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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Cartoons: uma arte composta de humor

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Cartoons: uma arte composta de humor
Trio de cartunistas de Timbó se reúne e organiza o 1º Catarina Comix Festival, dia 11 de junho, n …

Clarice Graupe Daronco / JMV

Os três cartunistas timboenses concedendo entrevista à redação do JMV
Foto: FOTO/CLARICE GRAUPE DARONCO/JMV
Os três cartunistas timboenses concedendo entrevista à redação do JMV

TIMBÓ – Você sabe o que é cartunismo? “Cartunista é o desenhista profissional que produz cartuns (cartoons). O cartum é um desenho humorístico que sintetiza características e aspectos sociais e cotidianos e os analisa criticamente, porém com caráter leve e descontraído”. Com essa frase três importantes profissionais da área do cartuns: Henri Schütze, Henry e Fátima Jaepelt respondem a pergunta sobre o que é cartunismo. Segundo Fátima, mas conhecida como Fafá, o cartunista, na maioria das vezes, reproduz estereótipos, acontecimentos comuns, tipos sociais e cenas cotidianas, expressando sua opinião de forma humorística. É muito comum, atualmente, o termo cartunista ser utilizado para designar desenhistas de histórias em quadrinhos em geral (não apenas os humorísticos) e de mangás (histórias em quadrinhos japonesas). 
Agora que se sabe o que é cartunismo então vamos falar de um evento relacionado ao tema que acontecerá em Timbó. Segundo os três cartunistas timboenses, eles sempre tinham um sonho de realizar uma Roda de Conversa para repassar informações e descobrir novos talentos. “Com este projeto em mãos entramos em contato com a direção da Fundação Cultural de Timbó, através da profissional, Inês Klaumann que prontamente nos atendeu e nos concedeu um espaço durante a Feira de Rua do Livro, que acontece de 8 a 12 de junho, no Pavilhão de Eventos Henry Paul, para realizarmos o nosso evento”, explicam os cartunistas ao aproveitar para agradecer a dedicação e carinho que com a Fundação lhes recebeu e os atendeu.
Com o sinal positivo da Fundação Cultural, o trio estará realizando o primeiro evento ligado a quadrinhos na cidade de Timbó: 1º Catarina Comix Festival. “O evento terá desde: HQs, mangás, quadrinhos alternativos, independentes, fanzines, artes ligadas à HQ e concurso de cosplay”, destacam eles ao informar que o 1º Catarina Comix Festival será realizado no dia 11 de junho, a partir das 15h, oportunidade em que acontecerá uma Roda de Conversa com autores independentes, debatendo e trocando ideias sobre quadrinhos. “Temos confirmada a presença de Denilson Reis, do Rio Grande do Sul, Izidro Santos, do Paraná, Guilherme Bridon e Alex Guenther, de Santa Catarina”, contam eles ao informar que no local haverá ainda venda, troca e eventuais sorteios de publicações autorais e artes originais. 
Durante o 1º Catarina Comix Festival também acontecerá o Concurso de Cosplays. “Cosplay é a abreviação de costume play ou ainda de costume roleplay que pode traduzir-se por “representação de personagem a caráter”, “disfarce” ou “fantasia” e tem sido utilizado no original, como neologismo, conquanto ainda não convalidado no léxico português”, explica Fafá.

 

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Fafá Jaepelt

A redação buscou saber um pouco mais de cada um dos três cartunistas que estão empenhados na divulgação deste tipo de arte. 
Segundo relato, Fafá Jaepelt, que é natural do Recife, mas está há 23 anos em Timbó, e começou aos 17 anos a produzir cartoons de humor de política e depois passou a dedicar-se a desenhos infantins. Já publicou em várias revistas infantis para editoras de São Paulo, cartuns e tiras para diversas revistas e jornais, além de colaborar com zines do país e exterior, é faneditora, ilustradora, quadrinista, artesã, formanda em Artes Visuais, louca por felinos e apaixonada pelo Outono. 
“Também já realizei diversos trabalhos com cartunismo com alunos de escolas de Timbó e Indaial”, conta a profissional ao mostrar alguns dos trabalhos produzidos por seus alunos.

