Em Timbó, as ruas não são apenas caminhos: são páginas de pedra que guardam histórias, memórias e a identidade de um povo. Por elas já passaram carroças, bicicletas, cortejos, crianças correndo e gerações inteiras seguindo seus destinos. O som dos pneus sobre o paralelepípedo, o reflexo das lajotas sob a chuva e o brilho dourado ao entardecer fazem parte da paisagem afetiva da cidade.
No dia 11 de agosto, o Executivo sancionou a Lei Municipal nº 3.567/2025, originada do Projeto de Lei Ordinária nº 29/2025, de autoria do vereador Djonatha Cristofolini. A proposta, aprovada por unanimidade pela Câmara de Vereadores, proíbe a sobreposição de asfalto em vias com paralelepípedos ou lajotas sextavadas, unindo planejamento urbano, sustentabilidade e economicidade.
De acordo com a lei, nenhuma pavimentação asfáltica poderá ser aplicada diretamente sobre esses revestimentos. Caso seja necessária pavimentação, o material antigo deverá ser totalmente retirado. A única exceção é para a instalação de faixas de segurança para pedestres e cadeirantes, garantindo acessibilidade sem descaracterizar o traçado original.
A legislação também prevê o reaproveitamento inteligente do material removido:
- 60% será destinado à pavimentação de ruas de saibro, priorizando áreas periféricas e de menor tráfego.
- 40% seguirá para britagem, sendo reutilizado como base em futuras obras.
Para o vereador Cristofolini, “cada pedra reaproveitada é um recurso público economizado e um pedaço da identidade de Timbó mantido vivo”.
Ele explicou que a iniciativa surgiu de uma demanda popular: “O projeto nasceu quando discutíamos a pavimentação da rua Quintino Bocaiúva, em abril. A população nos trouxe a reflexão: e as pedras?”.
O vereador destacou ainda a necessidade de aprender com erros do passado: “Durante muito tempo, virou hábito sobrepor o asfalto ao paralelepípedo. Não podemos repetir o que aconteceu em ruas como a Fritz Lorenz e a Pomeranos. Basta olhar o estado de deterioração do pavimento”.
Por fim, Cristofolini reforçou o caráter de responsabilidade da proposta: “Pensamos na economicidade e no bom uso do dinheiro público. Nosso trabalho não é apenas para quatro anos, mas para o futuro, pensando nas próximas gerações”.