Pizzolatti sonha em ser governador
Faz 16 anos que o deputado federal João Alberto Pizzolatti, 48 anos, está completamente envolvido …
Cleiton Baumann
Faz 16 anos que o deputado federal João Alberto Pizzolatti, 48 anos, está completamente envolvido com política. E ainda não cansou, tanto que um dos seus sonhos é o de se tornar governador de Santa Catarina. Neste período, esteve envolvido em diversas obras e projetos importantes para Santa Catarina.
Em sua opinião, a política tem sido uma escola. Mas, a melhor coisa, segundo ele, é a oportunidade de ajudar pessoas, cidades ou regiões específicas a melhorarem e se desenvolverem. A família já se acostumou com suas ausência, e o apoia incondicionalmente.
Jornal do Médio Vale – Deputado conte um pouco da sua trajetória política. Quando começou?
João Pizzolatti – Sempre digo que minha carreira política, como tudo na minha vida, só foi possível graças a minha carreira como ciclista, que cheguei a ser campeão catarinense. Foi ela que me ensinou a não desistir dos meus objetivos, a confiar no potencial, a ser determinado na vida.
JMV – Quando sentiu o despertar para a política?
Pizzolatti – Na fiscalização participamos da criação do Sindicato dos Fiscais de Mercadorias de Trânsito, Escrivães e Exatores de Santa Catarina (Sindifmteesc), onde acabei me tornando presidente. Foi quando senti que precisávamos de uma representação no governo. Rodei o Estado de SC várias vezes e vi que a classe toda ansiava o mesmo. Nós já havíamos trabalhado na campanha do Piazza e do Knaesel para deputado estadual, então decidimos lançar candidatura própria.
Como o Gilmar ficou com receio de se candidatar para deputado federal, coloquei meu nome à disposição. Trabalhamos muito, e contrariando a expectativa de todos, graças ao apoio somente dos amigos, nos elegemos com quase 60 mil votos em 1994.
JMV -O que a política lhe trouxe de bom?
Pizzolatti – A possibilidade de melhorar a vida das pessoas. Identificar que tal comunidade precisa de uma creche, por exemplo, ou melhorias no esgoto, água tratada, ou de um posto de saúde, e ter como ajudá-los. A sensação de ajudar é a melhor coisa que a política me trouxe.
JMV – E o que trouxe de ruim?
Pizzolatti-Ás vezes você tem de lidar com pessoas desonestas, pessoas que só querem passar por cima, que na primeira oportunidade vão te trair. Tem que saber lidar com isso.
JMV – Qual o aprendizado?
Pizzolatti – Acredito que o maior exemplo na política é o de superação. Como nas corridas de bicicleta, quanto já estava cansado, pensando em desistir, tinha que buscar em algum lugar vontade para levantar a cabeça e ganhar a corrida. Na política é a mesma coisa. Em alguns momentos ficamos desmotivados, por ficar pouco em casa, mas depois lembro nos benefícios que um bom mandato pode trazer para a população, então busco forças nesta hora para continuar a atuar, fazendo assim, o que chamo de política de resultados.
JMV – Vai disputar algum cargo esse ano?
Pizzolatti – Vou colocar o meu nome à disposição do PP para ser candidato a reeleição ao cargo de deputado federal.
JMV – Como é a experiência de viver boa parte da vida em Brasília? Estar dentro de um avião todas as semanas?
Pizzolatti – Nós fizemos um cálculo esses tempos e já passei quase um ano inteiro no avião, o que certamente é desgastante.
JMV – Como sua família vê isso? Não cobram mais companhia?
Pizzolatti – Já faço isso há 16 anos, a nossa vida é isso. Acredito que eles se acostumaram já. Mas claro que a primeira coisa que faço quando tenho uns dias livres é passar um tempo com a minha esposa e meus dois filhos.
JMV – O senhor tem dois filhos. Algum deles têm veia política?
Pizzolatti – Sim. Tenho o João Alberto Pizzolatti Neto, hoje com 24 anos, e a caçula Joana Alice Pizzolatti, com 14 anos. A minha filha ainda é nova para decidir, mas o João hoje me representa em várias ocasiões e trabalha comigo, acredito que tem essa “veia” sim. No começo ele não gostava de política porque ela me mantinha longe da família, longe deles. Mas trabalhando nisso ele agora entende o trabalho árduo que desenvolvo, o que acarreta um bom tempo longe de casa.