 

Henry Jaepelt

Já o timboense Henry Jaepelt conta que é do tempo da carta. “Conheci minha esposa Fafá através das correspondências escritas à mão, como as tradicionais cartas”, lembra ele ao comentar que já se foram quase três décadas, data esta que trabalha na criação de ilustrações e histórias em quadrinhos para publicações independentes. Foi um dos mais atuantes artistas gráficos no efervescente cenário fanzineiro das décadas de 1980 e 1990, tendo seus trabalhos publicados no Brasil e no exterior. Dono de um traço inconfundível, transita por diversos gêneros sem perder sua identidade. 
Ele conta que mesmo antes de aprender a ler, ganhava muitos gibis de um tio-avô que era guarda-noturno (ele tinha que fazer alguma coisa entre as rondas, né?), então sempre havia algum gibizinho novo, especialmente Disney, Fantasma e similares. “Depois, aprendi a ler… e é que nem água morro abaixo até hoje. Já o desenho, desde que aprendi a rabiscar alguma coisa. Coisa de moleque mesmo. Mas, com mais interesse, lá pelos 11 ou 12 anos, na escola. E a fazer quadrinhos propriamente, sequências, colocar as coisas no papel e tal, em 1981. 
Os fanzines, comecei a contactar o pessoal lá por 86, para conhecer e ver qual era o esquema e tal. A primeira colaboração de fato, foi no jornal de rock Contracorrente, de Brusque com ilustrações a ver com rock. Uma festa para quem nunca tinha visto algo underground. Depois, publiquei ilustrações no Many Comics, de Bagé e Pelotas, no Rio Grande do Sul, e HQs no Legenda, em São Luis, no Mato Grosso e Hiperespaço, em Santo André, São Paulo, tudo em meados de 1987. E assim foi indo em 89, fanzines argentinos, e na década de 90, Portugal, Espanha, Finlândia, Croácia, USA, Alemanha sem falar nos intercâmbios de exemplares de zines, já que eu sempre gostei muito do hábito da correspondência, troquei muita figurinha com pessoas de quase toda a Europa, alguns países africanos, nas Américas e até me correspondi com um camarada em Bora-Bora – você aprende muita coisa, vê e lê muita coisa, e acaba se voltando para a busca de uma identidade própria”. 

 

Henri Schütze

O primeiro encontro do desenhista com os quadrinhos muitas vezes se dá com traços despretensiosos, e se a pessoa for criativa, acaba de tornar quase que instantaneamente isso num vício. “Ao dar vazão à sua criatividade desenhando o artista complementa com um bom texto e imaginação. Fazer quadrinhos é quase como (mantidas as devidas proporções), fazer cinema. Tanto assim que alguns consagrados diretores rabiscam as cenas para posteriormente filmar a ação! Lápis, borracha e papel estão sempre ao nosso alcance e são uma solução barata para quem sonha em contar histórias. Os quadrinhos deixam aos poucos de ser uma arte menor e pouco valorizada para tomar definitivamente o merecido lugar de Nona Arte. Sendo mais ousado eu diria que as histórias em quadrinhos são uma forma de lazer que acultura, uma arte completa e atrativa”, conta Henri Schütze ao afirmar que isso aconteceu com ele, e é desse modo que sempre imaginou os Comics.
Ele conta que por falta de tempo em razão do trabalho, eventualmente participa das tiras, apesar de desenhar desde a infância e ter por rotina sempre fazer um traço, deixar algo registrado, nem que seja apenas um risco em seu caderno de “relíquias criativas”. Ele conta que o personagem das suas tiras é o Pinote, que tem quatro revistas editadas – duas de quadrinhos com histórias do universo infantil e duas com atividades para as crianças. “Tenho uma maneira diferente de fazer o meu cartoon pois conto com mais pessoas para chegar à arte final”.

 

 

 

 

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