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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Uso de repelentes por gestantes

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Uso de repelentes por gestantes
Profissional da Saúde de Indaial analisa parecer da Anvisa que diz que a aplicação do produto é …

Clarice Graupe Daronco / JMV

INDAIAL – “Frente às dúvidas surgidas recentemente sobre o uso de repelentes de insetos de uso tópico em gestantes, considerando a relação já comprovada pelo Ministério da Saúde entre o Zika vírus e os casos de microcefalia diagnosticados no país, a Anvisa esclarece: não há, dentro das normas da Agência, qualquer impedimento para a utilização destes produtos por mulheres grávidas, desde que estejam devidamente registrados na Anvisa e que sejam seguidas as instruções de uso descritas no rótulo”. Com essa informação o profissional do setor da Saúde do município de Indaial, que é Técnico Sanitarista pela Escola Técnica de Saúde de Santa Catarina e pós-Graduado em Vigilância Sanitária pela Escola Nacional em Saúde Pública -Fiocruz, do Rio de Janeiro, Fernando B. Dias analisa o parecer da Anvisa sobre a liberação do uso de repelentes por gestantes.
Segundo ele, estudos conduzidos em humanos durante o segundo e o terceiro trimestres de gestação, e em animais durante o primeiro trimestre, indicam que o uso tópico de repelentes à base de n,n-Dietil-meta-toluamida (DEET) por gestantes é seguro. “No entanto, tais produtos não devem ser usados em crianças menores de dois anos. Em crianças entre dois e 12 anos, a concentração deve ser no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a três vezes por dia. Concentrações superiores a 10% são permitidas para maiores de 12 anos”, observa Dias ao comentar que além do DEET, no Brasil são utilizadas em cosméticos as substâncias repelentes Hydroxyethyl isobutyl piperidine carboxylate (Icaridin ou Picaridin) e Ethyl butylacetylaminopropionate (EBAAP ou IR 3535), além de óleos essenciais, como Citronela.”Nos EUA, os produtos repelentes são regularizados pela United States Enviromental Protection Agency (EPA).  As seguintes substâncias estão presentes em produtos regularizados pela EPA: Catnip oil, Óleo de citronela; DEET; IR 3535; p-Menthane-3,8-diol e 2-undecanone ou methyl nonyl ketone. Portanto, os ativos utilizados no Brasil estão dentre os utilizados nos Estados Unidos. O Center for Disease Control e Prevention (CDC), também nos EUA, recomenda o uso de produtos repelentes por gestante, uma vez que a Enviromental Protection Agency (EPA), responsável pela autorização de uso destes produtos nos EUA, não estabelece nenhuma restrição nesse sentido. Entretanto, destaca que as recomendações de uso da rotulagem devem ser consideradas”, explica ele.

Repelentes ambientais e inseticidas

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De acordo com Dias repelentes ambientais e inseticidas também podem ser utilizados em ambientes frequentados por gestantes, desde que estejam devidamente registrados na Anvisa e que sejam seguidas as instruções de uso descritas no rótulo. “A segurança para a utilização desses produtos em ambientes frequentados por gestantes depende da estrita obediência a todos os cuidados e precauções descritas nos rótulos dos produtos.
Exemplo de restrição trazida no rótulo é: Durante a aplicação não devem permanecer no local pessoas ou animais domésticos”, destaca ele.
Dias informa que a consulta de produtos considerados repelentes ambientais e inseticidas regularizados na Anvisa pode ser feita nos endereços abaixo:  http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto/consulta_saneante.asp e http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Notificado/Saneantes/NotificadoSaneante.asp.
O profissional observa ainda que até o dia 2 de janeiro de 2016, foram notificados à Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS/MS 3.174 casos suspeitos de microcefalia, identificados em 684 Municípios de 21 Estados do Brasil. “Ressalta-se que todos os casos notificados são suspeitos e ainda precisam ser investigados e classificados. Entre o total de casos, foram notificados 38 óbitos suspeitos”. 

 

Dengue em Indaial

 

Em Indaial, de acordo com os profissionais do Programa de Combate a Dengue, nesse início de 2016, ainda não foi registrado nenhum foco da larva do mosquito e não há nenhum caso confirmado de pessoa com o vírus. Porém, a prevenção é a melhor saída para combater o mosquito. 
Em 2015 a Vigilância Epidemiológica registrou seis casos confirmados de dengue no município. Esses usuários são da cidade, contudo, a doença foi adquirida em outros municípios. Eles receberam o tratamento adequado e hoje estão livres da dengue.
O Programa de Controle da Dengue de Indaial realiza a coleta de larvas em pontos estratégicos e armadilhas espalhadas em diversos imóveis, no município. Durante todo o ano são visitados a cada quinze dias locais que apresentam maior risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti. Hoje, o setor de Combate à Dengue de Indaial conta com um supervisor e quatro agentes de endemias.
O setor de Vigilância Epidemiológica também visita a cada sete dias uma rede de armadilhas que tem como objetivo capturar possíveis larvas depositadas por mosquitos fêmeas que venham de outros lugares da região. A cada quinze dias são visitados 118 estabelecimentos sem a presença de armadilha.  Atualmente, o município conta com uma rede de 249 armadilhas distribuídas em comércios, transportadoras, residências e empresas que tenham um fluxo de cargas vindas de lugares com a presença do mosquito. Além de todo o serviço de rotina, o setor de Vigilância também atende em média de 10 a 15 denúncias por mês.
Eliminar os criadouros com larvas de Aedes aegypti é a principal medida contra as três doenças. A fêmea do mosquito deposita seus ovos nas paredes internas de recipientes que tenham ou que possam acumular água parada. Em contato com a água, os ovos evoluem até se transformarem em mosquitos adultos. Quanto mais quente e úmido o clima, maior será a população de mosquitos.

 

Como eliminar os criadouros do mosquito:

– Mantenha as calhas para água da chuva desentupidas.

– Bloqueie o cano de sustentação da antena parabólica para que não acumule água em seu interior.

– Mantenha a caixa de água com a tampa completamente vedada.

– Retire a água acumulada na laje.

– Elimine qualquer objeto que possa acumular água, como as partes de garrafas de vidro utilizadas em cima dos muros.

– Lave, com escova, os potes de comida e de água dos animais uma vez por semana, no mínimo.

– Plantas como bromélias devem ser evitadas porque acumulam água.

– Trate a água de piscinas com cloro e limpe-as uma vez por semana. Utilizar uma capa como cobertura não impede os focos do mosquito.

– Troque, semanalmente, a água dos vasos com plantas aquáticas e lave a parte interna do vaso com escova.

– Coloque latas, tampas de garrafas, cascas de ovos e outras embalagens vazias em sacos plásticos bem fechados antes de descartá-los. Mantenha-os fora do alcance de animais até o recolhimento. 

– Mantenha os ralos vedados e desentupidos.

– Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda.

– Lave semanalmente, com escova, a parte interna dos tanques utilizados para armazenar água.

– Guarde pneus velhos e outros objetos que possam acumular água em locais secos e abrigados da chuva.

Em novembro, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus Zika e o surto de microcefalia, no qual o Zika durante a gravidez pode causar microcefalia. A microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 32 cm. 
No caso das gestantes, a recomendação é utilizar telas em janelas e portas; usar roupas compridas – calças e blusas – e, se vestir roupas que deixem áreas do corpo expostas, aplicar repelente nessas áreas e ficar, preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.

 

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