JMV – Qual o papel da esposa e da família no sucesso da vida política?
Pizzolatti – A família é a base de tudo. É minha estrutura emocional. Sem ela eu não conseguiria ter sucesso nenhum na vida política.
JMV – Como o senhor vê as sucessivas notícias de escândalos em Brasília?
Pizzolatti – Infelizmente, a corrupção existe numa parcela dos parlamentares, como existe em qualquer profissão. Mas pela primeira vez o Governo está batalhando para que essas ações não fiquem impunes. Atualmente, temos um governador, o Arruda, na cadeia por corrupção, quando que isso aconteceu na história desse país?
JMV – Como manter a calma quando é cogitado o seu envolvimento nos escândalos?
Pizzolatti – Primeiro, sempre tenho a certeza de não ter me envolvido, isso faz com que eu durma tranquilo. Porém, às vezes uma mentira contada várias vezes vira verdade, então nos resta divulgar os fatos, a verdade, para que não ocorram distorções e as pessoas acabem tendo uma visão errônea do nosso trabalho.
JMV – Quais sonhos ainda não foram realizados?
Pizzolatti – Todo político tem a ambição de que seu trabalho seja reconhecido em grande escala. No meu caso, que trabalho por Santa Catarina há mais de 15 anos, tenho o sonho de ser governador e realmente fazer a diferença no Estado.
JMV – Está empenhado em que no momento?
Pizzolatti – Acabei de assumir a liderança do Partido Progressista na Câmara dos Deputados, meu empenho é para deixar nossa bancada unida e mais forte, com os 40 deputados que represento votando juntos. Além de criarmos nossas bandeiras nacionais, divulgarmos para a nação às causas que nós apoiamos.
JMV – Quais os projetos mais importantes nos quais está envolvido?
Pizzolatti – Estamos lutando contra a burocracia para que os recursos que conquistamos no Governo Federal para a reconstrução das áreas atingidas pela catástrofe de 2008 sejam liberados rapidamente, assim as prefeituras vão poder terminar as obras. Conseguimos direcionar uma ótima quantia de recursos com o PAC Habitação, PAC Macrodrenagem e o Programa Minha Casa Minha Vida. Ouso dizer que nunca veio tanto dinheiro do Governo Federal como agora, e o mérito não é só meu, como de toda a bancada catarinense, e fazer parte deste processo me orgulha muito.
JMV – Quais as metas em recursos para SC esse ano?
Pizzolatti – Esse ano, um ano de campanha, certamente é atípico. As votações não andam tão rapidamente como nós gostaríamos. Como líder da bancada estou no centro da discussão de votações importantes para o país, que certamente vão ter um reflexo expressivo em Santa Catarina, como a PEC da Bengala, a PEC dos Cartórios, o Ficha Limpa e o da Jornada de Trabalho. Além disso, queremos garantir, como já disse, a liberação dos recursos individuais e também coletivos e as do PACs para os municípios de Santa Catarina.
JMV – Como está o projeto de duplicação da BR-470? Deve acontecer alguma coisa esse ano?
Pizzolatti – O trevo da Mafisa está em processo de finalização, mas infelizmente não acredito que temos outras notícias mais concretas nesse ano. Às vezes as coisas não andam como gostaríamos. Aproveito para reafimar aqui que estou aberto para discussão com as classes e entidades envolvidas neste processo e que representam a comunidade. Sei bem da importância deste corredor viário para a nossa região.
JMV – Qual sua opinião sobre o desenvolvimento da região do Médio Vale? O que está faltando para a região despontar?
Pizzolatti – O Médio Vale vai despontar nos próximos anos. Conseguimos montar um time de prefeitos, vereadores e deputados, principalmente do PP, que estão empenhados em mostrar serviço e buscar recursos para obras significativas para as cidades. Timbó e Pomerode, por exemplo, já são modelos de gestão e, com os investimentos em infraestrutura que vamos realizar, certamente vão virar cidades-modelos. Além disso, contamos ainda com cidades como Rio dos Cedros, Indaial e Rodeio, onde temos apoiado os prefeitos e vice em suas administrações.