A organização é investigada por movimentar mais de R$ 90 milhões em transações suspeitas.
Na manhã desta quarta-feira (10/07), o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), por meio do Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGAECO), e a Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC), pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e Delegacias de Polícia Civil de Ascurra e Turvo, deflagraram, em conjunto, a Operação Mão Fantasma .
O objetivo da operação é desarticular três organizações criminosas de âmbito nacional especializadas em fraudes bancárias, especialmente na prática dos golpes conhecidos como “mão fantasma/acesso remoto” e “falsa central de atendimento”.
Estão sendo cumpridos 32 mandados de prisão preventiva e 55 mandados de busca e apreensão, expedidos pelas Varas Regionais de Garantias de Rio do Sul/SC e de Blumenau/SC, oriundos da comarca de Ascurra, e 2 mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Vara Única da Comarca de Turvo/SC, nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba e Ceará.
Entenda a investigação
A primeira investigação, conduzida pela delegacia de Polícia de Ascurra e que conta com o apoio técnico do CyberGAECO, teve início no final de 2022, após o registro de diversos boletins de ocorrência que relatavam a subtração de valores de contas bancárias por meio da instalação de aplicativos de gerenciamento remoto, o que permitia aos criminosos controlar os celulares das vítimas e realizar a transferência ilícita de valores.
O trabalho investigativo começou com a identificação dos principais números de telefone 0800 utilizados pelos grupos criminosos, que simulavam falsas centrais de atendimento de instituições financeiras.
Em seguida, foram identificados os suspeitos de operar essas falsas centrais e os demais integrantes dos grupos criminosos responsáveis por obter bases de dados de possíveis vítimas, disparar SMS falsos e criar contas correntes em nome de “laranjas” para recepcionar os valores ilegalmente obtidos. Estima-se que os investigados subtraíram, no período investigado, mais de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) de vítimas residentes em Santa Catarina.
Já a investigação conduzida pela delegacia de Polícia de Turvo, com apoio da DEIC, foi instaurada a partir de ocorrência registrada por uma idosa de 70 anos que, acreditando estar em contato com funcionários de uma instituição financeira, acabou sendo enganada, tendo realizado diversas transferências para os golpistas que lhe resultaram um prejuízo total de R$ 86.550,00 (oitenta e seis mile quinhentos e cinquenta reais).
As três organizações criminosas são possivelmente responsáveis por pelo menos 255 furtos e estelionatos, mediante fraude cibernética, apenas no estado de Santa Catarina – mas as investigações apontam que há possíveis vítimas em todo o país. Ainda de acordo com as investigações, os grupos criminosos teriam possivelmente movimentado, nos últimos 1O (dez) anos, cerca de R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de reais) em transações suspeitas.