Germer – 50 anos de inovação através da história
Um aniversário nunca se esquece. Imagina quando se trata das Bodas de Ouro de uma empresa que faz p …

Da esquerda para direita Sr. Magnus Germer, no quadro 01, Sr. Ingo Frederico Arthur Germer, no quadro 02, Sr. Mauricio Germer e Dr. Antônio Jurandir Girardi
TIMBÓ – Um aniversário nunca se esquece. Imagina quando se trata das Bodas de Ouro de uma empresa que faz parte da história de vida de muitas famílias. Sim, muitas famílias timboenses conhecem e valorizam a história de fundação da Empresa Porcelanas Industriais Germer, que comemora no dia 1º de julho, 50 anos de fundação. Em entrevista, os diretores Magnus Germer e Antônio Jurandir Girardi contam um pouco desta história e convidam os funcionários e profissionais para a festa comemorativa que será realizada no dia 30 de junho, a partir das 19h, na Associação da Empresa.
Ingo Germer era um empreendedor nato e com uma aguçada capacidade de pensar anos à frente
A biografia da empresa inicia antes mesmo da matéria-prima ser a porcelana, pois as indústrias Germer tiveram início com a fabricação de lançadeiras e peças que atendiam ao setor têxtil, ainda no período de 1953, com a Fábrica de Lançadeiras Germer Ltda. Foi em 1968, pela necessidade da produção de uma pequena peça de porcelana que compunha as lançadeiras, que a empresa passou a produzir porcelanas para uso industrial que surgiu a Porcelanas Industriais Germer. “Ingo Frederico Arthur Germer era um empreendedor nato e com uma aguçada capacidade de pensar anos à frente. Ele notou que havia necessidade de dar um novo rumo à empresa e decidiu por investir na fabricação e comercialização de isoladores elétricos para as mais diversas aplicações no mercado de distribuição de energia e linha industrial doméstico”, relata Magnus Germer ao frisar que durante estes 50 anos a Empresa Germer trabalhou na diversificação de sua linha de produtos e hoje está presente em todo território nacional e internacional. Segundo Girardi, com o objetivo de ampliar a participação no setor cerâmico, o proprietário, Ingo Germer adquiriu o controle acionário da Polovi S.A (Indústria e Comércio, em Campo Largo, no Paraná, por volta do ano 1978).
Magnus destaca ainda que a consolidação da Empresa de Porcelanas Industriais Germer no mercado estadual, nacional e internacional foi alcançada ao longo de anos de trabalho, através da modernização de processos, linhas de produção dirigidas, treinamentos de mão de obra, seleção de matéria-prima e estabilização definitiva da fórmula das massas e vernizes, permitindo a produção de eletro porcelanas e isoladores de refratários dentro das especificações técnicas exigidas pelos clientes, de acordo com normas técnicas nacionais e internacionais.
Girardi destaca que Ingo tinha dentre suas grandes qualidades a resiliência. “Houve um incêndio cerca de cinco anos após o início da empresa em que ele perdeu tudo. Mesmo assim não desistiu. Quando a economia mostrou-se desafiadora e houve propostas para venda ou abertura de capital, ele persistiu. Graças a tudo isso é que estamos completando 50 anos de história”, rememora.
O começo
Ingo Germer, em 1953, após já ter testado por alguns anos a produção de lançadeiras para as máquinas de tear resolveu, em razão de uma necessidade de mercado implantar a Fábrica de Lançadeiras Germer para auxiliar o setor têxtil na produção de uma peça que até o momento era necessário adquirir no exterior. Na época, com muita determinação Ingo Germer teve que descobrir uma tecnologia que possibilitasse a criação de um produto que não estragasse o fio de linha no tear. Na época a peça era em madeira e acabava arrebentando o fio de linha no tear. Ao produzir a mesma peça, mas em porcelana e metal foi possível garantir o trabalho das empresas do ramo têxtil que trabalham com teares.
A Germer investiu na diversificação para conquistar mercado no Brasil e exterior
Quando da sua implantação a Germer
Industrial chegou ser a maior fábrica de lançadeiras do país . No início produzia-se 24 mil lançadeiras por mês, mas com o tempo os teares foram sendo modernizados, até desaparecerem e isso fez com que Ingo Germer repensasse a vocação da sua empresa e assim passou a investir em outros e variados produtos na área de porcelanas.
Segundo Magnus, foi a partir da primeira peça produzida para a máquina de tear que foram trabalhadas peças menores de isoladores, interruptores, resistências, em porcelana e mais fáceis de serem feitas.
A fábrica iniciou em 1968 com apenas cinco funcionários e hoje, 50 anos depois, o grupo de colaboradores é superior a 450 profissionais. “Apesar dos últimos anos, onde a crise econômica assola o país, muitas empresas demitiram reduzindo o número de funcionários, mas a Germer, ao contrário, além de manter o quadro de profissionais acabou abrindo vagas e empregando mais mão de obra. Temos ainda o pensamento de Ingo Germer que é de ver os funcionários como seres humanos e não apenas números”.
Falta de tecnologia
Segundo os diretores, a fábrica Germer sofreu muito, em especial com a falta de mão de obra qualificada e também pessoas capacitadas tecnicamente para a produção de peças. Os primeiros 10 anos foram os mais difíceis para a família de Ingo Germer, mas com o tempo a fábrica passou a caminhar com as próprias pernas e hoje está em uma das suas melhores fases. “Lembro que quando tudo começou, meu pai trouxe profissionais da Alemanha e da África do Sul para passar períodos na empresa e ensinar aos funcionários a parte técnica da produção. Tinha um profissional indiano que trabalhou conosco por muitos anos, era um especialista em porcelana elétrica”.
Ingo Germer coordenou as Porcelanas Germer de 1953 até 1999, quando Magnus Germer e Antonio Jurandir Girardi assumiram os negócios.
“O que temos hoje é resultado da persistência e visão de futuro de Ingo, que por muitas vezes se privou de viver uma vida mais tranquila, e ter mais tempo para a família, pois ele era o primeiro a chegar e o último a sair da fábrica os sete dias da semana”.
Visão social
Ingo Germer sempre foi um homem que ajudava as pessoas e tinha por hábito acolher a família de seus funcionários. Além da fábrica para a geração de empregos, ele também investiu na construção do pavilhão da Associação dos servidores, campo de futebol, cooperativa para facilitar a vida financeira de seus funcionários e a criação da Vila Germer. Preocupado com a distância que os funcionários precisavam percorrer diariamente para trabalhar e retornar às suas casas, Ingo Germer adquiriu lotes de terra próximos à fábrica e os concedeu a valores baixos e parcelas fixas aos funcionários, criando assim a Vila Germer, local onde até hoje residem muitas famílias de funcionários que fazem parte da história da fábrica. Para o futuro, Magnus ressalta que o objetivo é trabalhar e participar cada vez mais do mercado. “Investindo em tecnologias e também no ser humano, capacitando cada vez mais nossos profissionais para assegurar e garantir a longevidade do grupo e prepará-lo para os próximos 50 anos”.