos maiores (como os potes de sorvete vazios), podendo conter alguns enriquecimentos, como ração, sachês, frutas permitidas para cães e gatos (sempre consultar seu médico veterinário de confiança antes de ofertar alimentos não específicos para pets) misturados à água. Basta desenformar o gelo e oferecer ao pet, que ficará entretido e, como bônus, contribuirá para a correta hidratação dele.
Dalke ressalta que “existem muitos brinquedos recheáveis no mercado pet. São brinquedos de todos os formatos e tamanhos, atendendo a uma ampla variedade de raças de cães, principalmente. Os brinquedos recheáveis podem ser preenchidos com conteúdo pastoso e levados ao congelador, tornando o brinquedo uma espécie de ‘picolé’ divertido para o seu pet”.
Outra opção excelente, destaca o médico veterinário, são os sorvetes caseiros para animais, que consistem em frutas batidas em liquidificador ou mixer, e levadas ao congelador. “É importante consultar o médico veterinário de sua confiança para saber quais as frutas que podem ser ofertadas ao seu animal. De maneira geral, as frutas bem aceitas são: banana, morango, mirtilo, melancia, melão e mamão. Vale lembrar de retirar as sementes das frutas que as possuírem. Também podem ser feitos picolés de água de coco, adicionando pedaços de carne, frango, sachê ou ração”.
Dalke observa ainda que, “aos nossos queridos felinos, que possuem paladar mais seletivo, uma opção bem aceita é o iogurte natural desnatado, que pode ser servido bem gelado, assim como a água de coco e outros alimentos citados anteriormente que o seu bichano tenha interesse. É importante lembrar que cada animal tem suas particularidades e, principalmente animais obesos, com doenças endócrinas ou condições de saúde conhecidas, devem receber somente alimentos autorizados pelo médico veterinário que o acompanha. Não deverão ser adicionados açúcares, conservantes, corantes ou palatabilizantes industrializados às receitas caseiras. É contraindicado que se adicione lácteos com alto teor de gordura, devido à grande probabilidade de causar desconforto gastrointestinal. Alimentos proibidos para cães e gatos, como café, chocolate, açaí, uvas, carambolas, alho e cebola, também estão fora do rol de opções”.
Para finalizar, o profissional observa que “cabe ressaltar que tudo o que é introduzido como novidade na rotina do animal deve ser feito de maneira gradual, ofertando pouca quantidade e sempre de maneira supervisionada. Além disso, todos os cães e gatos são seres únicos, com preferências particulares que deverão ser observadas ao se apresentar novidades. O ponto alto das receitas caseiras é a facilidade de customização da receita com base no que o seu pet mais gostar. Em caso de dúvidas, sempre consultar o médico veterinário de confiança, que é quem pode falar com propriedade sobre todas as questões vinculadas à saúde e segurança dos nossos companheiros”.