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terça-feira, 15 de outubro de 2024

Tradição centenária: do cultivo à xícara

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Com um cultivo centenário, o Café Leopoldo conquistou o selo de qualidade Premium, tornando-se um café especial. O café produzido em Rodeio é considerado o melhor de Santa Catarina.

A produção de café no Brasil é responsável por cerca de um terço da produção mundial, o que faz do país o maior produtor de café, posição mantida nos últimos 150 anos.

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Em Rodeio, mais especificamente no bairro Diamantina, conhecido como Pico, uma família local cultiva café há aproximadamente 100 anos e atualmente ostenta o título do primeiro café especial de Santa Catarina.

A equipe do Jornal do Médio Vale (JMV) subiu o morro para conhecer de perto onde o Café Leopoldo é produzido. Durante o trajeto até o sítio, a boa conservação da estrada facilita a chegada dos visitantes. Ao chegarmos, fomos recepcionados por Thais e Gabriel Tambosi, nora e filho de Nelson Tambosi.

A entrevista sobre a história do Café Leopoldo aconteceu no “museu” do café, um espaço pequeno, mas acolhedor, que abriga a trajetória da família e do cultivo dessa preciosa fruta.

Foto/Amanda Bittencourt

História

Enquanto a produção de café no Brasil existe há mais de 150 anos, o cultivo de café pela família Tambosi se aproxima de um século, iniciado pelo pai de Nelson, Leopoldo Tambosi. Leopoldo, pai de 11 filhos, trabalhou na roça com sua esposa, ensinando desde cedo a vida no campo aos filhos.

Entre os 11 herdeiros, apenas Nelson Tambosi seguiu o caminho do pai, permanecendo na mesma propriedade e dando continuidade ao cultivo do café. Inicialmente, a plantação era destinada ao consumo próprio e às trocas com outros produtores. Tambosi, que plantava apenas café, trocava o excedente por alimentos como arroz com outros agricultores. Durante muitos anos, o café era exclusivamente para consumo familiar.

Colheita do café especial

Nos últimos quatro anos, a família Tambosi profissionalizou o cultivo, implementando mudanças significativas no processo de plantio e colheita. “Na época do meu pai, colhíamos os grãos verdes e maduros, pois era o método tradicional, sem técnicas específicas. Hoje é diferente: colhemos apenas os grãos maduros. Antigamente, colhíamos entre 150 e 200 sacas por ano, e a secagem era feita no rancho. Atualmente, a colheita do café especial é completamente distinta; além de colhermos apenas as frutas maduras, o sistema de secagem é realizado sobre uma tela suspensa, coberta por lona plástica, permitindo a secagem ao sol. Isso aumenta significativamente a qualidade do nosso café”, explica Gabriel Tambosi.

Foto/Arquivo pessoal

Vários processos no plantio, colheita e secagem conferem ao Café Leopoldo o selo Premium de qualidade. Entre eles estão a colheita de frutas 100% maduras e a retirada da primeira casca do grão logo após a colheita, que acelera o processo de secagem. A secagem é realizada em telas suspensas, e todo o cuidado é tomado para evitar que os grãos mofem. Esses procedimentos minuciosos, realizados com muito capricho, garantem a qualidade excepcional do Café Leopoldo, que se tornou o primeiro café especial de Santa Catarina.

Foto/Amanda Bittencourt

Turismo de experiência

Rodeio é o pioneiro em turismo de experiência relacionado ao café em Santa Catarina. O passeio oferece uma imersão completa no universo do café. Durante a visita, a redação do JMV entrevistou Thais Tambosi, que atua como guia, compartilhando a história da família e do Café Leopoldo.

“Este é o primeiro turismo de experiência do café em Santa Catarina. Estamos fechando parcerias com algumas torrefações, pois agora não é mais necessário ir até Minas Gerais ou São Paulo para conhecer um cafezal. Hoje, as pessoas podem vivenciar essa experiência em Santa Catarina”, explica Thais.

Foto/Amanda Bittencourt

A guia relata: “recebemos os visitantes em nosso rancho, que é o Museu do Nono, onde contamos toda a história da família. Em seguida, os visitantes têm a oportunidade de plantar uma muda de café, colocando uma placa com seu nome. Quem sabe, futuramente, essa pessoa poderá colher o café que plantou”.

No cafezal, a experiência é vivida in loco, com a possibilidade de colher o café diretamente da planta. “Entregamos uma cestinha para cada pessoa e ensinamos a técnica de colher os grãos maduros. Nesse momento, os visitantes podem provar a fruta madura, que tem um sabor único. Em seguida, fazemos um piquenique com degustação de café e um delicioso bolo, no meio do cafezal”, acrescenta, afirmando: “do cafezal à xícara, uma jornada de sabor e descobertas”.

O turismo de experiência dura em média 2h30min e é adequado para todas as idades, de crianças a idosos. As visitas ocorrem aos finais de semana e precisam ser agendadas previamente. Para quem deseja degustar, comprar ou vivenciar o turismo no primeiro cafezal especial de Santa Catarina, é possível agendar pelo telefone (47) 9 9234-3868.

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